Ali em um trecho entre a Bartolomeu Mitre e Joao Lira, na Humberto de Campos, há um conjunto de agradáveis restaurantes que cobrem uma diversidade de culinárias: portuguesa, japonesa, gelateria, misturados a chaveiro, cutelaria, sapateiro. Esta lá a Tasca Miúda, pequena, mas aconchegante em um ambiente de azulejaria portuguesa clássica – aqueles lindos azul e branco, área externas e móveis que se sabem de um passado, mas sem época determinado. Ainda estão lá varais iluminados, teto recoberto por parreiras artificiais no salão, e balcão de acepipes.
Todos os pratos tradicionais, uma tradição no grupo, ganham uma diferenciação que os torna um lembrança do original e ganham solidez com as variações. Começamos classicamente: Punhetas de bacalhau: lasca cruas, azeite, cebolas, azeitonas e coentros (R$ 38,100g). Para aqueles que não gostam de coentro, o sabor característico é levíssimo. Achando o bacalhau correto e o tempero saboroso, passamos aos seguintes: Pataniscas de bacalhau (Alheira da casa ao murro com ovo estrelado 36 -4 unidades ) e Bolinhos de bacalhau da Tasca (R$ 38- unidades). Tudo bem frito, sem gordura, ótimo tamanho.
Somos da turma que aprecia experimentar vários sabores. Continuamos nas entradas e pedimos o meu prato favorito português: ALHEIRA – um embutido que pode misturar várias carnes temperadas e com pão . Aqui é feita na casa e vem acompanhada de ovo com a gema se derramando sobre a alheira. É aquele prato que eu comeria baldes. Fomos também de picapau de atum: cubos de atum, fritos corretamente, misturado com os temperos e aquele monte de azeite (R$39).
Resolvemos comer, como principal, dois carros-chefe da culinária portuguesa que não sejam bacalhau: polvo e arroz de pato. O Polvo à espanhola: 150g na grelha, batatinhas, cebolas, romesco, azeitonas e pão (R$97). Polvo é difícil, mas o da Tasca da Rainha vem grelhadinho, molhado por dentro, com tudo perfumado pelos temperos. Depois o Arroz caldoso de pato: com toucinho fumado, linguiça, corações, laranja e farofa de pão (R$71).
Por sugestão do Luiz Santos, dono da casa e chefe, roqueiro e amante de Bourbon ( assuntos sobre os quais decorre horas com profundo conhecimento), recebemos para encerrar Baba de Camelo da Tasca: suspiro,
amêndoas, doce de leite, uvas sg (R$25) – leite condensado, ovos e amêndoas- um doce superior. E bebidas para ficarmos no clima da Terrinha, só bebemos Portônic, porque é verão.De todos os tipos: branco, rosé, tinto com Vinhos do Porto e Tônica. Se naão conhecem, provem.
Vamos voltar com certeza: não pedimos nenhum Sandes com Fritas- eles têm o famoso Francesinha – e muito menos Bacalhau. Achamos que para tudo há um tempo. Uma tasca com excelência na comida, serviço atencioso, plantada no meio do Leblon. Fui com paulistas unânimes em afirmar: olha como o Rio está com uma cozinha incrível. E a Tasca Miúda está no ranking, fazendo a alegria de quem gosta de comer bem. Sem piada de português.
Cozinha *****
Ambiente ***
Serviço ****
Relação qualidade/preço***
Serviço:
Almoço executivo de 2ª à 6a
R. Humberto de Campos, 827, Lj. B
Pedidos IFood