Lotado de pessoas infectadas pelo Coronavírus, com muitas em estado grave, o Hospital Ronaldo Gazolla, referência no combate à pandemia no Rio de Janeiro e localizado em Acari, na Zona Norte da cidade, já tem uma situação preocupante semelhante à de outros locais do mundo. A informação é do coordenador da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) da unidade hospitalar, Sandro Oliveira.
“Hoje nós estamos com os leitos [do Ronaldo Gazolla] totalmente ocupados com pacientes extremamente graves. Essa é uma realidade a nível mundial. O perfil de gravidade no Brasil é o mesmo do que na Europa, Estados Unidos”, disse Sandro.
Ex-presidente da Sociedade de Terapia Intensiva do Estado do Rio de Janeiro e com mais de 12 anos à frente de UTIs de diversos hospitais do RJ, Sandro detalhou o processo de gravidade e evolução da Covid-19 e o nível de exigência dos profissionais que estão no comando da situação para tratar do vírus.
“Não há estrutura, realmente, de saúde para atender a essa demanda toda. É uma doença de alta transmissão, de fácil transmissão. Nós temos aquele grupo de pacientes que tem manifestações mais brandas [dos sintomas], um grupo de pacientes que tem manifestações respiratórias mas que não é são tão severas e um outro grupo de pacientes que exibem uma manifestação severa e que demanda muito não só de UTI, mas de um grande recurso que envolve a estrutura hospitalar”, detalhou Oliveira.
Sandro também fez questão de enfatizar que o Coronavírus é diferente de tudo que já vimos até hoje e que as infecções graves progridem muito rapidamente.
“Os pacientes são muito graves. Eles se tornam muito graves de uma forma muito rápida. Isso exige da equipe médica estudo constante, já que trata-se de uma doença nova com a qual o Brasil começou a ter contato há pouco mais de 1 mês”, disse ele.
O médico ainda fez questão de ressaltar que a doença atinge a todas as idades, e não é preocupante somente aos grupos de risco.