Toda a imprensa destacou nos últimos dias a iniciativa do Governador Sérgio Cabral de reduzir em 50% o valor do Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) no que diz respeito aos veículos das empresas de ônibus.
Quando fazemos a conta levando em consideração a enorme quantidade de ônibus possuídos por essas empresas, percebemos que elas terão uma economia de milhões de reais. Parece que Cabral é um bom amigo, assim como Eduardo Paes, que prorrogou os contratos de concessão do sistema de ônibus do Rio de Janeiro sem cobrar nenhum centavo.
Contudo, a questão dos milhões de reais que deixarão de entrar nos cofres públicos não é a única a ser analisada. Vale também ressaltar que estas empresas não merecem este benefício pois prestam um serviço de péssima qualidade.
Os ônibus, sejam municipais ou intermunicipais, são em sua maioria velhos, desconfortáveis, quentes, sujos, inseguros e poluentes. Além disso, estão sempre lotados, atrasados e mal conservados. Sem contar que diversas linhas deixam de circular sem justificativa, deixando o usuário na mão.
Em resumo, o PMDB do Rio de Janeiro parece querer, ao invés de fiscalizar e cobrar um serviço de qualidade, facilitar ainda mais os astronômicos lucros dos barões do sistema de ônibus fluminense e carioca.
Enquanto isso, o IPVA cobrado dos cidadãos, que sofrem com esse sistema e já pagam uma carga tributária pesada, nunca deixa de subir. Ao mesmo tempo, a manutenção das vias públicas, suposto alvo dos recursos do IPVA, sempre deixa a desejar.
Parece que Luiz Fernando Pezão, candidato do PMDB ao governo do Rio, terá muito trabalho para convencer os eleitores de que merece um voto de confiança.