Tom Cardoso, autor de “Se não fosse o Cabral: A máfia que destruiu o Rio e assalta o país”, escreveu em uma rede social a respeito de um episódio, no mínimo, revoltante, no qual Sérgio Cabral agarrou, à força, Beth Carvalho por trás, a imobilizando e ainda perguntou se ela havia gostado.
Beth contou a história para Tom enquanto o jornalista e escritor fazia apurações para escrever o livro sobre o ex-governador. Contudo, a cantora pediu que a história só fosse revelada após sua morte.
Sérgio Cabral está condenado a 198 anos e seis meses. Até o momento são 32 processos: 29 na Justiça Federal — 28 no Rio de Janeiro e um em Curitiba — e três no Tribunal de Justiça do Rio.
Leia, na íntegra, o texto publicado no Facebook de Tom Cardoso:
Conto aqui uma passagem da minha entrevista com a Beth.
Na época, eu estava em plena apuração da biografia do Sérgio Cabral, filho de um dos melhores amigos de Beth, o velho Cabralzão, querido por toda a classe artística, sobretudo pelos sambistas.
Pois é, Cabralzão (re) descobriu Cartola e o Sérgio Cabral Filho político. Não sei se vai para o céu ou para o inferno.
Voltando ao papo com a Beth. Perguntei sobre Serginho Cabral, que pode ser condenado a quase 500 anos de prisão, o dobro de Fernandinho Beira-Mar.
Ela pediu para eu desligar o gravador.
Contou que, durante um desfile na Sapucaí, no começo dos anos 80, alguém a agarrou por trás, com força. Ela tentou abrir os braços, mas não conseguiu. Imobilizada durante alguns minutos, tentou gritar, em vão, em meio à batucada. Quanto mais ela gritava, mais o cara a encochava. Só foi solta pelo abusador depois de ouvi-lo sussurrar no seu ouvido:
– Vai me dizer que você não gostou?
Ela reconheceu a voz do menino que viu crescer. Era Serginho Cabral.
Beth nunca contou a Cabralzão e pediu para eu não colocar nada no livro.
– Depois que eu morrer, você conta.