Já dizia Andy Warhol: o sucesso vai durar 15 minutos. Ou Umberto Eco que as redes soltaram e libertaram todo o tipo de incompetência. Mas temos visto que não é bem assim. Na comédia, notadamente, temos visto o nascimento de ótimos artistas, excelentes textos que, por meio desses meios democráticos e abrangentes, podem ser revelar e ter um sucesso de milhões de minutos. A peça Deixa que eu conto é o retrato fiel dessa situação.
A talentosa e experiente Flavia Reis, em 2021, juntou-se a Ricardo Cubba, tiktoker com milhões de seguidores , quando gravaram uma versão autoral para o conto “Cinderela”, dos Irmãos Grimm. O entusiasmo do público, que se divertiu com a nova versão do conto, fez com que Ricardo e Flávia criassem versões para Branca de Neve, Frozen, A Pequena Sereia, Moana, entre outros.
Parte desse trabalho virou uma peça, com a direção de Fernando Caruso, que de forma artesanal costurou os personagens emblemáticos de Flavia (Vanda da Van) e Ricardo(Mofe), aos esquetes de releitura dos contos de fadas e acertadas cenas sobre o papel do teatro, dos atores, a atual cena brasileira. A direção estimula os dons de Flavia e Ricardo. Ele move-se no palco com um gestual que desperta, imediatamente, a gargalhada. Flavia, com emissão perfeita, tom de voz que refletem bem as personagens e permitem que a paródia, motriz do humor.
O resultado são gargalhadas sem ter fim. Os figurinos, pretos e praticamente roupas daquelas que se colocam para uma naite bacana, permanecem os mesmos, o que ressalta o melhor do comediante: não é necessário caracterizar, exageros ( colocam apenas perucas) e que a interpretação, a rapidez do texto, o jogo do diálogo criam a imbatível dinâmica do riso. E platéia sai feliz, dorme em paz, de excelente humor. Com o presente se ser ao vivo, mais que isso, só dois isso. E esperamos o segundo,o terceiro…
- Serviço:
- Casa da Comédia Carioca
- Domingos às 19 e 20:30 horas