BNDES vai propor ações em 75 prédios públicos para revitalizar o Centro do Rio

O projeto ‘Masterplan’, em parceria com a Prefeitura, pretende desenvolver as áreas que abrange o Centro Histórico, o Porto Maravilha, a região da Leopoldina e seus arredores. O trabalho está previsto para ser concluído no primeiro semestre de 2023 e tem um orçamento de R$2,094 milhões

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Foto: Divulgação

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) definiu o consórcio encarregado de formular a proposta para transformação do Centro do Rio de Janeiro a partir da revitalização de 75 imóveis públicos existentes na região. O Masterplan, nome técnico usado para se referir ao projeto, em parceria com a Prefeitura do Rio, vai planejar o futuro do bairro em todos os seus aspectos. A pretensão, neste caso, é estabelecer um marco no desenvolvimento da área que abrange o Centro Histórico, o Porto Maravilha, a região da Leopoldina e arredores.

O trabalho está previsto para ser concluído no primeiro semestre do ano que vem, 2023, e tem um orçamento de R$2,094 milhões. Concluído o estudo, o banco vai procurar os responsáveis pelos imóveis analisados e propor a estruturação conjunta dos projetos propostos.

Fabio Abrahão, diretor de Concessões e Privatizações do BNDES, afirma que a preocupação do Banco é de “fazer algo que não vire apenas um pedaço de papel, mas sirva de ponto de partida para que entes públicos e investidores tenham mais segurança para, a partir desse planejamento, usar esses ativos imobiliários como motor de desenvolvimento e revitalização do Centro de forma integrada com outros projetos que já estão em curso”.

Imóveis

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A lista completa dos imóveis não foi divulgada, mas o BNDES citou, entre dezenas de propriedades do município, do estado e da União, o novo prédio do Banco Central, na região do Porto Maravilha, o Palácio Itamaraty, a Estação Barão de Mauá, na Leopoldina, e até terrenos vazios, a exemplo de um estacionamento na Avenida Senhor dos Passos e da área entre o BNDES e a Rua da Carioca — que, há tempos, chegou a ser cogitada para abrigar um anexo do próprio BNDES. Há ainda as chamadas “áreas de interesse”, como o entorno da Central do Brasil e a Lapa.

O masterplan incluirá a elaboração de estudos de urbanismo e de arquitetura, levantamento do arcabouço legal e jurídico envolvendo a situação dos imóveis e os passos necessários para viabilizar possíveis intervenções.

Vencedor

O consórcio vencedor também deverá realizar uma averiguação da legislação sobre aspectos urbanístico, ambiental, do patrimônio histórico, artístico e cultural que possam implicar em restrições ao uso, além de, segundo a minuta, levantar, analisar e identificar pontos de aprimoramento na legislação relacionada ao projeto que estejam em discussão na Câmara de Vereadores.

“A ideia é que o masterplan aponte se uma determinada área pode ser melhor aproveitada com a criação de um parque ou uma praça, por exemplo, enquanto outra pode funcionar melhor com empreendimentos de hotelaria ou novas residências. É algo com potencial para transformar o entorno desses pontos e, por extensão, do bairro como um todo”, explica Osmar Lima, chefe do departamento de ativos imobiliários do BNDES.

Jorge Arraes, secretário municipal de coordenação governamental, indica que o masterplan dialogará com projetos do município como o Reviver Centro e o Porto Maravilha.

A gente acha que se encaixa muito bem, não se trata apenas de um grande leilão de imóveis, se fosse isso perderia sentido. A premissa é que tenhamos diretrizes urbanísticas que conversem com o que pensamos para o Centro“, diz o secretário. Ele ainda reforça que o principal foco da prefeitura é a utilização residencial do bairro.

Marcelo Haddad, CEO da Aliança Centro-Rio, associação que reúne empresas imobiliárias e investidores com mais de 50 edifícios no Centro, alega que a entrada do BNDES em um projeto destinado a repensar a região é uma oportunidade única que tem um potencial de ajudar a destravar investimentos nas áreas centrais da cidade.

O BNDES é uma instituição com um peso enorme e pode usar a sua capacidade de mobilização para que as questões fundiárias, por exemplo, sejam desbloqueadas. Os investidores temem a insegurança jurídica ao lidar com ativos públicos e o banco pode usar a sua capacidade de integração com os órgãos de governo para atuar na aceleração dos processos, isso é fundamental”, acredita o executivo.

Para o arquiteto e urbanista Washington Fajardo, que foi secretário municipal, “o Reviver Centro tem atuação sobre os imóveis privados comerciais, e tem sido bem sucedido na proposta de convertê-los em moradia, aumentando significativamente a oferta de estique residencial na área central. Essa iniciativa do BNDES, que pude colaborar na definição, será muito importante para o equacionamento de imóveis públicos, infelizmente ou ociosos ou subutilizados. Tem impacto crítico no Centro do Rio por causa da nossa história como capital. Fiquei especialmente contente de ver que adotaram minha sugestão de uso de metodologia de masterplan para o conjunto e sua análise. Isso é muito usado em outros países e ajuda a criar uma visão compartilhada e integral para o futuro urbano e imobiliário do Rio. Oxalá vire um case de sucesso”.

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2 COMENTÁRIOS

  1. O BNDES já debandou para a nova administração? Pelo visto está trocando o DE de sua sigla pelo S, só que em vez de investimentos que geravam impostos condicionados a garantia de empregos quer enterrar $$$ em revitalização de imóveis públicos como impulsionador da ocupação do centro com uma função digamos social, atraindo pessoas que já não conseguem pagar suas contas de custeio. Não seria melhor detalhar que que vão criar um consórcio (que por não ter personalidade jurídica ou capacidade patrimonial próprios, é interessante pois varias empresas se unem com interesses comuns apurando apenas o % dos resultados) para tocar mais uma PPP investindo grana pública em bens subutilizados do próprio governo para alavancar o risco investimento do setor privado que não quer correr mais riscos nas ações malsucedidas na região? É bom já irmos nos acostumando.

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