Cláudio Castro entra com ação no STF para suspender dívida com a União, que já chega a R$ 191 bilhões

A medida, segundo o governo do estado, vai permitir que o Rio de Janeiro tenha segurança para negociar o recálculo do montante

Advertisement
Receba notícias no WhatsApp
Palácio Guanabara / Foto: Reprodução

O governador Cláudio Castro entrou com ação no Supremo Tribunal Federal (STF) nesta sexta-feira (26/04), para suspender, em caráter liminar, o pagamento da dívida fluminense com a União, que totaliza R$ 191 bilhões. A medida vai permitir que o Rio de Janeiro tenha segurança para negociar o recálculo do montante, sem que haja riscos aos cofres estaduais.

Segundo o Estado do Rio, ao longo das últimas décadas, foram impostas condições consideradas abusivas pela União. Diante disso, a ação pede a exclusão dos valores indevidos e ilegalmente incluídos no saldo devedor ao longo do tempo, de acordo com parâmetros compatíveis com as demais despesas públicas.

Quando se iniciaram as primeiras renegociações, na década de 1990, a dívida estadual com a União estava em R$ 13 bilhões. Desde então, já foram pagos R$ 155 bilhões – sendo cerca de R$ 108 bilhões só de juros e encargos. Apesar do valor já pago, o Rio ainda deve R$ 160 bilhões à União e R$ 30 bilhões por empréstimos garantidos por ela. Há ainda R$ 1 bilhão em operações não garantidas pelo Governo Federal.

Além da divida, o Estado ainda foi prejudicado por impactos no cofre, devido a políticas implementadas pelo Governo Federal, como a redução do ICMS de energia, telecomunicações e combustíveis. Abrindo mão de parte desta receita, o Rio de Janeiro perde, em média, R$ 9 bilhões por ano.

Advertisement

Dívida histórica

As dívidas do Rio de Janeiro foram repactuadas na década de 1990, portanto, há 30 anos. Desde então, passaram por várias negociações e refinanciamentos. Em 1999, houve o maior refinanciamento contratado, de R$ 13 bilhões – nos valores da época. Ao longo do tempo, os débitos foram impactados por diversas leis e normativas federais, além de inúmeros passivos.

O montante da dívida do Rio de Janeiro apresentou um alto crescimento, entre outros motivos, devido aos indexadores utilizados para cobrança de juros (IGP-DI + 6% e posteriormente IPCA + 4% ou Selic) ao longo do tempo. Soma-se a isso a metodologia de variação cumulativa dos índices estabelecida pela União, ao invés da adoção de um modelo mensal.

Advertisement
Receba notícias no WhatsApp
entrar grupo whatsapp Cláudio Castro entra com ação no STF para suspender dívida com a União, que já chega a R$ 191 bilhões
Advertisement

2 COMENTÁRIOS

  1. O Governo da União na gestão passada desse mesmo Lula já perdoou dívidas de países estrangeiros com o Brasil. Também já permitiu bancos públicos renegociarem as dívidas de beneficiados por financiamentos de programas agrícolas e estudantis com desconto de quase 100% no abatimento dos juros. Mas quando a União trata das dívidas dos estados é sempre exigente.
    Fora que o RJ sofreu por décadas e ainda vem tendo as consequências da mudança da capital federal para Brasília mas não recebeu uma única indenização.

Comente

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui