Choque de Civilidade para o Rio de Janeiro. Será este o caminho da volta ao esplendor?

Retomar o processo civilizatório é o caminho, para que nossa cidade volte a respirar o esplendor de um tempo em que foi a principal cidade da América do Sul.

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Foto: Alexandre Macieira|Riotur Praia de Copacabana - Rio de Janeiro.

Defendemos a retomada de um clima de Civilidade e Desenvolvimento para o Rio de Janeiro. Após a publicação no último dia 06/12/24, aqui no DIARIO DO RIO, de uma reflexão sobre como era nossa cidade era em 1936, uma era de esplendor e civilidade, que ia desde os trajes das pessoas, arquitetura e das questões culturais.  Recebemos alguns comentários e contribuições e julgamos oportuno, avançar nessa discussão. Passados quase 100 anos, podemos constatar um grande progresso tecnológico, mas talvez tenhamos descido alguns degraus no patamar civilizatório.

E afinal, de que se trata o tal “Choque Civilizatório”?  É uma política pública abrangente que visa recuperar o esplendor e a qualidade de vida da cidade através de uma série de medidas educativas e regulatórias. O conceito se baseia em políticas de educação cívica e cultural, incentivar o cuidado com o bem comum, inspirado em valores esportivos e comunitários; e gestão do espaço público, implementar políticas de limpeza urbana. E tudo isso precisa acontecer com fiscalização e “tolerância zero” para com o jeitinho de levar vantagens em tudo.

Se por um lado na década de 60, o Rio deixou de ser a capital federal, uma mudança provocou uma ruptura no marco institucional da cidade, afetando sua dinâmica econômica e política. A perda do status de capital federal resultou em um esvaziamento político e econômico, com a redução de investimentos federais e a migração de órgãos públicos e empresas e na década seguinte. Para se ter uma ideia, em no ano de 1961, o PIB da Cidade do Rio de Janeiro, equivalia a 10% do PIB nacional. Em números de hoje isto significaria uma renda extra de 300 bilhões por ano alocados na cidade, o que é um recurso significativo. Também tivemos nas décadas seguintes uma fuga de indústrias para o Estado de São Paulo ou para outros estados em função de uma disputa fiscal. Também o deslocamento do centro financeiro que se mudou o quadrilátero da Faria Lima e Paulista; e a desaceleração da indústria do Petróleo impactou em uma crise econômica continuada, que promoveu a decadência da mais linda cidade da América do Sul.

Se para uns no passado a perda da civilidade se inicia com a fuga dos recursos da cidade, para outros estudiosos, a ascensão da barbárie, surge com a quebra de valores humanos, educação frágil e com avanço da cultura da informalidade, milicias e ausência do Estado. A questão cultural reflete no impacto de uma estética das artes e da música que reflete essa situação dos contravalores.

Portanto é muito bem-vinda uma política pública proposta para nossa cidade como “Choque de Civilidade”, conforme anunciado pelo prefeito eleito, Eduardo Paes.  Uma iniciativa para incentivar os cidadãos sobre a gestão e o cuidado com o espaço público, complementando os esforços de integração social através do esporte e da cultura.

O “Choque de Civilidade” pode ser visto como uma extensão natural dos valores promovidos pelo esporte e pela fé, por exemplo:  Respeito às regras/ Respeito ao Próximo: Assim como no esporte, a convivência urbana requer o respeito a normas coletivas. Trabalho em equipe: A manutenção da cidade é uma responsabilidade compartilhada, semelhante ao espírito de equipe nos esportes. Cuidado com o bem comum: Paralelo ao cuidado com equipamentos esportivos, o programa incentiva o zelo pelos espaços públicos.

