É bom criticar a Prefeitura do Rio pelas trapalhadas na condução da Rio 2016 mas também precisamos elogiar quando acerta e esse é o caso do Campo Olímpico de Golfe. A revista americana Golf Digest, a mais importante publicação de golfe do mundo, concedeu ao Campo na Barra o prêmio Green Star Award 2016, dado para campos que se destacam na proteção ao meio ambiente. É a primeira vez que o prêmio anual é concedido a um campo fora dos Estados Unidos. Segundo a revista, o Campo Olímpico de Golfe foi premiado por ter sido construído sob rígidos parâmetros ambientais.
A Golf Digest cita em sua edição de agosto o laudo emitido por um perito convocado pela Justiça do Rio de Janeiro, que concluiu que a criação do campo contribuiu para o crescimento da biodiversidade na área. A obra aumentou em 167% a presença de vegetação nativa e mais do que dobrou a fauna no local desde junho de 2013. Em parte das décadas de 80 e 90, o terreno havia sido deteriorado por extração de areia e utilização como depósito de pré-moldados de concreto.
Construído inteiramente pela iniciativa privada, graças à iniciativa da Prefeitura do Rio, que encontrou um modelo que prescindisse de recursos públicos, o Campo Olímpico de Golfe é gerenciado desde novembro pela Confederação Brasileira de Golfe (CBG). A entidade também vai administrar o local após os Jogos. O campo será aberto à população por 20 anos e quem quiser jogar pagará uma taxa – chamada de green fee. As competições durante os Jogos acontecem entre os dias 11 e 14 (masculino) e entre 17 e 20 agosto (feminino).
Durante a construção e mesmo com o campo pronto, a equipe de manutenção é proibida de utilizar produtos químicos para exterminar vegetação invasora – tudo é retirado manualmente. Também não são permitidos fertilizantes artificiais: o time do Campo Olímpico de Golfe produz os próprios nutrientes a serem absorvidos pela grama com materiais orgânicos.
“O que nos convenceu a conceder esta honraria ao Campo Olímpico de Golfe do Rio foi uma família de corujas-buraqueiras que vive lá. Elas são o perfeito símbolo de como o golfe pode ser praticado em harmonia com a natureza”, dizia o texto da Golf Digest.
O local será a sede nacional do programa Golfe para a Vida, um dos maiores projetos de inclusão social por meio do golfe do Brasil. O programa já capacitou mais de 350 professores de educação física e colocou quase 80 mil pessoas – a maioria crianças – em contato com o esporte em escolas públicas e privadas, centros olímpicos, comunidades carentes e em eventos, como o Festival Esportivo Transforma, uma parceria entre a Prefeitura do Rio e o Comitê Organizador Rio 2016. O campo também abrigará uma academia para iniciantes no esporte e para jogadores de alto rendimento.