Para quem imaginava que a desordem urbana tinha limites na Rua Uruguaiana, no Centro do Rio de Janeiro, há novidades.
A famosa rua de comércio que reúne os principais magazines da cidade e lojas de departamentos e linha branca, assim como moda popular, foi completamente abandonada pelo poder público desde as últimas eleições municipais.
Com a eleição de Marcelo Crivella, a camelotagem recebeu carta branca e tomou conta de todo o Centro do Rio. Mas a situação ficou grave mesmo na Uruguaiana, onde não se pode sequer caminhar sem tropeçar nos vendedores de mercadorias falsificadas de todo o tipo. Além da ocupação do espaço público, a mercadoria oferecida é criminosa.
Mas o que parecia que não podia ficar pior, ficou. Agora, antigas bancas de jornais que estavam fechadas começaram a ser ocupadas pelos camelôs. É o caso da banca localizada em frente à Leader, na Uruguaiana, nº 55.
Segundo José Paz, que se identificou como comerciante da área, uma banca foi transformada em loja de bolsas, carteiras, e um sem limite de mercadorias, “lógico, vendidas sem nota fiscal”, afirmou.
Os comerciantes do local estão indignados. Segundo Valdemar Barboza, gerente do Shopping Paço do Ouvidor, ”Os lojistas reclamam porque este pessoal vende mercadorias muito parecidas, sem pagar impostos e sem dar nota fiscal e nem garantia’‘.
O proprietário de uma das antigas “bancas de jornal”, na Rua Uruguaiana, Wiliam Ferreira, contactou o DIÁRIO DO RIO informando que sua banca trabalha com nota fiscal. Porém, não explicou porque sua banca descumpre a lei 3.425/2002, vendendo itens que não são permitidos pela legislação.
O uso e instalação de bancas de jornal no município do Rio de Janeiro é regulado pela lei 3.425/2002, que estabelece penalidade de perdimento de todas as mercadorias que sejam vendidas por bancas e que não estejam compreendidas dentre aquelas citadas na lei. A lei é bastante clara, e não permite venda de qualquer peça de vestuário ou acessórios de couro. Além disso, a lei proíbe expressamente que haja mais de uma única banca de jornal a cada 400 metros. As bancas da foto estão a menos de 10 metros uma da outra.
Os camelôs dominaram tudo, estamos precisando de um choque de ordem. Mas se preparem, porque quando a guarda municipal for obrigada a trabalhar, vai ser pancadaria pra todo lado. Vai ser difícil voltar a normalidade.