Escola Carolina Patrício, em São Conrado, fecha suas portas em 2022

Fechamento da unidade escolar mais tradicional de São Conrado gera demissões e nostalgia de alunos. A rede continua funcionando na Barra e no Recreio.

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Foto: Reprodução da Internet

A Escola Carolina Patrício, localizada na Estrada da Gávea, em São Conrado, está fechando suas portas no apagar de 2022, alegadamente pela falta de estudantes de ensino fundamental na região. A tradicional escola bilíngue, que está no mercado há mais de 40 anos é uma das primeiras no país a trabalhar com o ensino híbrido. O currículo combina atividades online com as presenciais, já que o mundo digital e o real andam lado a lado. A escola foi fundada no início dos anos 80 pelas irmãs Nancy, Nely e Noemi Patrício, e foi posteriormente vendida a uma grande empresa do setor de educação.

Além da aprendizagem ativa, a unidade escolar também aplica projetos pedagógicos. Como o “as plantas”, no seguimento infantil, onde são apresentados conteúdos sobre a natureza, meio ambiente e sua conservação. Também há o “Stand Up 4 Human Rights Take Action”, do Ensino Fundamental II, que ensina e discute pautas sobre a promoção de defesa dos direitos humanos.

Com anos de história, o Carolina Patricio formou grandes figuras que contribuem para o funcionamento do Rio de Janeiro. Eva Boustani, líder de salão do restaurante Tutto Nhoque e diretora comercial da Super Estágios no Rio de Janeiro, é uma dessas pessoas e estudou na rede a partir de 1984. Eva diz, ao DIÁRIO DO RIO, que o Carolina honrou com os papéis de troca de conhecimento, que era um local de amadurecimento intelectual e amistoso.

O empresário Felippe Piazza, também estudou na escola, e afirmou ao DIÁRIO DO RIO que a instituição marcou sua vida, com um ensino fora do padrão, extremamente aprimorado para a época. “O ambiente promovia a criatividade e pensar fora da caixa, isso me ajudou a criar uma mente mais empreendedora, o que me ajuda até hoje“, alega Piazza.

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Apesar da unidade em São Conrado estar fechando, não é o fim de um legado. A Carolina Patrício possui outras escolas pelo Rio de Janeiro, tendo filiais na Barra e no Recreio, além da Carolina Patrício – Gente Miúda, que, de acordo com a Instituição, continuarão abertas. Elas seriam extremamente concorridas.

Venda e demissão em massa

Em 2021, no mês de julho, a Escola Carolina Patrício foi comprada pelo Grupo SEB, grande consórcio educacional dono de diversos investimentos na área e outros colégios como Pueri Domus, Concept, Maple Bear, A a Z, entre outras. Na época da compra, o SEB afirmava que sua motivação era ter uma unidade educacional premium em cada capital do país. A SEB tem hoje mais de 6.000 colaboradores, segundo seu site.

Está compra parecia ser um novo ar para a antiga e tradicional, escola sediada numa linda mansão em estilo normando no coração de São Conrado. Mas, com a venda e os ajustes da nova gerência, o fechamento da unidade de São Conrado foi antecipado. Segundo fontes da reportagem, enquanto as sedes da Barra e Recreio teriam filas de espera para novas matrículas, o mesmo não ocorria na unidade do bairro.

Ao DIARIO DO RIO o colégio informou que, em agosto de 2022, famílias e funcionários foram informados sobre o encerramento das operações em São Conrado em virtude da baixa concentração de crianças no bairro.

O anúncio deveria ser o final de uma história de ensino e aprendizado, porém, alguns problemas foram supostamente causados pelo fechamento da unidade escolar, segundo informações do corpo docente.

Ex-professora

Uma ex-funcionária da rede em São Conrado, que preferiu não se identificar, entrou em contato com o DIÁRIO DO RIO e alegou que na última segunda-feira, (19/12), mais de 70 funcionários foram demitidos.

A docente ainda diz que alguns direitos estão sendo negligenciados. Ela afirma que durante anos trabalhou em turnos sem carteira assinada, sem horário de intervalo. Além disso, também afirma que, após a demissão, a instituição tentou negociar um acordo extrajudicial de acerto trabalhista com um valor inferior ao que ela deveria receber pelos mais de 17 anos de trabalho.

“Foi um constrangimento. Tentaram amedrontar os professores com seu grupo de advogados e não recordam que durante a pandemia trabalhamos sem nenhum suporte financeiro, sem horários fixos e sem pausa para almoço ou até para um lanche”, afirma a professora.

O que diz a Escola Carolina Patrício

A redação do DIÁRIO DO RIO entrou em contato com a Escola Carolina Patrício, questionando as atitudes mencionadas. A instituição diz que realocou 80% dos colaboradores de São Conrado em outras escolas do grupo e assegurou o pagamento de todos os direitos trabalhistas aos funcionários desligados.

“Os valores devidos foram informados aos advogados indicados pelos próprios colaboradores de forma a garantir que a rescisão dos contratos seja realizada de maneira transparente. A escola mantém seu compromisso com a ética e com o respeito a toda a comunidade escolar”, conclui a rede.

O bairro de São Conrado está recebendo novos investimentos. Uma nova maternidade da Rede D’or começará a ser construída bem ao lado da antiga escola.

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