Na semana passada, mais precisamente no dia 07/02 (sexta-feira), a banda carioca Braza lançou seu novo trabalho, intitulado de ”Braza Remixes Vol. 1”.
Neste disco, 10 canções da carreira do quarteto formado por Danilo Cutrim (guitarra e voz), Vitor Isensee (teclado e voz), Pedro Lobo (baixo e voz) e Nícolas Christ (bateria) foram remixadas por 10 produtores amigos e escolhidos ”a dedo” pela banda.
Confira as 10 músicas do ”Braza Remixes Vol. 1” e seus respectivos produtores:
- 1 – ”Liquidificador” (Gabriel DuSouto Remix)
- 2 – ”Segue o Baile” (Ruxell Remix)
- 3 – ”Chama” (Papatinho Remix)
- 4 – ”Ande/Ela Me Chamou Para Dançar Um Ragga” (Mateo Remix)
- 5 – ”Easy Road” (Buguinha Dub)
- 6 – ”Exército Sem Farda” (Victor Rice Remix)
- 7 – ”Normal” (SirSir Remix)
- 8 – ”Fé no Afeto” (Tropkillaz Remix)
- 9 – ”Racha a Canela” (DJ Flavya Remix)
- 10 – ”Selecta Dub” (DJ Mangaio feat Jef Rodriguez)
O álbum de releituras é o 1º do grupo neste quesito. Até então, a banda havia lançado 3 discos de inéditas: ”Braza” (2016), ”Tijolo por Tijolo” (2017) e ”Liquidificador” (2018).
Tecladista e uma das vozes do Braza, Vitor Isensee conversou com exclusividade com o DIÁRIO DO RIO sobre o novo trabalho do grupo. Confira.
1) Foram 3 álbuns autorais até hoje, totalizando 27 músicas inéditas. Como foi, entre vocês, o processo de escolha das 10 canções que compõem o ”Braza Remixes Vol. 1”? Dá para citar alguma muito querida que ficou de fora?
”A gente escolheu essas 10 músicas de uma forma dinâmica. Pra falar delas, tem que contextualizar a ideia do disco de remixes. A gente já tinha essa ideia desde que o Braza começou. A gente é muito fã dessa coisa de remixar, de reinterpretar, de um artista fazer versões de músicas que já existem. Eu acho que remix se trata disso, pegar um olhar de alguém sobre uma coisa que outra pessoa fez e trazer uma ‘roupa nova’ para aquilo, trazer uma cara que a pessoa que originalmente criou talvez não tivesse imaginado.
E a gente ficou contente demais com esse olhar novo sob as nossas músicas. É muito interessante ver como cada pessoa interpreta aquilo ali e coloca da sua forma. E na hora de escolher as 10 músicas, já tínhamos uma noção. Para alguns produtores, já chegamos dizendo: ‘Pode ser essa ou essa’.
O Papatinho, por exemplo, a gente colocou pra ele ‘Chama’ e outra que tinha a ver com o universo rap, no qual ele trafega. A gente deu algumas opções. O Victor Rise, que é um mestre do reggae e do dub, a gente ofereceu algumas opções de músicas que tinham mais a ver com esse universo dele. E não é que nós tenhamos escolhido as 10 músicas. Fomos dando a eles as opções e a partir das escolhas deles fomos montando o repertório. Músicas que, a princípio, a gente nem acreditou que estariam no disco.
Por exemplo, ‘Racha a Canela’ foi a DJ Flavya que fez, foi uma escolha dela, e pra nossa surpresa ficou muito legal, a música entrou. E, por outro lado, músicas que nós tínhamos imaginado, como ‘Chão Chão Terra Terra’, que eu gosto muito, que acho que é até um ‘lado b’ do Braza mas que dá um belo remix, acabou não entrando no disco.
O fato da gente ter lançado o disco como ‘Braza Remixes Vol. 1’ mostra que a nossa ideia é fazer uma série de remixes, tanto de músicas que não entraram nesse álbum agora quanto de músicas que a gente ainda nem compôs, que ainda nem lançamos, e que possam vir a surgir.”
2) E os produtores parceiros nesse novo álbum? Como foi o entendimento de que cada um ”combinava” com tal canção?
”Nosso critério para convidar os produtores foi muito baseado na nossa afinidade pessoal, pessoas com quem já tínhamos contato e amizade, assim como admiração pelo talento das pessoas, o que ela teria para agregar com sua bagagem musical.
Pra gente entender qual música combinava com cada um, passou um pouco por isso. Por exemplo: quando pensamos no Tropkillaz, fomos nas músicas que tinham um pouco mais de ‘power’, ou uma veia mais pulsante, quase um rock n’ roll. Mostramos para eles ‘Fé no Afeto’, que é uma música que tem muito peso, bastante força, e eles curtiram a ideia. Enfim, tentamos sugerir as canções de acordo com a expertise das pessoas envolvidas. Foi mais ou menos esse o critério.”
3) Como vocês mesmo descreveram, o ”Braza Remixes Vol. 1” mescla versões mais dançantes com outras mais ”viajantes”. Como foi distinguir o que cada uma pedia?