Estas políticas, são inspiradas nos modelos de “choque de ordem” ou de “tolerância zero”, que se alastraram por várias regiões do mundo na década de 80. Mais do que um policiamento ostensivo com fiscalizações e multas, é preciso convencer e trazer o cidadão como aliado, para programas do resgate do espaço público. O programa somente se viabiliza, quando as pessoas se convencem que a cidade fica mais bonita, habitável e feliz com espaços limpos e bem cuidados, com o respeito pelo direito do vizinho, com ruas iluminadas e seguras. E o contrário, que uma cidade-chiqueiro, transportes sujos e com pessoas que gritam e colocam som nas alturas, desordem na ocupação do espaço e do trânsito; tudo isso se configura como um organismo doente, um labirinto ou pocilga.  A mudança urbana se faz com a educação para convivência no espaço comum. Educação construída principalmente por incentivos e bons modelos, mas que exige também o rigor da fiscalização e a força do poder público para inibir o erro.

Vale a pena buscar na experiência internacional, exemplos positivos de cidades que conseguiram implantar choque de civilidade:  Singapura e Medelin. Na Ásia, Singapura era conhecida pela sujeira e degradação nos anos 70, e com políticas rigorosas de limpeza urbana e comportamento cívico, e investimentos em educação, tornou-se uma referência mundial como cidade-estado implementou um conjunto abrangente de regulamentações e campanhas educativas que transformaram significativamente o ambiente urbano e o comportamento dos cidadãos.

Na Colômbia (Medellín), a experiência da cidade implementou o “urbanismo social”, integrando infraestrutura, espaços públicos e programas sociais em áreas carentes, equivalentes a nossas favelas, resultando em uma transformação notável da cidade. Há muitos outros cases a serem estudados, e o Rio de Janeiro tem tudo para construir suas soluções a partir das realidades locais.  Temos um povo fabuloso, alegre e criativo, capaz de encontrar as melhores formas para resgatar o esplendor da melhor cidade do hemisfério sul. Os exemplos internacionais, demonstram com que investimentos em educação e cultura é possível subir um degrau na qualidade civilizatória.

Um grande desafio, e nada melhor do que o início de um mandato municipal, para traçarmos metas e caminhos. Recente tivemos a informação de que o atual e futuro prefeito, está montado uma equipe muito qualificada com homens e mulheres experientes para implementarem um choque de “eficiência”.  Somente com uma liderança engajada e um projeto re-civilizatório voltado para cuidar das pessoas, dos espaços públicos e de relações respeitosas é que vamos retomar nossa condição de cidade esplendorosa.  Uma metáfora para o brilho, grandeza, luminosidade e beleza que nossa cidade tem por vocação.

E para terminar, não faz nenhum sentido buscar o esplendor e retomada da civilidade, quando a própria polícia atira em cidadãos, a caminho de festejos de Natal. A barbárie não pode partir dos agentes do Estado.

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34 COMENTÁRIOS

  1. Mongoloide, depois do Brizola o grupo político que domina o RJ é de direita e extrema direita.

    Moreira Franco, Família Garotinho, Cabral, Pezão, Witzel, Cláudio Castro são tudo do diretório da “revolução comunista brasileira”, né?

    Sem contar os prefeitos: César Maia, Conde, Paes, Crivella…Comunistões. Reencarnação de Mao Tse Tung.

    O que falar do ex Presidente carioca, então…Jair Messias. Nem Carl Marx seria tão comunista como o capitão.

    Vcs viajam nos delírios de ZapZap.

  2. Não só a cidade do Rio de Janeiro, mas toda a região sudeste, entre os anos de 1949 a 1963, foram, realmente, muito melhores e mais aprazíveis do que são hoje. Eu creio que, se as Leis fossem mais rigorosas, as autoridades, os pais e responsáveis por menores de idade fossem cobrados pelo cumprimento dos seus deveres, entre os quais o de impor limites de comportamento aos seus tutelados, as grandes cidades brasileiras voltariam a ser agradáveis e atraentes.
    Todos nós temos a obrigação de contribuir para a melhoria do nosso país.

  3. Anos e anos de esquerda. Principalmente pós-Brizola… Só um milagre!
    Cidade sem estrutura, trânsito caótico, transporte público ruim. Uma bagunça nas ruas. Os homens mijam em qqr lugar. Lixo pelas ruas. E por aí vai. E esse prefeito não é diferente. Gosta do caos..

