O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) anunciou, nesta quarta-feira (2), a liberação de R$ 50 milhões em apoio não reembolsável à reconstrução do Museu Nacional, vinculado à Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Com esse novo aporte, o total de recursos destinados pelo banco à recuperação do museu atinge R$ 100 milhões.
Os valores fazem parte do BNDES Fundo Cultural e somam-se às operações anteriores realizadas em 2018 e 2020, nos valores de R$ 21,7 milhões e R$ 28,3 milhões, respectivamente. O novo investimento dará continuidade às obras de restauração do Paço de São Cristóvão, sede do museu, além da reforma da Biblioteca Central e ações voltadas à divulgação e sustentabilidade da instituição.
“Em novembro do ano passado, durante a cúpula social do G20, assumimos publicamente o compromisso de botar o Museu Nacional novamente de pé”, afirmou o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante. “O governo do presidente Lula está comprometido com o resgate da cultura, tão duramente perseguida em outros tempos, e o Banco faz parte desse esforço”, acrescentou.
O diretor do Museu Nacional, Alexander Kellner, lembrou que o apoio do BNDES antecede o incêndio de 2018. “No dia 6 de junho daquele ano, foi assinado o primeiro aporte de R$ 21,7 milhões. Após o incêndio, o BNDES seguiu conosco, sendo flexível na readaptação do projeto. Consideramos esse apoio um exemplo de compromisso com o país”, declarou.
O reitor da UFRJ, Roberto Medronho, também celebrou a notícia. “Essa conquista é resultado do trabalho incansável do ministro da Educação, Camilo Santana, e do comprometimento pessoal do presidente Lula, que tem se empenhado na reconstrução do Museu o mais rápido possível”, afirmou.
O investimento reforça os avanços do Projeto Museu Nacional Vive, parceria entre diversas instituições públicas e privadas para devolver ao Brasil o seu primeiro museu e principal instituição científica do século XIX. “Esse gesto de confiança no trabalho realizado até aqui estimula outras instituições a também se somarem a este projeto tão desafiador e histórico”, disse Hugo Barreto, representante do comitê executivo do projeto e diretor-presidente do Instituto Cultural Vale.
Fundado em 1818 por d. João VI, o Museu Nacional é considerado a mais antiga instituição museológica e científica do país. Instalado desde 1892 no Paço de São Cristóvão, na Quinta da Boa Vista, o museu possui um acervo de destaque na América Latina, com peças egípcias, greco-romanas, fósseis, coleções etnográficas indígenas e afro-brasileiras, além de itens científicos das áreas de antropologia e ciências naturais.
Entre os itens mais emblemáticos recuperados está o fóssil de “Luzia”, considerado o mais antigo já encontrado na América do Sul, com cerca de 13 mil anos. A peça é fundamental para os estudos sobre a origem do povoamento nas Américas.
Aplicar recursos em ciência, história e cultura não é gasto, é investimento.
Parabéns!
Teria ficado muito mais barato se antes tivessem cuidado das manutenções básicas e de rotina, incluindo pequenos reparos.
Não teria acontecido aquele trágico incêndio, e estaríamos desfrutando o Museu de maneira ininterrupta e sem perda de preciosos acervos.
Será que os gestores agora entenderam, e aprenderam a lição? Torçamos para que sim!