”Esse trabalho não foi nem muito nosso, mas sim dos produtores. Por exemplo, quando o Gabriel DuSouto pegou a ‘Liquidificador’, que originalmente é um afrobeat, e levou para o universo do funk, foi extremamente feliz, pois conseguiu tirar a música de um lugar e levar a outro de maneira incrível, numa versão super dançante. Mas foi uma escolha dele, do produtor.
A mesma coisa se pegar o remix do DJ Mangaio e do Jef Rodriguez, que fizeram a música ‘Selecta’. Acho que eles levaram a música para um lugar mais viajante, num sentido que ela é dançante, mas se comparada à versão original, ela não tem aquele apelo tanto de dança, mas sim mais de reflexão, por exemplo.
Então, esse trabalho de entender o que a versão pedia ou para onde podia ser levada, ficou muito a cargo dos produtores mesmo. Acho que, inclusive, isso é uma característica de um trabalho de remixes, né? A gente, que criou a obra originalmente tem que estar disposto a se desapegar do que achamos que pode ser ou o pensar de que a música pede tal coisa. Enfim, quem vai dizer isso é quem tá produzindo. Nós compusemos e entregamos para alguém que vai trazer um novo olhar sobre isso. Acho que essa é a grande magia do remix, o olhar que alguém tem sobre a obra de outra pessoa.”
4) Para os shows futuros, a ideia é manter as versões originais das músicas ou tocar os remixes?
”Cara, bem pertinente essa pergunta. É uma coisa até engraçada, pois nem estávamos pensando muito nisso, mas assim que o disco foi ficando pronto, e a gente foi ouvindo as versões, fomos pensando que havia coisas que poderíamos assimilar e colocar no show. Ainda não fizemos, mas, por exemplo, ‘Segue o Baile’, que é uma música onipresente nos shows do Braza, a versão do Ruxell, que fez o remix dela, tem um riff de um sintetizador que parece uma flauta. Ele criou um riff que não existia na música original e que tem um apelo muito forte. Então, a gente já tá super pensando em ensaiar pra passar a tocar nos shows com esse riff. Não vai ser exatamente a versão do Ruxell, mas também já não é a nossa versão original.
Então, acho que isso é um pouco da beleza da música. Música é um lance vivo, que vai se transformando. Eu mesmo, quando vou a shows de artistas que admiro, gosto muito de ver isso, o artista ao vivo trazendo ideias que não necessariamente estão na gravação original, incluindo ali uma novidade, uma frase de guitarra, ou de outro instrumento, que não tem na versão original. E acho que esse disco de remixes vai trazer muitas ideias pra gente incorporar nos shows, já estamos trabalhando nisso. Quem viver, verá.”
5) Por fim, um recado aos fãs em relação ao que vem pela frente em 2020.
”Aproveitar que o ano ainda está começando para desejar muita saúde e muita paz, jogo de cintura, cabeça no lugar, e, enfim, fé no afeto. Esse é o nosso recado, sempre. E da nossa parte, já estamos trabalhando no nosso próximo disco de inéditas, o 4º trabalho de inéditas da banda, e a previsão é de ser lançado no meio do ano.
O que dá para dizer até agora é que são em torno de 9 ou 10 músicas novas, com a maioria já estando quase pronta. Temos bastante shows para fazer e já estamos com a cabeça nesse disco novo. Mas ainda divulgando muito o disco de remixes, que acho que é algo que vai dar muito o que falar, com músicas com potencial para levar a mensagem do Braza a lugares que a gente ainda não tinha conseguido chegar, justamente porque quando você coloca uma roupa de banho em alguém que sempre usou terno e gravata, você consegue dialogar com as pessoas que sempre usaram roupa de banho, e vice e versa.
Então, estamos focados em divulgar o disco de remixes e, ao mesmo tempo, já trabalhando e entrando em estúdio para, no meio do ano, lançar esse disco de inéditas. É isso, vamo que vamo, fé no afeto, tamo junto, a terra é redonda e a vida é bonita!”
O ”Braza Remixes Vol. 1” está disponível no YouTube e em todas as plataformas digitais, como Spotify, Deezer e outras.
Show em parceria com a Rádio Mood FM neste sábado no Rio Beach Club
E neste sábado (15/02), apesar da perspectiva de tempo nublado, segundo a previsão do tempo, a expectativa é de clima bem lá no alto e ”quente” – com o perdão do trocadilho.
Isso porque o Braza faz apresentação voltada à atmosfera real de verão carioca em lugar mais do que propício a isso, o Rio Beach Club, na Ilha da Coroa, Barra da Tijuca, Zona Oeste da cidade.
Marcado para às 17h, o show é organizado pela Mood FM e será transmitido ao vivo, através do dial (104,5), do site e do aplicativo oficial da rádio.
Para aqueles que não se contentam em ouvir a transmissão de casa ou de outro lugar, há possibilidade de estar presente na apresentação. A Mood FM disponibilizou promoção no Instagram oficial da rádio, onde é necessário seguir o perfil, marcar 3 amigos no post de divulgação do show e contar com a sorte.