Chico Alencar: O Papa e o poeta

Chico Alencar fala sobre carta que Caetano entregou ao papa Francisco pedindo por nossa gente "oprimida nas filas, vilas, favelas"

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Imagem apenas ilustrativa | Foto: Rafa Pereira - Diário do Rio

“Tudo que por Ti vi florescer de mim, Senhor da Vida…”. Caetano compôs seu lindo “Ofertório” inspirado em Dona Canô, sua mãe, mulher de muita fé. Ancestralidade.

Caetano é também Emanuel (que quer dizer “Deus conosco”). Jorge Mario Bergoglio tornou-se Francisco em louvor a São Francisco, o “Sol de Assis”.

Caetano é um místico que sabe que “a vida é amiga da arte/a parte que o sol me ensinou”. Francisco reza, prega e zela por Justiça e Paz. E pelo “cuidado com a Casa Comum”, o nosso planeta.

Caetano entregou ao papa Francisco uma carta em que pede por nossa gente “oprimida nas filas, vilas, favelas”.

Caetano citou na carta os nomes de dez crianças mortas a tiro esse ano. Na carta, diz que a violência no Rio de Janeiro “atingiu índices iguais aos das grandes guerras pelo mundo. A lista de meninos e meninas mortos por armas de fogo na Região Metropolitana do Rio, assombra”, afirmou.

Os pais e parentes dessas crianças até hoje não tiveram qualquer resposta das autoridades sobre as investigações. O Estado, que deveria protegê-los, não cumpre o seu dever.

Na carta, Caetano vai ao ponto: “a chamada guerra às drogas até hoje não reduziu o comércio ou o uso delas. Mas o número de jovens, em sua maioria negros, mortos a bala não para de crescer”.

Caetano e Francisco sabem que somos finitos, vocacionados para o infinito. E que, mesmo fora do círculo do Tempo, sempre “será possível reunirmo-nos, num outro nível de vínculo”.

Que encontro lindo esse, de dois humanistas avessos aos “podres poderes”! De duas pessoas que justificam a Humanidade.

E batalham “para que a família se transforme, e o pai seja pelo menos o universo, e a mãe no mínimo a Terra”.

Deus é Amor, Amor é Encontro, Encontro é Comunhão!

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