Com 1.700 imóveis tombados, Rio tem como desafio a preservação do patrimônio histórico da cidade

De riqueza história incomparável, os imóveis cariocas tombados podem ser alugados ou comprados desde que sejam respeitados os seus traçados originais

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Foto: Divulgação

A cidade do Rio de Janeiro tem uma riqueza patrimonial inestimável. São quase 1.700 imóveis de perfis diversos tombados. As edificações podem ser alugadas ou compradas, desde que os seus traçados originais sejam preservados. O grande desafio, em tais casos, é manter a memória histórica da cidade, uma vez que muitas destas construções encontram-se em péssimo estado de conservação.

O casarão onde moraram o Barão de Mauá, um dos homens mais ricos do Brasil Império; e o poeta Manoel Bandeira está na lista das construções tombadas. Erguido no final do século XIX, o casarão está localizado na Rua Pascoal Carlos Magno, nº 73, no bairro de Santa Teresa, na região Central do Rio de Janeiro. A unidade está sendo vendida por R$ 5 milhões.

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Cláudio Castro, diretor da Sérgio Castro Imóveis

Para o diretor da Sérgio Castro Imóveis, Cláudio Castro, a construção poderia seguir a tendência comercial da região, que é um polo gastronômico, e oferecer à população pequenos restaurantes ou lojas, desde que respeitados os limites impostos pelos órgãos competentes.

“É um casarão muito bonito do final do século XIX e ele tem dois terrenos muito bons. Um de um lado e outro do outro da edificação. Os terrenos poderiam ser utilizados, com a licença do poder público e dos órgãos de patrimônio, para a construção de pequenas lojas e pequenos restaurantes, já que a área é um polo gastronômico”, afirmou Cláudio Castro à TV Brasil.

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A Sérgio Castro Imóveis possui em sua carteira de vendas mais de 500 imóveis tombados e de grande relevância histórica e cultural para a cidade do Rio de Janeiro. Uma das construções é o sobrado onde morou a cantora, dançarina, e atriz luso-brasileira, Carmen Miranda, no Centro Histórico da cidade.

Cláudio Castro destacou que este tipo de imóvel é procurado por investidores experientes, uma vez que reformados de formada adequada ficam isentos do pagamento do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU).

“Esses imóveis históricos são muito procurados por investidores, que já estão habituados a fazer obras e sabem que esse tipo de imóvel tem uma grande vantagem, pois se o comprador fizer as obras de restauro deixando-o adequado ao que era na época da sua construção, fica isento de IPTU”, explicou Castro ao veículo.

Ao comprador de imóveis tombados cabe a obrigação de seguir as exigências impostas pelos órgãos responsáveis pela preservação das edificações, sendo as mais comuns a manutenção da fachada e do telhado.

O historiador e diretor-presidente do Instituto de Pesquisa Histórica e Arqueológica do RJ (IPHARJ), Cláudio Prado de Mello, ressaltou que, para evitar o abandono e a precarização dos imóveis, seria necessário permitir uma reformulação das leis de patrimônio.

“Você tem um restaurante ou uma livraria, você não pode ter pequenos cômodos, como os quartos antigos de 2,5 x 3,0 metros. Você tem que ter espaços amplos e, para isso, é necessário fazer uma reformulação das leis de patrimônio,” disse Prado de Mello à emissora.

Os atrativos dos imóveis tombados ultrapassam a arquitetura elegante. Tais edificações geralmente são bem localizadas, além de serem bem espaçosas. O Largo do Boticário, no tradicional bairro do Cosme Velho, na Zona Sul da cidade, é um dos exemplos de sucesso patrimonial. Vendido, em 2018, à rede de hotéis Accorhotels por R$ 12 milhões, o local foi transformado no belo e simpático hotel Jo&Joe.

Bianca Chaves, gerente da instituição ressaltou que a requalificação do Largo do Boticário resgatou a história do bairro, que teve em Machado de Assis (O Bruxo do Cosme Velho), um dos seus mais ilustres moradores.

“O Cosme Velho é um bairro que tem uma história muito rica. O Largo do Boticário, com certeza, contribui para trazer de volta essa efervescência que foi o local, nas décadas de 1960 e 1970. Existem escritos e poemas de Clarice Lispector falando sobre o Largo do Boticário. Machado de Assis, Burle Marx, entre outros personagens o frequentavam bastante,” acrescentou Bianca Chaves.

As informações são da TV Brasil.

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