Biblioteca Parque exibe documentário sobre o início do movimento LGBTI+ brasileiro

Gravado entre 2017 e 2019, a produção conta com depoimentos de ativistas que atuaram nos estados do Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Pernambuco, Bahia, São Paulo, Sergipe e Ceará, nas décadas de 1970 e 80

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Teatro Alcione Araujo fica localizado dentro da Biblioteca Parque Estadual (Foto: Reprodução Governo do Estado)

Está em cartaz na Bliblioteca Parque, no Centro do Rio, o documentário “Quando Ousamos Existir”, que aborda, através de entrevistas, as trajetórias históricas do Movimento Social LGBTI+, desde sua emergência em plena ditadura militar até a participação nos debates da Constituinte, passando pelos anos iniciais da epidemia de Aids e das lutas contra a patologização da homossexualidade.

Por meio das narrativas de ativistas, revive-se a intensa luta político-cultural pela liberação e afirmação homossexual no Brasil até as primeiras ações de promoção da cidadania. Em mais de 40 anos, o movimento homossexual tornou-se LGBTI+, e suas transformações acompanharam e contribuíram para importantes mudanças na sociedade e na atuação do Estado brasileiro em defesa da democracia cidadã.

A Biblioteca Parque cumpre seu papel de fortalecer a cultura fluminense e ser uma verdadeira casa do Conhecimento e de todas as manifestações artísticas. Ter um documentário que retrata a luta histórica do movimento que luta por inclusão, igualdade e dignidade reforça o caráter da cultura de lutar pelas pautas mais plurais”, reforça a Secretária de Estado de Cultura e Economia Criativa, Danielle Barros.

Gravado entre 2017 e 2019, com ativistas que atuaram nos estados do Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Pernambuco, Bahia, São Paulo, Sergipe e Ceará, nas décadas de 1970 e 80, a equipe desafiou a extensão territorial brasileira para reencontrar algumas das pessoas que fundaram o movimento LGBTI+ brasileiro. Entre idas e vindas pelas estradas desse imenso país, reencontraram-se algumas das memórias em defesa da democracia e cidadania LGBTI+.

Entre os inúmeros entrevistados, todas as pessoas ativistas, como por exemplo João W. Nery, o primeiro homem trans a realizar a cirurgia de redesignação sexual no Brasil, em 1977, ativista pelos direitos LGBTI+, falecido em 2018; Rita Colaço, advogada, pesquisadora e ativista do Movimento LGBTI+ do Rio de Janeiro desde 1978 até o momento.

Além deles, Jorge Caê Rodrigues, professor do IFRJ, participou em 1980 do I Encontro Brasileiro de Homossexuais em São Paulo e atuou no Rio de Janeiro no Grupo Somos e depois foi para o Grupo Auê de Afirmação Homossexual, no início dos anos 80, Regina Fachinni, ativista de direitos humanos, pesquisadora do Núcleo de Estudos de Gênero Pagu (UNICAMP); Marcely Malta, coordenadora da ONG Igualdade – RS, travesti militante do Movimento Trans e de Direitos Humanos de Porto Alegre até Paulo Fatal, que integrou o Grupo Triângulo Rosa do Rio de Janeiro e um dos primeiros ativistas a se posicionar pelo enfrentamento à epidemia de HIV nos anos de 1980.

Ainda podemos citar João Silvério Trevisan, escritor e um dos ativistas fundadores do Grupo Somos de São Paulo, criado em 1978, juntamente com o escritor e professor da Universidade Federal da Bahia Edward MacRae e o professor da Universidade de Brown James Green.

Outro destaque é a participação da enfermeira e atual presidente da Associação da Parada de São Paulo Cláudia Regina, que foi participante em 1979 do Grupo Somos e Marisa Fernandes, que além do Somos fundou juntamente com outras lésbicas o Grupo de Ação Lésbica Feminista. Jovanna Cardoso, atual presidente do Fonatrans – Fórum Nacional de Pessoas Trans Negras, que iniciou a organização do movimento de pessoas trans no fim dos anos 70 e Luiz Mott, professor da Universidade Federal da Bahia e fundador do Grupo Gay da Bahia, em 1980, entre tantos outros.

A produção, que conta com roteiro e direção de Cláudio Nascimento e Marcio Caetanoé, é uma iniciativa universitária e ativista, sem fins lucrativos e a realização é do Centro de Memória João Antônio Mascarenhas, vinculado à Universidade Federal de Pelotas, Universidade Federal do Rio Grande, Universidade Federal do Espírito Santo e Grupo Arco-Íris de Cidadania LGBTI+ do Rio de Janeiro.

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