Centro: Detro transforma rua histórica em estacionamento de automóveis

Órgão estadual transforma a graciosa rua de paralelepípedos, que liga a Uruguaiana ao Largo de São Francisco, em um grande estacionamento que invade calçadas, impedindo a passagem, levando comerciantes à falência e risco aos pedestres

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Estacionamento na Rua Reitor Azevedo do Amaral - Reprodução

Quem passa pela Rua Reitor Azevedo do Amaral não faz ideia da importância histórica da via, que liga a Rua Uruguaiana e o Largo de São Francisco de Paula. Seu nome atual é uma homenagem ao matemático e reitor da então Universidade do Brasil, atual Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Inácio Manuel Azevedo do Amaral, que lançou as bases para a construção da Cidade Universitária, além de ter sido um dos fundadores da Academia Brasileira de Ciências, da qual foi presidente. Enquanto na famosa avenida Antônio Carlos – junto ao Terminal de Ônibus – uma Máfia dos Estacionamentos tomou conta da rua por anos até ser removida semana passada pela SEOP, no caso da histórica Azevedo do Amaral, quem ocupa o logradouro público de forma desordeira é o próprio Governo Estadual.

Em sua ligação com a Uruguaiana, a Azevedo do Amaral encontra o edifício Sloper, onde funcionou durante anos o famoso Magazine Sloper, e a Igreja de Nossa Senhora do Rosário e São Benedito dos Homens Pretos, tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico Nacional (Iphan) e uma das maiores pérolas da arquitetura colonial fluminense. Ela também se liga às ruas Ramalho Ortigão e dos Andradas, que circundam o Largo de São Francisco.

Em suas interligações locais, a secular e simpática rua, forma um cinturão histórico de grande relevância para o Rio de Janeiro. A Rua Reitor Azevedo do Amaral, que conserva paralelepípedos, é fechada com portão, e um dia foi um grande paraíso no Centro, onde as pessoas podiam se reunir para confraternização ou passear tranquilamente, já que a via conta com várias lojas que têm saídas para ela, como as que ficam no edifício da igreja de São Benedito.

Mas toda essa importância e aspecto bucólico estão sendo diariamente desrespeitados e destruídos pelo Departamento de Transportes Rodoviários do Estado do Rio de Janeiro (Detro-RJ), que a transformou em um árido e caótico estacionamento. Mesmo com a região central da cidade contando com diversos estacionamentos. Os funcionários públicos páram, sem nenhuma cerimônia, seus carros nas portas das lojas, impedindo o acesso de clientes e dos próprios comerciantes (foto). Isso quando o Governo Estadual dispõe de prédios fechados e mesmo estacionamentos de sua propriedade para utilizar. A situação é um desafio à mobilidade e impossibilita, por exemplo, a circulação de deficientes físicos e pessoas com problemas de mobilidade.

Estacionamento na Rua Reitor Azevedo do Amaral Reproducao 1 Centro: Detro transforma rua histórica em estacionamento de automóveis

O Governo do Estado, por exemplo, é proprietário do 13º andar do Terminal Meneses Cortes, além de outros equipamentos do gênero, pertencentes à Companhia de Desenvolvimento Rodoviário e Terminais do Estado do Rio (CODERTE), que poderiam servir de garagem para os carros dos funcionários do Detro. Sem contar um sem número de prédios vazios e abandonados pertencentes ao Estado do Rio na região.

Não é de hoje que pedestres e pessoas preocupadas com o patrimônio histórico fluminense se queixam da iniciativa do Detro em transformar a Reitor Azevedo do Amaral, em um grande estacionamento onde ninguém se entende; um caos completo, que simplesmente serviu para falir todo o comércio da rua, que, à exceção de um bar, está com de portas fechadas.

A Prefeitura, inclusive, chegou a cogitar a remoção desse estacionamento do local, diante da grande quantidade de estacionamentos particulares na região: Dois na Rua do Teatro; um ao lado da Igreja de São Francisco; dois na Avenida Passos; afora os estacionamentos de propriedade da CODERTE.

Mesmo diante tantas opções, e contrariedade da população, a administração estadual insiste em gerar transtornos à população e destruir o patrimônio histórico, prejudicando diretamente o comércio. O Centro do Rio precisa urgentemente de um choque de ordem que respeite as leis, a população, e a história nacional.

Direito de resposta DETRO

O Detro-RJ informa que o local utilizado como estacionamento por suas viaturas é devidamente regulamentado pela prefeitura, inclusive contando com a presença de uma placa demarcando o espaço.

As viaturas ficam posicionadas aguardando um acionamento emergencial ou ações de fiscalização programada, estacionadas em local permitido, fora da calçada e com livre passagem para pedestres e outros veículos, sem oferecer nenhum risco a terceiros.

Posicionamento do DIÁRIO DO RIO

A matéria não informa em lugar nenhum que é irregular. Informa sim, que é questionável utilizar-se uma rua histórica para estacionar carros, bloqueando portas de lojas, portas de comércios, porta do museu do negro, impedindo passagem de deficientes e pessoas com mobilidade reduzida , bloqueando a visão de Bem Tombado Nacional.

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6 COMENTÁRIOS

  1. Boa ideia, riscar os carros, kkk.
    E uma farra o que esses órgãos do GOVERNOS FEDERAL, ESTADUAL e até MUNICIPAL fazem com nossa cidade, não é?
    É uma vergonha que Parece não ter fim.

  2. Boa ideia, riscar os carros, kkk.
    E uma farra o que esses órgãos do GOVERNOS FEDERERAL, ESTZDUAL e até MUNICIPAL fazem com nossa cidade, não é?
    É uma vergonha que Parece não ter fim.

  3. O Governo do Estado faz, e a Prefeitura compactua. O projeto “Reviver Centro” quem deveria cuidar disso: das ruas, seu uso, e do controle e fiscalização do patrimônio cultural da Cidade. Onde está o dinheiro que arrecadou com as permissões de construção na zona sul? Não investiram no Centro? Onde está a prestação de contas?

  4. Nós cariocas vemos esse desrespeito com o patrimônio histórico da nossa cidade cotidianamente . Embora tenhamos órgãos no governo criados especialmente para cuidar desses assuntos.

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