Claudia Chaves: O universo está vivo como um animal

Colunista do DIÁRIO DO RIO fala sobre a peça "O universo está vivo como um animal"

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Existem enredos que contam histórias conhecidas, personagens lineares e, por isso perigosos na qualidade da execução. Existem aqueles que de tão herméticos são perigosos na execução. Existem aqueles, no entanto,  que  usam personagens lineares, de sentido explícito mas cujos elementos são  desconhecidos, atingindo a surpresa do inusitado. E quando conseguem um resultado de execução, crescem  na recepção e podem ser pensados como uma bela metáfora, permitindo que o espectador posso dialogar criando seu próprio sentido. É o que se dá com O universo está vivo como um animal.

A montagem, com idealização de Isabel Teixeira, Diego Marchioro e Fernando de Proença, a peça estruturada por quadros imagéticos possui como fio condutor, a vida e obra de Nikola Tesla, um dos maiores inventores de todos os tempos, com contribuições nos campos da engenharia mecânica e eletrotécnica. As patentes de Tesla e o seu trabalho teórico formam as bases dos atuais sistemas de potência elétrica em corrente alternada. O inventor é um dos maiores gênios da humanidade e um dos mais importantes visionários do século XX. 

Com idealização de Isabel Teixeira, Diego Marchioro e Fernando de Proença, a peça estruturada por quadros imagéticos é fruto de quatro anos de pesquisa sobre a vida e obra de Nikola Tesla, um dos maiores inventores de todos os tempos, com contribuições nos campos da engenharia mecânica e eletrotécnica. As patentes de Tesla e o seu trabalho teórico formam as bases dos atuais sistemas de potência elétrica em corrente alternada. O inventor é um dos maiores gênios da humanidade e um dos mais importantes visionários do século XX. 

Tudo é bem acabado, executado com elementos de sofisticação na montagem dirigida por Nadja Naira que  utiliza a luz como elemento central para explorar – entre passado, presente e futuro – as ideias revolucionárias de Tesla sobre energia, magnetismo, futuridade, eletricidade e democratização da luz. Os atores manipulam as lâmpadas fluorescentes, uma das invenções de Tesla, como agentes de cena. O desenho de luz da peça, assinado por Beto Bruel, é extraordinariamente lindo, arrojado, de uma contemporaneidade encontrada nas grandes exposições de artes  visuais que já agregaram as encenações e a performance como elemento motriz. É como não se deixa nada de fora, a música tema traz Ná Ozzetti e Ney Matogrosso pela primeira vez cantando juntos.

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Ao ver a movimentação dos atores, a manipulação começamos a pensar, primeiro, do que trata o teatro, a arte, até mesmo a vida. Trata-se de luz e sobra, de claro e do escuro, daquilo que se vê e o que oculta, aquela sombra que oscila entre dois mundos, mas que permite que se pense e se reflita. Esse é o movimento de O universo está vivo como um animal que na superfície  traz à luz, a cena a vida de Tesla, totalmente desconhecida. Mas vão além mostra que a força do  teatro está na capacidade de contar histórias com elementos inusitados. Um acerto do proficiente e talentoso grupo dos curitibanos Rumo de Cultura.

  • Serviço:
  • CCBB Rio.
  • Até 25 de junho
  • Sessões:
  • Quintas e sextas às 19h30
  • Sábados (em dois horários) às 16h e 19h30
  • Domingos às 18h

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Jornalista, publicitária, professora universitária de Comunicação, Doutora em Literatura, Bacharel em Direito, gestora cultural e de marcas. Mãe do João e do Chico, avó da Rosa e do Nuno. Com os olhos e os ouvidos sempre ligados no mundo e um nariz arrebitado que não abaixa por nada.
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