Com 62 anos de regulamentação, número de corretores de imóveis no RJ beira os 100 mil

Com altos ganhos, flexibilidade e valorização constante, a profissão de corretor atrai novos talentos no dinâmico mercado do Rio

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Prédios do Centro do Rio | Foto: Rafa Pereira - Diário do Rio

Esta semana, o mercado imobiliário celebrou os 62 anos da regulamentação da profissão de corretor de imóveis, um marco que reflete a importância e o crescimento desse setor crucial para a economia local. Com uma combinação de altos ganhos, flexibilidade e constante valorização profissional, os corretores têm atraído novos talentos, especialmente em um mercado tão dinâmico como o do Rio de Janeiro.

Os corretores desempenham um papel essencial na intermediação imobiliária. Eles são responsáveis por orientar clientes desde a seleção do imóvel até a finalização do contrato. Além de atuar em vendas e locações, esses profissionais podem se especializar em nichos diversos, como avaliação imobiliária e administração de propriedades. A profissão oferece a flexibilidade para trabalhar de forma autônoma ou integrar equipes em imobiliárias, construtoras e administradoras.

Uma pesquisa recente do Conselho Federal dos Corretores de Imóveis (Cofeci), em colaboração com o CIMI 360 e a Real Estate Intelligence (REI), revelou um aumento significativo na satisfação entre os corretores. Nos últimos 14 anos, o índice de satisfação subiu de 73% para 83%. Aproximadamente 33% dos profissionais destacam a perspectiva de altos ganhos como um atrativo principal, enquanto 11% ingressaram na área por influência familiar.

Em termos de remuneração, o setor é notoriamente lucrativo. Dados recentes indicam que o rendimento médio dos corretores é superior a R$ 3.422, com 19% ocupando posições de destaque entre os 5% mais bem remunerados do país, com ganhos superiores a R$ 10 mil mensais. A maioria dos profissionais possui entre 35 e 49 anos e é graduada em áreas como Administração e Direito.

Cenário Carioca

No estado do Rio , o mercado imobiliário tem cerca de 100 mil corretores inscritos e quase 60 mil ativos, representando uma parte substancial do mercado nacional, que conta com mais de 600 mil profissionais. Marcelo Moura, presidente do Creci-RJ, destaca a importância desta representatividade e a responsabilidade que vem com ela: “Analisando os dados do nosso Conselho Federal, podemos entender a significativa representatividade do Rio de Janeiro dentro do sistema. Somos quase 100 mil em um universo de 600 mil em todo o país, sendo uma responsabilidade muito grande a nossa: fomentar a valorização profissional e garantir a segurança jurídica da sociedade em intermediações imobiliárias”, disse o presidente do Creci-RJ, Marcelo Moura.

De acordo com João Eduardo Corrêa, vice-presidente do Creci-RJ, é importante ressaltar que os ganhos do corretor de imóveis podem variar dependendo de fatores como a localidade em que atua, o tipo de imóvel e a experiência do profissional. “Os corretores cobram comissões que variam de 5% a 6% do valor da venda de um imóvel. Além disso, os que trabalham em imóveis de alto padrão ou em nichos específicos, podem ter um rendimento significativamente maior”, ressalta.

Marcus Vinícius Ferreira, Broker da Sérgio Castro Imóveis, que iniciou sua carreira no mercado imobiliário aos 48 anos, destaca que ser corretor é muito mais do que abrir portas. “O corretor precisa estar sempre preparado e atualizado. A digitalização é uma realidade crescente e quem não acompanhar essa evolução pode ficar para trás”, alerta Ferreira. Ele também menciona os desafios específicos do mercado carioca: “Temos regiões do Rio, especialmente no extremo da Zona Oeste e na Baixada Fluminense, onde a segurança e a presença do poder público são questões críticas, dificultando o trabalho fora do eixo tradicional de Zona Sul, Tijuca e Barra.”

Vale lembrar que a profissão é regulamentada pela Lei Federal nº 6.530 de 1978, e apenas aqueles que possuem registro no Conselho Regional de Corretores de Imóveis (Creci) podem atuar legalmente. A atuação sem o devido registro é considerada exercício ilegal da profissão, o que reforça a importância da regularização para garantir a confiança e a segurança nas transações imobiliárias.

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