A sessão desta quarta-feira (26) na Câmara Municipal do Rio de Janeiro, inicialmente com pauta esvaziada e com o plenário quase vazio por conta de um evento externo, acabou marcada por um intenso embate político entre vereadores do PL e parlamentares da esquerda, após declarações sobre o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro no Supremo Tribunal Federal (STF).
Durante sua fala na presidência da sessão, a vereadora Maíra do MST (PT) afirmou que “estamos vendo golpistas sentados no banco dos réus” e classificou os atos de 8 de janeiro como “a última tentativa de golpe de Estado de Bolsonaro e seus amigos”. A declaração provocou reações imediatas da bancada do PL, que usou o espaço para contestar o discurso.
O vereador Dr. Rogério Amorim, líder do PL na Casa, respondeu de forma contundente: “Lamento o discurso anterior da vereadora que tem pouco a apresentar em termos de trabalho e ainda carrega no nome um grupo terrorista”. Amorim também criticou o julgamento em curso no STF, que classificou como “pífio, midiático e repleto de irregularidades”, e questionou as acusações contra o agronegócio. “Curioso que se culpe quem sustenta esse país enquanto se protege invasores de terra e depredadores de patrimônio”, declarou.
O também vereador Rafael Satiê (PL) classificou o discurso da petista como “covarde e leviano”, afirmando que “Bolsonaro não botou dinheiro na cueca, não desviou no mensalão, não roubou da Petrobras nem destruiu os fundos de pensão. Quem fez isso foi o partido da vereadora”. Satiê reforçou ainda a ligação histórica de Bolsonaro com o Rio de Janeiro: “O bolsonarismo nasceu aqui. E aqui, ele será defendido. Não por conveniência, mas por justiça”.
Durante uma participação remota, o vereador Leonel de Esquerda (PT) atribuiu erroneamente o julgamento atual ao caso das joias, o que gerou nova resposta de Satiê: “Bolsonaro não foi condenado por causa das joias. Quer lacrar? Dá um Google. Estuda a matéria, Leonel. Você tem 30 assessores para isso”, ironizou.
Mesmo com a ausência de temas votados, a sessão evidenciou o clima polarizado no Legislativo carioca. Enquanto a esquerda usou o espaço para criticar o ex-presidente, a bancada do PL demonstrou disposição em manter a defesa pública de Bolsonaro, em um cenário político cada vez mais marcado por embates ideológicos.