Casa Tucum celebra as artes indígenas no coração do Rio de Janeiro

Espaço cultural colaborativo de 600 metros quadrados na rua do Rosário abre as portas dia 19 de abril com atividades culturais e venda de artes criadas por diversos povos originários do Brasil; iniciativa integra o projeto Reviver Centro

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A rua do Rosário, no centro do Rio de Janeiro, receberá, a partir do dia 19 de abril, a Casa Tucum com exposições e vendas de obras de arte criadas por diversos povos indígenas brasileiros. A iniciativa faz parte do projeto Reviver Centro, plano de revitalização urbanística da cidade e que apresenta 19 novos espaços culturais e gastronômicos em diferentes pontos da região central da capital fluminense. O edifício histórico tem quatro pavimentos sendo tombado pelo Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional/IPHAN.

Criada há dez anos, a Tucum atua na estruturação e comercialização das artes indígenas visando contribuir para a manutenção da cultura desses povos, promover sua autonomia e engajar a sociedade na defesa de seus direitos e territórios. Após se consolidar como plataforma online, a partir de agora, com o espaço na rua do Rosário, o projeto — idealizado pela indigenista Amanda Santana com os sócios Amanda Scarparo e Thiago Vedova e apoio da aceleradora AMAZ — amplia ainda mais sua visibilidade. A Casa Tucum apresentará ao público uma curadoria fina das mais diversas criações artísticas e narrativas indígenas que vão muito além da venda de produtos.

“Por meio deste espaço vamos promover a experiência do diálogo da sociedade com os povos e as organizações que fazem parte da nossa rede. Aproximar as pessoas a essas múltiplas narrativas, descolonizar o imaginário que ainda se desdobra em preconceito e dor para os povos originários. Reafirmar a presença e a reexistência através da arte é o nosso propósito, impactando a vida dos mais de 3 mil artistas da rede e de todos que interagem com ela”, explica Amanda Santana, sócia-fundadora.

Promovendo oficinas, rodas de conversa e reflexões sobre as diferentes culturas, vivências e histórias dos povos originários do Brasil, a Casa contará com a curadoria de Kaê Guajajara, artista e arte educadora para pensar a agenda de atividades e eventos. O casarão, colaborativo, se propõe a ser um território artístico e de engajamento nas lutas dos povos originários, reunindo artesãos, artistas, associações, lideranças, pesquisadores e parceiros comprometidos com a importância da sociobioeconomia.

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Na Casa, os visitantes serão recebidos por anfitriões indígenas, que vão poder partilhar informações detalhadas sobre as artesãs e suas criações e os impactos positivos gerados pela atividade do artesanato, além das histórias que cada artefato carrega consigo. O projeto, conceituado pelo AL Studio, tem foco na jornada de imersão e experiência.

“Quem passar pela Casa Tucum será guiado pelos dos ambientes a uma conexão com os povos originários através de seus modos de fazer e de interagir com o meio ambiente”, explica Ana Lumack, designer responsável pelo projeto de ocupação. “Abrir esta Casa no coração do Rio de Janeiro é uma oportunidade de dialogar ao mesmo tempo, com o passado e com o futuro atravessados pela criações de hoje, reafirmando a ideia de um futuro ancestral, como definiu o pensador Ailton Krenak. A Casa Tucum é uma ponte amplificadora de narrativas que foram silenciadas, que não foram ensinadas nas escolas e que são a base da formação do povo brasileiro”, explica Amanda Scarparo, sócia e
diretora de comunicação.

A Casa Tucum conta com uma curadora artística, a cantora, compositora e atriz Kaê Guajajara. “Ser curadora artística da casa é uma oportunidade de descentralizar a arte na cidade, posicionando as artes indígenas e reafirmando que estamos em todos os lugares, ocupando espaços que nos foram negados. Levando em consideração tudo que aconteceu até hoje, queremos ouvir e ver esses povos com autoestima novamente a partir de conexões que valorizem suas artes.”

A Tucum contribui diretamente com a geração de renda de aproximadamente 90 povos e comunidades indígenas, que juntas, somam cerca de 3 mil artesãos, dos quais 2,5 mil são mulheres. A iniciativa se estende desde povos que habitam a densa floresta Amazônica, como o povo Kayapó, passando pelos povos do Cerrado, como os Krahô, até os da costa Atlântica, como os Pataxó. Biojoias, esculturas, instrumentos musicais, pinturas em tela, cerâmicas, roupas, bolsas e uma diversidade riquíssima de criações artesanais compõem a curadoria da Tucum.

Serviço
Casa Tucum
Abertura: 19 de abril, a partir de 18h.
Local: Rua do Rosário, número 30 — Centro, Rio de Janeiro.
Para saber mais sobre a agenda especial do mês de abril, acesse a página do Instagram e no site.

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Renata Granchi
Renata Granchi é jornalista e publicitária com mestrado em psicologia. Passou pela TV Manchete, TV Globo, Record TV, TV Escola e Jornal do Brasil. Escreveu dois livros didáticos e atualmente é diretora do Diário do Rio. Em paralelo, presta consultoria em comunicação e marketing para empresas do trade.
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