A Casa Pacheco Leão, um dos prédios históricos mais emblemáticos do Jardim Botânico do Rio de Janeiro, reabre suas portas ao público no dia 21 de novembro, marcando o fim de uma reforma cuidadosa. A reinauguração será acompanhada da exposição inédita “Rota do Chá – Botânica, Cultura e Tradição”, parte das celebrações pelos 50 anos de relações diplomáticas entre Brasil e China.
O espaço oferecerá entrada gratuita, mediante reserva de ingressos no site jbrj.eleventickets.com, e funcionará de quinta a terça-feira, das 10h às 17h.
Reforma e preservação de um marco histórico
Fechada há cerca de oito anos, a Casa Pacheco Leão passou por uma ampla restauração que consumiu R$ 2,7 milhões, com recursos da Lei Rouanet e patrocínio da State Grid Brazil Holding e do Banco BOCOM BBM. As obras, realizadas em seis meses, restauraram a essência do imóvel, que conta com dois andares, dez salas, quatro banheiros e copa, além de detalhes arquitetônicos como cores originais das paredes, esquadrias verdes e guarda-corpos azuis.
O projeto incluiu ainda a instalação de um elevador e banheiros acessíveis, garantindo que o espaço esteja adequado às normas de acessibilidade. A restauração foi supervisionada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).
“É fascinante ver esse lugar, que preserva tantos detalhes originais, reaberto para o público. Agora, todos poderão explorar o universo de um homem que dedicou sua vida ao estudo e à preservação da flora nacional”, afirmou Patrícia Wanzeller, superintendente do Iphan no Rio de Janeiro.
Exposição “Rota do Chá”
A exposição “Rota do Chá – Botânica, Cultura e Tradição”, organizada pela Dellarte Soluções Culturais, mergulha na história do chá, desde suas origens na China até sua disseminação pelo mundo. A curadoria de Alexandre Murucci explora os rituais, a arte e a evolução social associadas à produção e ao consumo da bebida.
Com investimento de R$ 1,4 milhão, a mostra inclui palestras, workshops e apresentações musicais. O público poderá vivenciar uma experiência sensorial e imersiva que aborda o papel do chá na conexão entre culturas e na preservação de tradições.
O Jardim Botânico do Rio também é parte dessa história, sendo o primeiro local no Brasil a cultivar a planta do chá (Camellia sinensis), introduzida por chineses trazidos pela Coroa Portuguesa no início do século XIX.
Parceria Brasil-China: 50 anos de diplomacia
A reabertura da Casa Pacheco Leão simboliza as relações de amizade e parceria entre Brasil e China, que celebram cinco décadas de laços diplomáticos. O projeto cultural é um marco dessa cooperação.
“A entrega da Casa Pacheco Leão totalmente restaurada reforça nosso compromisso com a preservação da história e da cultura do Brasil. Temos orgulho de proporcionar essa experiência aos visitantes do Jardim Botânico”, declarou Sun Tao, chairman da State Grid Brazil Holding.
Alexandre Lowenkron, presidente-executivo do Banco BOCOM BBM, destacou:
“Este projeto celebra os 50 anos de relações entre Brasil e China, conectando as histórias do chá e da cultura dos dois países, e entregando um legado para o Rio de Janeiro.”
Um novo espaço para cultura e ciência
A reabertura da Casa Pacheco Leão amplia as atrações do corredor cultural do Jardim Botânico, que já abrigou laboratórios e o Núcleo de Educação Ambiental do JBRJ.
Sergio Besserman Vianna, presidente do Jardim Botânico do Rio, comentou a relevância do projeto:
“O restauro da Casa Pacheco Leão devolve à sociedade um patrimônio histórico de grande valor. A integração entre ciência botânica, história e cultura traduz a missão do Jardim Botânico: fazer e difundir pesquisas científicas voltadas à conservação da biodiversidade. Além disso, a Casa eleva a experiência de visitação, conectando o público à ciência e à história por meio da planta do chá.”