Centro: Igreja Nossa Senhora do Parto arrecada fundos para obras de revitalização

Intervenções estão orçadas em R$ 49.400,00. Com o valor, serão comprados novos aparelhos de ar-condicionado, além da limpeza e manutenção das máquinas já existentes

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Reprodução

A Igreja de Nossa Senhora do Parto, localizada na Rua Rodrigo Silva, quase esquina com a São José, no Centro, abriu uma campanha de arrecadação de fundos para a realização de obras de revitalização. O templo pertence à Mitra Arquiepiscopal do Rio de Janeiro, que tem no edifício São José, nº 90, uma das suas maiores propriedades e cujas salas estão ainda com grande vacância, por conta das dificuldades pelas quais ainda passa o mercado de salas comerciais no Centro.

As missas celebradas na igreja, que tem entrada pela Rua Rodrigo Silva, a cargo do pároco  Givanildo Andrade, são sempre lotadas, especialmente as ministradas pelos padres Eli CarvalhoIvo Gomes, que oficiam as celebrações de Restauração (quinta-feira) e Cura e Libertação (sexta-feira), respectivamente.

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As intervenções estão orçadas em R$ 49.400,00. Com o valor, os responsáveis pelo templo farão a aquisição de novos e mais potentes aparelhos de ar-condicionado, além da limpeza e manutenção das máquinas já existentes. As doações à igreja podem ser via chave pix: (21) 99588 – 5210; agência: 0814; conta corrente: 75085-9; cnpj: 33.593.575/0115-82.

A velha Igreja do Parto

A Igreja original de Nossa Senhora do Parto foi construída pelo carpinteiro mulato João Fernandes, que chegou ao Brasil, em 1649, vindo da Ilha da Madeira, em Portugal. O templo teve início com uma pequena capela por ele construída no terreno que comprou, assim que chegou ao país. Toda a edificação foi levantada com recursos próprios e com o objetivo de abrigar a imagem de Nossa Senhora do Parto, que trouxe consigo de Portugal.

Em 1759, ao lado da capela, foi construído o Recolhimento de Nossa Senhora do Parto, para acolher prostitutas arrependidas e mulheres adúlteras. A instituição foi erguida pelo Frei Antônio do Desterro, com os recursos deixados por Estevão Dias de Oliveira, para ser usado em benefício da sua alma e das mulheres que por ali passariam. Lado a lado, a Capela e o Recolhimento, estavam localizadas na Rua dos Ourives, desde a Rua da Assembléia à Rua São José.

Sobre a capela, o escritor Joaquim Manoel de Macedo chegou a criticar a falta de pendor arquitetônico; e sobre o Recolhimento, o cronista observou que a casa, cujo intuito inicial era recolar as ovelhas perdidas de volta ao rebanho das ovelhas dóceis e virtuosas, com o tempo foi transformada em instrumento de chantagem e desterro por parte de pais e maridos meramente insatisfeitos com as mulheres da casa.  

Ao longo do tempo, a instituição entrou em decadência por falta de recursos, o que somente seria revertido pelo Vice-Rei Luís de Vasconcelos, quem a partir de 1787, deu início às obras de recuperação do Recolhimento e da igreja. Na manhã de 24 de agosto de 1789, as construções foram atingidas por um incêndio que teve início no interior do templo. O sinistro só não foi fatal por causa da prontidão e do esforço do Vice-Rei, que apagou o fogo e colocou à frente da reconstrução dos edifícios, o Mestre Valentim da Fonseca e Silva, o mesmo que construiu o chafariz da Pirâmide, localizado na Praça XV.

As obras terminaram no dia 8 de dezembro de mesmo ano, após 3 meses e 17 dias de trabalho. As desterradas, que estavam abrigadas no Hospital da Ordem Terceira de São Francisco da Penitência, foram reconduzidas ao Recolhimento em procissão, acompanhando a imagem de Nossa Senhora do Parto, que saiu milagrosamente incólume das chamas.

Quando a instituição foi extinta, em 1812, as mulheres foram transferidas para a Santa Casa de Misericórdia, com o prédio sendo transformado no Hospital da Ordem Terceira de Nossa Senhora do Monte do Carmo, após a chegada da família Real ao Brasil, em 1808. Na ocasião, os monarcas solicitaram o andar superior do Convento do Carmo, onde ficava o Hospital, para abrigar a Biblioteca do Palácio da Ajuda, trazida de Portugal. O espaço, no entanto, foi considerado insuficiente.

Em aviso de 3 de novembro de 1812, o governo determinou a desocupação do prédio do Recolhimento, além de mandar transferir os doentes da Ordem do Carmo para o local, deixando desocupado o térreo do Convento. Posteriormente, o prédio do Recolhimento passou a ser ocupado pela Inspetoria de Instrução Pública, pelo Arquivo Público e pelo Instituto Vacínico. As reformas urbanas empreendidas pelo prefeito Francisco Pereira Passos, para o alargamento da Rua da Assembleia, decretaram o fim do prédio do Recolhimento do Parto, que foi demolido em 1906.

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A Igreja de Nossa Senhora do Parto fica na Rua Rodrigo Silva, nº 7, no Centro do Rio.

Com informações da Folha do Centro, do site Curiosidades Cariocas e do jornal O Globo

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1 COMENTÁRIO

  1. Que seja providenciada a igreja Nossa Senhora do Parto. Tá precisando. Vai ser bom vê-la revitalizada.

    Mas, aqui aproveito mais uma vez para fazer um apelo: Não deixem a HISTÓRICA igreja NOSSA SENHORA DA IMACULADA CONCEIÇÃO E BOA MORTE…uma igreja linda – porém abandonada (creio ser ordem terceira) – bem na esquina da Rua do Rosário com Av. Rio Branco; continuar no abandono!!!

    Fechou na pandemia – até lá funcionava normalmente – e nunca mais abriu! Um descaso! Um abandono! Estou fazendo este alerta pois temo pelo pior…que ela se deteriore com tudo – as imagens sacras e históricas, etc. – que lá dentro tem…ou até seja invadida! NÃO É IMPOSSÍVEL, DADO O QUADRO DECADENTE E CAÓTICO do centro do Rio de Janeiro, atualmente.

    Estou sempre tocando neste assunto aqui e sou ignorado pelos responsáveis por esta igrejinha! Ninguém se manifesta! Nada! Abandono escancarado e total! Nem a Arquidiocese nem o Poder Público!

    DOM ORANI!? Vais permitir a total deterioração desta IGREJA HISTÓRICA?

    Bom…mais uma vez, faço uso deste excelente e democrático veículo de comunicação – o Diário do Rio – para fazer mais uma vez uma Alerta e Desabafo…que certamente será lido e ignorado…mas…como diz o antigo ditado: “água mole em pedra dura…tanto bate até que fura”. Espero que algum dia alguém tome as devidas providências – antes que seja tarde.

    Não percamos as esperanças.

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