Dois turistas do Paraná que vieram ao Rio de Janeiro tiveram seus aparelhos furtados na última sexta (16/02), enquanto curtiam um noite na famosa Pedra do Sal, na região central da cidade. Um dos visitantes, de 28 anos, relatou que quando um deles foi ao banheiro, quatro mulheres se aproximaram dele para sambar. Simpático, ele interagiu até que elas se afastaram. Ao pôr a mão nos bolsos, o jovem percebeu a falta do celular.
Ao reencontrar seu amigo que foi ao banheiro, a dupla resolveu ir procurar as mulheres. Ao encontrá-las, perguntaram se elas haviam visto seu aparelho de celular.
– Nós as encontramos, mas decidi perguntar se elas não encontraram um celular, porque não poderia sair acusando. Elas ficaram ressabiadas. Não falavam coisas com coisa e saíram dali. Uma pessoa se aproximou e perguntou se tinham me roubado. Eu respondi que sim. Daí tudo aconteceu “, contou o rapaz à coluna da jornalista Vera Araújo, no jornal O Globo.
O turista conta que já havia desistido, quando um barraqueiro se aproximou dele e do amigo e indicou que eles fossem num galpão próximo, porque haveria a possibilidade de haver alguma informação sobre o aparelho.
– Aí foi tenso. Era um galpão grudado na Pedra do Sal. Era estranho, porque enquanto a roda de samba estava borbulhando de gente, o galpão estava vazio. Parecia um oásis. Na porta havia dois caras mal-encarados. Nós entramos um pouco, porque nos barraram. Aí falei que tinham levado meu celular. Foi quando vi quatro caras imensos no fundo do galpão, um era tipo 3 x 3, surrando um rapaz. Fiquei muito assustado, contou um dos turistas que completou.
– Eles surravam muito o cara, que era preto, e diziam: ‘Aqui é Pedra do Sal. A gente trabalhando honestamente aqui e você fazendo isso’. O moleque chorava. Eles buscaram cinco celulares e me perguntaram se algum era meu. Eu apontei para um deles e, de maneira grosseria, um deles mandou que eu desbloqueasse na frente dele. Desbloqueei. Eles me entregaram e agradeci. Quando eu estava saindo, voltaram a bater no moleque. Ele tentou olhar para mim, mas mandaram ele parar de me olhar e continuaram a bater. Foi bem tenso. Não sabia o que fazer.
Ao comentar o caso, um dos turistas, disse que um dos homens que agrediu o suspeito estaria usando uma camisa de facção criminosa do Rio.
– Um deles, acho que era o chefe, dizia para a pessoa que apanhava: ‘Aqui é Pedra do Sal. Aqui roubo não pode acontecer’. Agradeci a essa pessoa, mas acho que ele achou que eu queria dar dinheiro. Foi logo dizendo que ele queria ver as pessoas se divertindo na roda de samba sem ter problemas. Foi quando percebi que na camiseta dele estava escrito o nome de uma facção criminosa (Terceiro Comando). Saímos de lá preocupados, mas não sabíamos o que fazer.
Os turistas retornaram para o Paraná e, apesar da cena que assistiram, pretendem retornar ao Rio.
O DIÁRIO DO RIO entro em contato com a polícia para que pudesse comentar o caso, mas não obeteve resposta até o fim da matéria.