A Caminhada Criativa “O Rio de Debret”, realizada pelo Papo de Guia, tem como objetivo contar a história do pintor francês, assim como mostrar paralelos entre o Rio eternizado em suas aquarelas e o Rio contemporâneo.
Existe uma visão fantasiosa da estadia dos franceses no Rio, perpetuada pelo incontestável legado dos artistas, porém, a realidade é que os franceses enfrentaram dificuldades no estabelecimento na cidade, assim como para exercer seu ofício. A constante disputa com os portugueses, devido a diferente visão e escola artística, resultou em atrasos na instalação da atual Escola de Belas Artes. A desavença era tanta que, Henrique José da Silva, diretor da então Academia Imperial de Belas Artes, chegou a esconder as chaves do ateliê de Debret por meses, e escreveu um regulamento que impedia os alunos de avançaram facilmente de suas aulas, impedindo que os professores franceses pudessem trabalhar. O local onde funcionou a Academia, hoje é a Travessa Belas-Artes, um dos pontos visitados na caminhada criativa.
Em meio ao caos, Debret registra em suas aquarelas o Rio de Janeiro do povo, trabalho que ele já tinha desenvolvido anteriormente, na Itália, em pequenas gravuras, como mostra um exemplar guardado na Biblioteca Nacional de Paris, com o título “Costumes Italiens, dessinés à Rome”, de 1809. Com olhar para o cotidiano, Debret registra as diferentes atividades e costumes do cotidiano carioca no período de sua estadia, entre 1816 e 1831.
Como o quadro “Vendedoras de aluá, de limões doces, de cana, de manuê e de sonhos“, em que o artista retrata as quitandeiras do Rio, que vendiam diferentes quitutes pelas ruas do Rio. Na rua da Quitanda, que possui esse nome em homenagem a essa famosa classe de escravas, conta-se a descrição que Debret escreveu para essa aquarela, em que descreve sobre a comida que era vendida, assim como o preço e a forma, como o manuê:
“O manuê é um folhado recheado de carne, bastante suculento e bom para comer-se quente; por isso a vendedora de manuê tem todo o cuidado de cobrir sempre o tabuleiro com uma toalha e uma coberta de lã. Como esse petisco burguês só se faz com os restos do jantar do senhor, o escravo só o vende a noite. Cada pequena empada se vende por dois vinténs.”
A caminhada criativa começa às 11h em frente o Teatro João Caetano, e ainda conta com parada no Café do Bom, Cachaça da Boa, que até hoje vende exemplares das gravuras do Debret, e termina na abertura da exposição “Tudo aqui já foi um sonho” de Ahzuli, no Bacorejo.
O valor integral do ingresso é R$40, porém professores, estudantes, maiores de sessenta e menores de doze anos, pagam R$35. Aniversariantes com acompanhante, e menores de dez anos, não pagam. Se o pagamento for por pix ou transferência, tem mais 5% de desconto.
As vagas são limitadas, portanto, o ideal é comprar o ingresso através do site www.papodeguia.com.br ou entrar em contato pelo whatsapp (21) 980912606.