Sabemos o quanto é difícil adaptações de clássicos. Afinal, são uma tradução e tradução é traição. E o desafio é ainda maior quando os textos são uma narrativa tradicional, principio, meio e fim, respeitando as regras do unidade de tempo (toda a ação em um dia), unidade de lugar (no mesmo cenário) e verossimilhança (se fosse realidade , assim o seria), São essas três características que, de forma muito eficiente, o jovem Grupo Teatro de Busto realiza em O doente imaginário, de Molière, de forma basta hábil.
Embora digam que é a partir de Moliere, o que vemos é Molière inteiro, total, como se diria em francês, au grand complet. O Grupo Teatro de Busto é composto por artistas independentes de diferentes estados do Brasil, que se reuniram dentro dos cursos de teatro, nas universidades públicas do Rio de Janeiro (UNIRIO e UFRJ), o que lhes permite respeitar o texto e trazer para a contemporaneidade sem que se perca nada.
Com figurinos que nos levam imediatamente ao século 17, perucas, rostos empoados somos transportados para o ambiente de origem. Como a comédia comemora 350 anos, as interpretações, equilibradas, cômicas fazem com que a platéia possa rir, independente de conhecer a trama. Além disso os movimentos corporais exagerados, bem executados acentua a comicidade.
Como são um grupo, além dos papéis que encenam, desempenham as funções de produção e por isso merecem a ficha técnica completa
Direção e Adaptação: Ketrolin Rossetto
Elenco:
- Dudu Gehlen (DONA BELA)
- Gustavo Kaz (CLEANTO) Produção, Letras e músicas originais
- Jefferson Santi (ARGAN) Produção e Programação Visual:
- Leo de Moraes (TONINHA)
- Lucas Rodrigues (DOUTOR BOAMORTE)
- Victoria Brandão (ANGÉLICA)
Cenografia e figurino: Cleiton Almeida
Caracterização: Cleiton Almeida e Leo de Moraes
Preparação corporal: Aruam Galileu
Preparação vocal: Lucas Vergara
Arranjos musicais: Rômulo Sá.
E dessa força do que é o teatro, grupo, repertório, união, talento, empenho, coragem, inteligência que a turma do Teatro do Busto realiza um ótimo espetáculo. E levem as crianças e os jovens, porque ninguém pode perder.
Serviço:
- Teatro Candido Mendes
- Sábado e Domingo às 18 horas