    • Apesar das sabotagens do Moreira Franco, Mercado Financeiro Exterior, Depto de Estado Americano e o Comando Sul, Militares, Globo, esquerda pelega, eclesiásticos, entre outros…

      Nenhum outro gov chegou aos pés do Brizola. Tanto é que foi eleito de novo e foi eleito como gov do Rio Grande do Sul. Teria sido presidente se não fosse a frente amplíssima envolvendo Lula, Globo, milico, etc.

  4. Necessário incluir materias na escola municipal: preservação de patrimônio histórico, custo das cidades e equipamentos públicos e história municipal com história das ruas, monumentos etc. É de pequeno que se torce o pepino.

  5. Isso é puro devaneio.
    O Rio não tem mais jeito.
    Enquanto o crime estiver ditando as regras, o povo vai continuar refém.
    Olhem em volta… Pq quando vc vai pra arábia saudita, Dubai, Catar é muito mais tranquilo por lá. Inclusive, pode se andar a noite com tranquilidade.

  6. Sou cético em achar que isso possa funcionar, a questão central está na família, que por décadas vem sendo atacada por seus valores, valores que o estado a mídia e os políticos fazem questão de ridicularizar, com isso sendo refletido no dia dia de todos. Sobrou para escola resolver educação que as criancas não tem em casa, pois a mãe não deve ser mãe, deve ser mulher empoderada, quando empoderamento virou essa loucura de hoje em dia. O ponto de inflexão já passou e o que nos resta é o caos como sociedade.

  7. Infelizmente esse processo de conscientização da população parece impossível, os valores foram perdidos e o estado que deveria atuar com rigor, simplesmente assiste a tudo sem qualquer atitude. Temos um sistema político e de segurança pública corruptos que não tem interesse em melhorias. Esse choque de ordem deveria começar pelo poder público e se estender a população, pois se quem é responsável por fiscalizar é corrupto, fica impossível estabelecer a ordem junto a população.

  8. A cidade está envelhecida e decadente por qualquer ângulo que se observe. A desordem é praticada por todos os estratos, já que a percepção de todos é de que sobre a degradação estamos e com ela seguiremos. É duro mas f
    az sentido, porque o poder público estadual é o mais inexpressivo da história; o poder municipal, que um dia se elegeu com a bandeira da ordem urbana, regala-se com o artifício do potencial construtivo sem a menor preocupação com as consequências da coisa sobre as maltratadas e pacatas vizinhanças; e o federal há muito acostumou-se às distâncias do cerrado e sabe que deve, para sua própria sobrevivência, gastar a munição que dispõe cortejando o agro. Sobra-nos o quê? Lamentar o presente, evocar o passado…

  9. Os políticos nada fazer e permitem a bagunça. Ruas fechadas na violência , cancelas autorizadas de forma inconstitucional pela Prefeitura que promulga uma safadeza deste porte , extorsão para quem paga Impostos e todo o tipo de roubo o poder público nega . Quem tem culpa é a classe que manda , faz Lei , deixa roubar e vota contra o povo que sustenta essa bomba. Tem que acabar com invasão de terra , gatos , calote .impostos e etc , quem viver sem regras ? Vá para o meio do mato ! Agora o que não pode acontecer é invasor , ladrão e etc , receber o imposto que o suposto carente na paga pro governo , mas , paga pro bandido que compra armas , drogas e aumenta seu poder de fogo ..que Cidade é essa ?

  10. Não há civilidade com Teto de Gastos e sequestro do Estado pela Faria Lima e o Mercado Financeiro.

    Tudo tem um custo. A ausência ou precariedade do Estado se acentua a cada ano, enquanto as demandas sociais crescem a exponencialmente. A conta não fecha. Não há “cartilha de bons costumes” que resolva aquilo que é essencial e básico.

    O RJ e o Brasil só vai progredir quando for independente dessas correntes pesadas impostas de fora.

    Não tem como ser “cool” andar no metrô fétido de Nova York e achar a linha 1 do nosso metrô péssima. Questões de civilidade e “eficiência” varia de pessoa pra pessoa. O Estado não deve ser “eficiente”, ele deve ser necessário, do contrário coloca logo um CEO na prefeitura e deixa só a Polícia como organismo estatal monopolista de repressão e controle.

