Na última sexta-feira (7), a Frente Parlamentar em defesa das instituições de ensino federais e estaduais da Câmara do Rio promoveu um debate público, para ouvir as demandas da comunidade universitária da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e entender a atual situação da instituição.
A ação contou com a presença de parlamentares, professores, estudantes, movimentos grevistas e do reitor Roberto Medronho, para debater sobre o déficit financeiro enfrentado por conta da falta de repasse de verba adequada pelo Governo Federal.
Atualmente, a universidade não se encontra em greve, mas a comunidade tem se preocupado com um possível fechamento por problemas financeiros. Estudantes, servidores e técnicos cobram melhores condições, incluindo reajustes salariais, maior investimento em bolsas de pesquisa na instituição federal, manutenção das dependências universitárias, além de pedirem a continuidade do pagamento dos auxílios permanência aos estudantes.
Presidente do colegiado, a vereadora Luciana Boiteux (PSOL) explicou como o legislativo municipal pode contribuir com a universidade, que é regida em âmbito federal. Segundo a parlamentar, a ideia é que a Câmara possa dar visibilidade ao assunto e ajudar na articulação entre parlamentares e demais sindicatos e coletivos.
“Esperamos que a Casa possa ser esse local de encontro, de articulação política e fortalecimento. A gente entende que a saída é o diálogo e a pressão pela reabertura de negociações em Brasília”, expõe a vereadora.
Em sua fala, Roberto Medronho, reitor da UFRJ, afirmou que a universidade enfrenta hoje uma grande dificuldade de arcar com os custos para o seu funcionamento, fruto de um passivo acumulado ao longo de anos.
“Nos últimos quatro anos passamos por um estrangulamento que gerou um enorme passivo, acumulado e agravado. Lutamos por verba para continuar formando estudantes de forma digna e contribuir para o desenvolvimento da sociedade por meio do ensino, da pesquisa e da extensão”, disse o reitor.
Segundo o gestor, as despesas mínimas para o funcionamento da universidade giram em torno de R$ 500 milhões, mas atualmente o quadro é de uma insuficiência de R$ 176 milhões em recursos de custeio. Os gastos incluem o pagamento de servidores, auxílios para estudantes, contas, manutenção de prédios que sofreram danos estruturais, entre outros.
Aluna do 5° período de Dança, Melanie Zmorzynski falou sobre as dificuldades enfrentadas por alunos de seu curso e de Educação Física, que atualmente se encontram sem aula. Segundo a estudante, o motivo foram dois desabamentos ocorridos no prédio que abriga os cursos.
“Não foi para isso que todos os alunos passaram no vestibular, esperando ingressar em uma das maiores universidades do país, para acabarem sendo impedidos de estudar por problemas estruturais”, desabafou.
Também foi dada fala a diversos outros participantes, incluindo o vereador Pablo Mello (Rep); o deputado federal Tarcísio Motta (PSOL); a diretora do Sindicato dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes), Joanir Pereira Passos; a representante do Comando Local de Greve dos Técnicos, Marta da Silva; e diversos membros do corpo docente e discente da UFRJ. Em seus comentários, os presentes falaram sobre a necessidade da abertura de negociação com o Governo Federal e da recomposição salarial dos servidores e técnicos.
Universidade é para formação de excelência, profissionais requisitados no mundo todo.
Parem de fazer política . Morei na ilha há 40 anos atrás, passava por ali todo dia , aqueles esqueletos de prédio continuam até hoje do mesmo jeito.Fora todos os políticos, sanguessugas da sociedade.
Uma boa sugestão para alguns cursos da UFRJ, especialmente estes sem os hubs tecnológico e mais artísticos, seria abandonar a Ilha do Fundão e levar as atividades para prédios no Centro do Rio e zona Portuária. Deixa a Ilha para os tecnológicos, uma vez que há parcerias relevantes lá, como o Cenpes (Petrobras).
Dá pra aproveitar a quantidade de terras pra construir conjuntos habitacionais relevantes.
Cursos que não tem rentabilidade no mercado, nem atração de empresas, precisam ir para o Centro do Rio, em parceria com a prefeitura. Todo mundo sairia ganhando.
176 milhões? Dinheiro de pinga.
Acaba com essa bizarrice de Teto de Gastos, mais conhecido como bigornas do progresso e desenvolvimento e o pagamento dessa dívida se torna possível.
O Brasil tem demandas de um país continental. Demandas robustas, de uma população imensa. Não dá pra querer ficar fazendo superavit a custa do progresso e desenvolvimento.