Chico Alencar: Mentira e preconceito

'Sob o comando de Eduardo Bolsonaro, os parlamentares de extrema direita levantaram suspeitas sobre a ida do ministro da Justiça, Flávio Dino, à comunidade da Maré. A visita foi um convite da ONG Redes da Maré'

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Flávio Dino - Foto: Reprodução

Os bolsonaristas só enxergam bandidos nas comunidades pobres do Rio. Em época de eleição, querem os votos dos moradores. Mas, depois, os que acabam sendo eleitos não atuam para mudar a realidade de “apartheid” e exclusão social gritante que impera nessas regiões.

Na campanha eleitoral para presidente, criminalizaram a ida de Lula ao Complexo do Alemão e até o lindo boné CPX, do “Voz das Comunidades”, que ele ganhou de presente e usou na ocasião (também ganhei um, que uso com muito orgulho).

Agora, sob o comando de Eduardo Bolsonaro (PL-SP), os parlamentares de extrema direita levantaram suspeitas sobre a ida, nesta segunda-feira (13), do ministro da Justiça, Flávio Dino, à comunidade da Maré. A visita foi um convite da ONG Redes da Maré. Na ocasião, foi divulgada a 7ª edição do Boletim Direito à Segurança Pública da Maré.

O filho 03 afirmou que Flávio Dino entrou no “complexo de favelas mais armado do Rio com apenas dois carros e sem trocar tiros”, o que, segundo ele, mostraria um suposto envolvimento do ministro com o crime. Uma mentira deslavada – fake news, é claro! – já que o ministro foi escoltado por agentes da Polícia Federal.

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Segundo reportagem da Folha de S. Paulo (16/03), Flávio Dino rebateu a tentativa de criminalizar sua visita a uma favela. “Soube que representantes da extrema direita reiteraram seu ódio a lugares onde moram os mais pobres. Essa gente sem decoro não vai me impedir de ouvir a voz de quem mais precisa do Estado. Não tenho medo de gritos de milicianos nem de milicianinhos”.

Na verdade, a postura dessa gente é elitista e preconceituosa. Para eles, cabe à autoridade ir a comunidades pobres somente se for para fazer “operação” de “tiro, porrada e bomba”, com apoio de helicópteros e força bruta. É o que acontece há anos: mera repressão que “enxuga gelo” e gera balas perdidas (tantas vezes encontradas em corpos vulneráveis).

Na cabeça intoxicada de discriminação deles, quem está aberto ao diálogo e busca ouvir os moradores é cúmplice da bandidagem. A questão social é vista como caso de polícia, não de políticas públicas – como se dizia na República Velha. São obscurantistas e retrógrados!

Em audiência na quarta-feira (15) com a bancada do PSOL na Câmara Federal, o ministro nos disse que está à disposição das comunidades, e que os apoiadores dos golpistas do 8 de janeiro e produtores de fake news vão ouvir verdades incômodas.

Nossa melhor resposta é continuar indo aonde o povo está, para estimular sua organização, consciência de classe e batalha por dignidade!

Enquanto isso, um certo “patriota” prefere ficar refugiado na Flórida (EUA), por meses a fio. Foge dos pobres do seu país, que tanto desprezou, ou teme a Justiça?

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4 COMENTÁRIOS

  1. kkkkkkkkk……Meu Meus, qualquer pessoa com o mínimo de QI sabe que não há mentira nenhuma na acusação. Ninguém entra numa das favelas mais bem armada do RJ tão calmamente sem que haja um acordo prévio. Isso não é preconceito, isso é uma realidade do Rio de Janeiro. Mas tudo bem, um militante militando. Nenhuma surpresa.

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