Cedae afirma ter eliminado problema da geosmina

Após investimento em novas tecnologias e em "sommeliers de água", a Cedae afirma ter eliminado o problema

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Antiga Estação Guandu. Foto: Cosme Aquino

Depois de 2 anos com alterações no gosto, no odor e na coloração da água, os moradores do Rio de Janeiro devem ter um verão sem geosmina. Isto poruqe, segundo a Cedae, o investimento em tecnologia e em novos protocolos deram resultados positivos. Entre os novos equipamentos, estão as oito boias holandesas instaladas na Lagoa do Guandu, que fica a quatro quilômetros da Estação de Tratamento de Água do Guandu (ETA), em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense. O local era o principal foco do problema.

As novas boias possuem um aparelho de ultrassom, um sonar, que impede que as algas que ficam no fundo da lagoa venham à superfície. A ideia é que, assim, elas não se reproduzam e se elimine a possibilidade de proliferação da geosmina. Cada boia cobre um raio de 250 metros de lâmina d’água. A informação foi divulgada pelo portal de notícias “g1”.

Entre outras medidas, a Cedae diz que também investiu em novas estações de tratamento de rios. As estruturas foram instaladas nos rios Poços e Queimados. Outra iniciativa foi a ampliação do bombeamento de água do rio Guandu para a lagoa do Guandu. Essa movimentação permitiu um controle de temperatura da água, impedindo a proliferação de algas no local.

Além dos novos equipamentos, uma estrutura própria de laboratórios também foi determinante para o fim da geosmina nas águas da Cedae. Testes que antes demoravam até sete dias para confirmar a presença da geosmina na água, atualmente ficam prontos em menos de 24 horas. Outra análise que ficou mais rápida após o investimento em novas tecnologias, foi a contagem e a identificação de bactérias. O processo que antes levava dois dias também passou a ser feito em até 24 horas.

Além de novos protocolos de atuação e equipamentos de ponta, uma das novidades no dia a dia da Cedae são os “sommeliers de água”, uma equipe de 15 especialistas preparados para avaliar o sabor e o odor da água produzida na ETA Guandu. O “sommelier” passa por uma série de treinamentos sensoriais para que se torne apto a identificar padrões de gosto e possa associá-los a escalas predefinidas. Os testes envolvem padrões de amargo, salgado, azedo, doce, além de substâncias alvo como geosmina.

Apensar de parecer simples, não são todas as pessoas que estão preparadas para o cargo. Para não perder a sensibilidade no paladar, essas pessoas convivem com uma série de restrições, como por exemplo:

  • estar em jejum na hora do teste, uma vez que o café pode deixar gosto residual na boca;
  • não pode estar usando perfumes fortes para não comprometer o olfato;
  • e não deve ser fumante, visto que o cigarro pode prejudicar a função das papilas gustativas e influenciar na percepção de gosto.

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