Texto de Eli Ribeiro
Baco Exu do Blues, rapper baiano que chocou o mundo da música a menos de um mês ao vencer Grand Prix do Cannes Lion – um dos mais importantes do mercado publicitário – na categoria entretenimento para música, com o curta-metragem do disco “Bluesman”, superando nada mais nada menos que o casal Beyoncé e Jay-Z, com a megaprodução “Apeshit”, e dividindo o prêmio com o também muito elogiado pela crítica “ThisisAmerica”, do rapper ChildishGambino, constatou aquilo que já vinha lutando e criticando desde quando começou a ganhar notoriedade no cenário do rap nacional em 2016 com a faixa “Suicídio”: o rap brasileiro vai muito além da ponte aérea Rio x SP. E mais, provou que não estamos deixando nada a desejar para os gringos, o que já vinha sendo nítido mas faltava a confirmação, dada devido a importância do feito. O curta, dirigido por Douglas RatzlaffBernardt, engloba três das músicas do novo disco e foi produzido em parceria com a Coala.lab, AKQA, Stink e 999.
Sempre muito crítico, o rapper aponta mazelas sociais no curta, levantando questões a serem pensadas no que diz respeito às desigualdades social e racial presentes na sociedadecomo um todo, com seu já conhecido estilo de letras cruas e poéticas, usando de fortes metáforas para nos fazer lembrar que o rap continua sendo a voz do gueto e das ruas, mesmo que esteja passando por um momento mais “pop” devido à popularização do gênero. O que nos faz pensar também num rap ativo e compromissado com suas origens, pronto pra bater de frente com o sistema a qualquer momento, agora sendo ouvido por todos em todos os lugares, o que expande e explora ainda mais a luta. Máximo respeito!
Só para constar o nome da musica é “Sulicidio” que seria uma Critica ao rap do sul do Brasil , como se estivesse em declínio, já na matéria está escrito “suicidio”