A paralisação no sistema do BRT ocorrida na última segunda-feira, e com graves reflexos de mobilidade no dia seguinte, nos traz duas análises importantes. Uma, de alcance mais imediato, é sobre a forma e o momento em que se deu a greve no Rio, de supetão e sem aviso prévio, jogando passageiros em ônibus comuns superlotados em meio a uma pandemia que já provocou mais de 225 mil mortes no país. Segundo: expõe os erros de uma escolha equivocada que priorizou ônibus, em vez de um transporte de alta capacidade que fosse mais eficiente, barato e menos poluente.
Seria pouco surpreendente aliás se descobríssemos que a paralisação não foi somente inapropriada, mas também oportunamente estimulada por empresários do setor, sempre desejosos por mais direitos e menos deveres contratuais. O prefeito Paes chegou a levantar a hipótese de locaute, mas, se foi o caso, ele próprio não soube ler nas entrelinhas quando o Consórcio BRT, dois dias antes, ameaçou deixar os motoristas sem salários. Não seria a primeira vez que companhias de viação agiram como máfias no Rio, em vários momentos tendo inclusive o poder concedente como principal fiador.
Os empresários alegam que vêm operando sob desequilíbrio financeiro por causa de calotes de usuários e da queda do número de passageiros durante a pandemia, de 330 mil para 170 mil/dia. Essa não é a verdade absoluta. Basta ver o relatório final do ex-interventor do BRT, Luiz Salomão, para perceber que o sistema teria maiores chances de ser superavitário e rentável nos últimos anos, se as companhias tivessem unificado suas estruturas para reduzir custos, por exemplo. Preferiram, no entanto, ficar estacionadas no ponto, esperando embarcar na complacência das autoridades do município.
De fato, foi o que conseguiram. Mas talvez o maior erro da política de transportes não tenha sido esse. É preciso fazer o quanto antes uma avaliação honesta se o projeto do BRT foi a escolha adequada para o Rio, embora essa análise devesse ter sido feita lá atrás, nas Olimpíadas. Com uma quantidade imensa de recursos chegando para a infraestrutura do evento, perdemos à época a chance de ouro de investir em um modelo de transporte de alta capacidade, baixa retenção de trânsito e, de quebra, com ganhos ambientais incontestáveis. Investir no modal ferroviário teria sido a melhor opção, mas a lógica foi ignorada pelo então prefeito, o mesmo que recebe o caos do BRT hoje num efeito bumerangue.
Essa é só uma das medalhas a que faz jus a incompetência dos gestores públicos. É verdade que teve a administração desastrosa de Crivella no meio do caminho, mas os erros se sucederam desde o começo das obras do BRT. A má conservação das vias ajudou a sucatear ainda mais a frota, reduzindo os ônibus em funcionamento de 298 para cerca de 200 atualmente. Sem fiscalização adequada, a irregularidade de horários e o fechamento de dezenas de estações tornaram o serviço cada vez pior. Experimente pegar um ônibus articulado na Cesário de Melo, na Zona Oeste! Sem falar na corrupção e no descontrole, que fizeram, por exemplo, a Transcarioca custar R$ 2 bilhões, enquanto o previsto inicialmente era R$ 1,3 bilhão.
Somando tudo isso, dá para concluir que não é mais uma questão de manter um tom conciliatório com as empresas de ônibus ou criar planos de contingência. E sim achar meios de fazer o consórcio e a prefeitura cumprirem cada qual com a parte que lhes cabe ou, de uma vez por todas, determinar a caducidade de um contrato que foi desde o início pra inglês ver. A população embarcou inadvertidamente na promessa desse falso legado. Já está mais do que na hora de desembarcarmos dele!
O que essa Garothinho entende de transporte público?? Transporte de massa?? Nunca administrou e nunca administrará nada. Vem aqui escrever um monte de babozeiras pra um bande de asnos aplaudirem.
Embora não concorde com muita coisa que o Eduardo Paes fez, como por exemplo suprimir várias linhas de Ônibus, em prol do BRT. O BRT é um projeto excepcional, porém como todo o Projeto tem que ser aprimorado e sofrer mais investimentos o que não foi feito, logo após a Posse do incompetente Marcelo Crivella.
Na gestão do Sobrinho do Edir Macedo, apoiado e aliado da família Garothinho, não foi investido em nada na Cidade, sobretudo em infraestrutura e transportes publicos, sob alegação de não ter dinheiro em caixa. Hoje a Cidade é dominada e sitiada por vans legais e clandestinas.
Sensacional que esse artigo está no topo dos “artigos mais recentes” pelo segundo dia consecutivo sendo que vários outros já foram escritos!
Concordo plenamente! Já disse sobre isso aqui e digo novamente, investir num meio de transporte falido é aplaudir o que estamos vivendo. É mais que preciso, é imprescindível investir no metrô de superficie para fazer valer o que já foi gasto. Aí sim teríamos um meio de transporte seguro, confortável e muito menos poluente.
A falência do Estado do Rio de Janeiro começou na verdade em 1999 quando os Garotinhos assumiram o comando.
Antes o Estado do Rio de Janeiro apesar do Brizola,era um Estado pujante.
Vereadora quer ser prefeita.Onde os garotinhos passam deixam um rio de lama
Q texto milindrado, cheio de viés sínico característico da família garotinho. Uma infeliz q acha q dinheiro cai do céu p criar transporte de massa, e ainda, esse blog do rio está indo pela ladeira abaixo dando voz a essa filha de condenados que saquearam o Rio de Janeiro por anos! Enfim árvores boas dão bons frutos árvores ruins dão maus frutos, a natureza é incrível.
É urgente a expansão do metrô para todas as regiões da cidade. Além disso, repensar a forma como o metrô distribui as estações. Essas linhas 1, 2 e 4 tem estações muito próximas em determinados trechos. Assim também ocorre na SuperVia. As estações deveriam ser mais distantes e reutilizado transporte complementar pelos usuários.
Concordo contigo, Clarissa! Estava fazendo um textão aqui elogiando você e desejando sorte, também comentando, de passagem, uma situação que ocorreu, longa discussão entre um taxista que disse que não votaria em você e eu, na recente corrida eleitoral, mas a página atualizou e perdi o texto… mas fica o registro. Que embora não tenha votado, olho com muita atenção e gosto de suas propostas.