    Espero que não, mas o RJ e o Brasil vai continuar dando errado enquanto as soluções forem contraditórias como a proposta pelo prefeito ou qualquer um dentro da lógica neoliberal (privatização, câmbio flutuante, superávit) e “eficiência”.

    Pura demagogia e populismo vazio.

    • O Rio é saqueado o tempo todo pelo Bostil que nos tira bilhões dos nossos lucros do petróleo e gás. Não querem que esse dinheiro seja investido no Rio e na população fluminense.
      Como nós Fluminenses ainda queiramos fazer parte deste país?

      • Cara, vc se refere ao país que vc vive como “Bostil”…Pessoas que odeiam seu próprio país e baba ovo de outros países é o típico pensamento da elite brasileira que contribui e muito para o Brasil ser atrasado e dependente como é.

        • Mauro, mas no meu comentário eu estou defendendo um país: O PAÍS RIO DE JANEIRO.
          A elite brasileira NÃO me interessa. Eu só me interesso pela elite Fluminense, que hoje é uma vergonha. A elite Fluminense, principalmente a Carioca, se “paulistanizou” há muito tempo. Já passou da hora de nos livrarmos dessa elite Carioca traíra…
          Você fala do Bostil, mas não menciona o país Rio de Janeiro! Por que será?!
          NÃO me interessa o Bostil. Só me interessa o meu país Rio de Janeiro.
          Por que você quer que o Rio continue fazendo parte do Bostil? O Bostil nos odeia. Rouba nossos lucros do petróleo e gás, impedindo que esse dinheiro seja investido aqui no nosso território, e além disso roubam até mesmo nossa cultura musical (Choro Carioca, Bossa Nova,…) dizendo que é do Bostil!!!
          Caso você seja Fluminense (nascido no estado do Rio), deveria pensar melhor antes de defender o Bostil que tanto nos odeia.

      • uma opinião reacionária para um jornal reacionário, o rio sim precisa de mudança, mas a gente não pode vender essa ideia de que “no passado era melhor”, ou que o problema está nesses conceitos simplórios de “civilidade” ou qualquer outra coisa que coloque a culpa na população e não no sistema que desenvolveu a cidade de maneira desigual.

    • Como esse prefeito filhote de Lula e Cabral que apoiam e protegem a delinquência e educação para o molusco é rebeldia, revolução e guerra de classes e de raças??? Civilidade tbm é dizer não a corrupção, o q já tira a moral pra promover algo. Enquanto o socialismo disfarçado de democracia e falso amor governar não haverá civilidade. Temos a cultura da droga, dos vícios, da pornografia e do amor bandido imperando em tudo com a romantização da desgraça social

      • Israel, nem meu fogão que tem 6 bocas consegue falar tanta besteira como vc.

        Sempre tem um histérico de Ratanabá pra falar essas maluquices sem sentido, né? Impressionante. São muitos.

        Jonas, sua análise é correta e trivial: para uma mudança radical da realidade do Carioca a prefeitura, gov do estado e gov federal deveriam implementar políticas públicas massivas e isso requer muito dinheiro pois a demanda é enorme. Com essa bizarrice de Tedo de Gastos e outras amarras de investimento do Estado, ele se torna inócuo, não podendo realizar as transformações necessárias.

        Quem apela para a moral e os costumes tá é querendo distração e lacre. No mundo real são as medidas estruturantes e de propósito do Estado que faz a diferença.

    • O metrô de NY pode ser fétido, mas abrange a cidade inteira. Pode ser fétido, mas vive em expansão. É sujo, porem funciona. Aqui é limpinho e só tem duas linhas.

      • Tenha um pingo de dignidade Renato. Se teu país é um bostil, vc é o que? Uma mosca parasitando ele? Valha-me de masoquista que gosta de se humilhar assim.

        • Suoer Xandao(?!), o meu país é o Rio de Janeiro. País esse que é odiado pelo Bostil.
          Agora quem é masoquista e gosta de se humilhar é você ao defender o Bostil que odeia o Rio de Janeiro e a população fluminense, especialmente a população Carioca.
          Não inverta as coisas.

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