Cláudia Chaves: Tasca Miúda – é uma casa portuguesa com certeza

Todos os pratos tradicionais, uma tradição no grupo, ganham uma diferenciação que os torna um lembrança do original e ganham solidez com as variações. Começamos classicamente: Punhetas de bacalhau: lasca cruas, azeite, cebolas, azeitonas e coentros (R$ 38,100g)

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Ali  em um trecho entre a Bartolomeu Mitre e  Joao Lira,  na Humberto de Campos,  há um conjunto de  agradáveis restaurantes que cobrem uma diversidade de culinárias: portuguesa, japonesa, gelateria,  misturados a  chaveiro, cutelaria, sapateiro. Esta lá a Tasca Miúda, pequena, mas aconchegante em um ambiente de azulejaria portuguesa clássica –  aqueles lindos azul e branco, área externas e móveis que se sabem de um passado, mas sem época determinado. Ainda estão lá varais iluminados, teto recoberto por parreiras artificiais no salão, e balcão de acepipes.

Todos os pratos tradicionais, uma tradição no grupo, ganham uma diferenciação que os torna um lembrança do original e ganham solidez com as variações. Começamos classicamente: Punhetas de bacalhau: lasca cruas, azeite, cebolas, azeitonas e coentros (R$ 38,100g). Para aqueles que não gostam de coentro, o sabor característico é levíssimo. Achando o bacalhau correto e o tempero saboroso, passamos aos seguintes: Pataniscas de bacalhau (Alheira da casa ao murro com ovo estrelado 36 -4 unidades ) e Bolinhos de bacalhau da Tasca (R$ 38- unidades). Tudo bem frito, sem gordura, ótimo tamanho.

Somos da turma que aprecia experimentar vários sabores. Continuamos nas entradas e pedimos o meu prato favorito português: ALHEIRA – um embutido que pode misturar várias carnes temperadas  e com  pão . Aqui é feita na casa e vem acompanhada de ovo com a gema se derramando sobre a alheira. É aquele prato que eu comeria baldes. Fomos também de picapau de atum: cubos de atum, fritos corretamente, misturado com os temperos  e aquele monte de azeite (R$39).

Resolvemos comer, como principal, dois carros-chefe da culinária  portuguesa que não sejam bacalhau: polvo e arroz de pato. O Polvo à espanhola: 150g na grelha, batatinhas, cebolas, romesco, azeitonas e pão (R$97). Polvo é difícil, mas o da Tasca da Rainha vem grelhadinho, molhado por dentro, com tudo perfumado pelos temperos. Depois o Arroz caldoso de pato: com toucinho fumado, linguiça, corações, laranja e farofa de pão (R$71).

Por sugestão do Luiz Santos, dono da casa e chefe, roqueiro e amante de Bourbon ( assuntos sobre  os quais decorre horas com profundo conhecimento), recebemos para encerrar Baba de Camelo da Tasca: suspiro,

amêndoas, doce de leite, uvas sg (R$25) – leite condensado, ovos e amêndoas- um doce superior. E bebidas para  ficarmos no clima da Terrinha, só bebemos Portônic, porque é verão.De todos os tipos: branco, rosé, tinto com Vinhos do Porto e Tônica. Se naão conhecem, provem.

Vamos voltar com certeza: não pedimos nenhum Sandes com Fritas- eles têm o famoso Francesinha – e muito menos Bacalhau. Achamos que para tudo há um tempo. Uma tasca com excelência na comida, serviço atencioso, plantada no meio do Leblon. Fui com paulistas unânimes em afirmar: olha como o Rio está com  uma cozinha incrível. E a Tasca Miúda está no ranking, fazendo  a alegria  de quem gosta de comer bem. Sem piada de português.

Cozinha *****

Ambiente ***

Serviço ****

Relação qualidade/preço***

Serviço:

Almoço executivo de 2ª à 6a

R. Humberto de Campos, 827, Lj. B
Pedidos IFood

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Jornalista, publicitária, professora universitária de Comunicação, Doutora em Literatura, Bacharel em Direito, gestora cultural e de marcas. Mãe do João e do Chico, avó da Rosa e do Nuno. Com os olhos e os ouvidos sempre ligados no mundo e um nariz arrebitado que não abaixa por nada.

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