Neste sábado (04/03), governadores que integram o Consórcio de Integração Sul e Sudeste (Cosud) estiveram reunidos na Fundação Getúlio Vargas, Zona Sul do Rio de Janeiro, para apresentar um documento que manifesta o compromisso dos mesmos em trabalhar em conjunto com o Governo Federal e os municípios em relação à aprovação da Reforma Tributária, revisão da dívidas dos estados e ampliação do debate no âmbito do Pacto Federativo.
A ”Carta dos Governadores” – nome oficial do documento -, assinada por Cláudio Castro (RJ), Tarcísio de Freitas (SP), Romeu Zema (MG), Renato Casagrande (ES), Eduardo Leite (RS), Ratinho Júnior (PR) e Jorginho Mello (SC), foi lida pela secretária estadual da Mulher do RJ, Heloisa Aguiar.
”Esse trabalho colaborativo é muito importante. Todas as ideias foram respeitadas. Queria agradecer a cada governador pela parceria e dizer que é um orgulho para o Rio de Janeiro receber esse encontro”, diz Cláudio Castro.
A carta manifesta o compromisso dos estados do Cosud na aprovação de uma Reforma Tributária que aumente a eficiência econômica e garanta a justiça social e a preservação da autonomia dos governos para realizar políticas de fomento ao desenvolvimento local. Uma das alterações em discussão é a mudança da tributação do ICMS da origem para o destino.
A dívida do Sul e do Sudeste com a União chega a R$ 630 bilhões, o que corresponde a 93% do débito de todas as Unidades da Federação com o Governo Federal. A carta propõe uma repactuação dos critérios de correção da dívida, que vem sendo atualizada pelo IPCA mais 4% ou Taxa Selic, o que for menor.
”É impensável que, num ambiente onde o crescimento econômico é muito inferior aos encargos dos contratos de dívida com a União, os Estados paguem suas dívidas e ainda invistam em infraestrutura, modernização e na manutenção dos serviços públicos essenciais. É necessário que esses contratos passem a ter seus encargos compatíveis com o comportamento da economia nacional”, destaca um trecho da carta.
”Os estados do Sul e do Sudeste respondem por 80% da arrecadação de impostos federais. Quanto mais organizarmos a vida financeira desses estados, mais vamos nos desenvolver e mais impostos federais serão gerados. Quando o Brasil recebe mais, todos os estados são beneficiados por meio dos fundos de participação”, complementa Cláudio Castro.
No documento, os estados pedem que atos que representem aumento nas despesas não sejam implementados sem uma discussão prévia.
”Obrigações não podem ser impostas aos estados sem a devida contrapartida, especialmente as financeiras. Quando isso acontece, a população acaba pagando a conta”, explica Eduardo Leite, governador do Rio Grande do Sul.
Os integrantes do Cosud ressaltaram ainda a importância do fortalecimento das agências regulatórias, para regulamentar e fiscalizar as concessões de serviços públicos. O próximo encontro entre eles está previsto para junho, em Minas Gerais.