O carnaval de rua não oficial já começou no Rio de Janeiro, com dezenas de blocos desfilando pelas ruas da cidade, do Aterro do Flamengo à região da Praça XV. A maioria dos blocos opta por não se cadastrar na prefeitura, mantendo o espírito espontâneo e informal da folia.
Para Guto Souza, músico que toca tuba em blocos há mais de dez anos, o carnaval de rua não oficial é um momento de encontro e descontração entre amigos e músicos. “É um encontro de amigos e de músicos que estão tocando de forma informal, sem ser um trabalho. A gente sempre tenta fugir da multidão”, explica.
Na Praça XV, Guto encontrou dois amigos que também tocam tuba, Diojaime Viana e outro músico não identificado. Diojaime fala sobre a paixão pelo instrumento: “A gente não tem juízo, é um instrumento que pesa 14 quilos, mas se o bloco tem uma tuba é porque a banda é boa. Se alguém saiu de casa com um instrumento desse, pra tocar na rua, significa que ele não está ali só passeando. Ele quer se encontrar com os amigos e ter momentos bem divertidos.”
As pernaltas, mulheres que desfilam sobre pernas de pau, também marcam presença nos blocos cariocas. Cintia Caroline conta que se encantou pela prática e hoje desfila em blocos do Rio e de Belo Horizonte. “É encantador aos olhos e é de uma potência muito grande. Tem toda essa carga que a gente traz enquanto mulher, muitas vezes oprimidas em determinadas situações, mas, em cima da perna de pau, livres e felizes e mostrando toda a sua potência. Foi o que me fez querer estar nesse lugar também”, diz.
Agenda dos Blocos de Rua do Rio de Janeiro em 2025
O carnaval de rua não oficial também é uma oportunidade de renda para muitos trabalhadores, como Jaqueline dos Santos Ferreira, que vende drinks em festas de rua há cinco anos. “Comprar minha casa e garantir que meus filhos façam faculdade. Esse é o meu projeto. Eu trabalho de quinta a domingo, e acho que esse ano vai ser muito bom de vendas”, torce Jaqueline.