As bancadas do PSOL e do PT na Câmara Municipal enviaram um ofício nesta segunda-feira, 22/06, para a secretária de Educação, Talma Romero Suane, indicando o não retorno das aulas na rede municipal devido a evolução da pandemia. O documento chega à prefeitura no mesmo dia em que está marcada uma audiência pública virtual sobre o tema, marcada para as 14h.
Os vereadores elaboraram o ofício em conjunto com o Sindicato Estadual dos Profissionais da Educação (Sepe-RJ), o Sindicato dos Professores do Município do Rio de Janeiro e Região (Sinpro), o Movimento de Mães, Pais e Responsáveis Pela Escola Pública Municipal Carioca (MovEM-Rio), o Movimento Inclusão Legal (MIL) e Trissomia do Amor 21. O documento apresenta um conjunto de argumentos contrários à prematura volta às aulas, como a falta de controle da epidemia na cidade, a subnotificação de dados, a ausência de testes em massa e de estrutura básica na rede para a retomada das atividades.
A rede pública municipal de educação do Rio de Janeiro é a maior da América Latina. Pelo site da SME há 1.542 escolas, 39.815 professores, 13.862 funcionários administrativos e 641.564 estudantes. Há, também, equipes extra quadro que fazem a limpeza das unidades. No interior das escolas mais de 700 mil pessoas convivem por longos períodos. Com o retorno das aulas, haveria ainda a circulação na cidade dos responsáveis que levariam suas crianças e jovens.
“Numa projeção básica, teremos mais de um milhão de pessoas de volta às ruas da cidade, em muitos casos utilizando transporte coletivo. Tudo isso se tratando somente dos impactos referentes à rede pública da cidade, sem contar as demais escolas e creches privadas. Trata-se de uma tragédia anunciada”, informa o documento.
Assinam o ofício os vereadores Babá, Leonel Brizola, Luciana Novaes, Marcos Paulo, Paulo Pinheiro, Reimont, Renato Cinco e Tarcísio Motta.