Aves de Rapina: Arlequina e sua Emancipação Fantabulosa [Crítica]

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Foto: Foto: Warner Bros/Divulgação

Depois de um período conturbado, com o controverso “Esquadrão Suicida” e a decepcionante estreia da “Liga da Justiça” nas telonas, a DC/Warner finalmente parece ter organizado a casa, passando a dar à devida importância ao seu panteão de personagens icônicos.

Após a recepção pouco calorosa dos dois longas citados acima, a editora deu a volta por cima e já conseguiu resultados pra lá de expressivos. Antes, com o filme da Mulher Maravilha (que esse ano ganha uma sequência), com o divertido Shazam! E o arrasa quarteirão Coringa, que recebeu nada mais, nada menos, que 11 indicações ao Oscar desse ano. Agora, com o lançamento do frenético e empolgante “Aves de Rapina: Arlequina e sua Emancipação Fantabulosa“, o estúdio parece ter deixado de vez o recente histórico de empreitadas mal sucedidas para trás.

Para quem não conhece, ou não sabe, o novo longa, concebido pela diretora Cathy Yan, é encabeçado por um dos maiores fenômenos pop dos últimos anos, a personagem Arlequina, interpretada brilhantemente pela atriz Margot Robbie. O início conta a história de vida da personagem, desde o seu nascimento até os dias atuais, mostrando como a “palhaça do crime” tenta superar o traumático fim do relacionamento, completamente abusivo, que mantinha com o Coringa (Interpretado na época de Esquadrão Suicida pelo ator Jared Leto).

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Foto: Divulgação: Warner Bros

Em meio a esse panorama, os criminosos de Gotham City descobrem que a Arlequina não possui mais as regalias que tinha por ser a companheira do Mr. J (modo como a protagonista se refere ao ex, Coringa) e tentam simplesmente matá-la. Nesse turbilhão de emoções, o história da dela se cruza com as demais personagens.

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Embora seja um filme de equipe, que conta com a durona policial, Renne Montoya (Rosie Perez), a cantora e lutadora de rua, Canário Negro (Jurnee Smollett-Bell) e com a vingativa e com transtornos de raiva, Caçadora (Mary Elizabeth Winstead), boa parte da produção é voltada mesmo para a Arlequina, tendo suas companheiras como excelentes coadjuvantes.

Margot Robbie Aves de Rapina: Arlequina e sua Emancipação Fantabulosa [Crítica]
Foto: Divulgação

Aliás, nunca é demais exaltar o trabalho feito por Margott Robie, talvez a única pessoa que passou ilesa pela experiência que foi Esquadrão Suicida. É comovente ver como a atriz incorpora o jeito louco e suicida da Arlequina e como à artista se dedica a esse trabalho.

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Divulgação: Warner Bros

Um dos maiores acertos da produção, foi contar uma história mais “pé no chão“. Fugindo das grandes ameaças mundiais ou sobrenaturais, comuns em filmes desse tipo. Isso deixou o trabalho mais focado e certamente contribuiu para o bom resultado. No entanto, o ponto fraco do filme é justamente o vilão Máscara Negra, Interpretado pelo excelente Ewan McGregor. Mas um daqueles casos em que o antagonista serve apenas como trampolim para que o mocinho (nesse caso mocinhas) brilhe.

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Mas vamos falar das partes boas, que são muitas. Por exemplo, alguns elementos como a construção não linear da história, o fato da Arlequina narrar sua própria trajetória e a constante quebra da quarta parede (quando a personagem fala com o espectador) enriquecem a dinâmica do roteiro, que possui diálogos rápidos e certeiros, com uma ou outra piadinha sobrando.

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Foto: Divulgação Warner Bros

Por horas colorido, vibrante e com um tom quase que carnavalesco, o cenário de Aves de Rapina rapidamente contrasta com uma Gotham feia, suja e cinza. Os becos sem saída e as cenas ligeiras de perseguição dão uma sensação quase claustrofóbica em alguns momentos. Mérito da direção.

A trilha sonora é outro ingrediente que soma muito ao ritmo do filme, sobretudo na primeira metade dele. A maioria das músicas executadas por vozes femininas.

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Foto: Divulgação: Warner Bros

Vale destacar também, que a história aborda de maneira muito intrigante (mesmo que superficialmente) os bastidores do mundo do crime na cidade de Ghotam. Deixando ganchos para uma possível sequência.

No entanto, o grande destaque do filme, não poderia ser diferente, é o conceito girl power impregnado em cada cena. Arlequina e cia tem o tempo todo que conviver em um mundo dominado por homens, e, nesse contexto, elas nos mostram, com muito bom humor e boas doses de violência, que as mulheres tem um espaço enorme para ser conquistado. Em várias cenas é possível identificar essa construção, muito bem inserida, diga-se de passagem, pela direção competente de Cathy Yan. Esse é um filme dirigido por mulheres, protagonizado por mulheres e feito para as mulheres. O que naturalmente não impede nenhum homem de achar muito bom. Como é o caso desse que vos escreve.

O DIÁRIO DO RIO assistiu Aves de Rapina: Arlequina e sua Emancipação Fantabulosa a convite da Warner Bros.

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