Com apostas esportivas prestes a serem regulamentadas, Instituto de Apoio ao Apostador (IAA) atua na prevenção da compulsão e no acolhimento a apostadores

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Foto: Cottonbro Studio/Pexels

As apostas se tornaram uma verdadeira febre no Brasil na década atual. Com a regulamentação das bets prestes a ser concluída pelo governo federal, os números impressionam. Segundo estudo da SimilarWeb, companhia inglesa de inteligência e mineração de dados, já há mais de 30 milhões de apostadores no país. Os dados, coletados em 2022 pela empresa, revelaram que o Brasil responde por 25% dos acessos a sites casas de apostas no mundo, ou seja, 3,2 bilhões de cliques, sendo 85% voltados para apostas em futebol.

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O crescimento das bets, que vem movimentando a economia nacional, com patrocínios a clubes, propagandas na mídia, pagamentos a vencedores de apostas e tributos ao governo, ligou o sinal amarelo no setor. Apostador profissional e sócio da consultoria de apostas esportivas Dupla Aposta, Mateus Caumo notou uma relação desiquilibrada, na qual alguns apostadores manifestavam um comportamento pouco adequado. Teve, então, a ideia de criar o Instituto de Apoio ao Apostador (IAA).

Ainda em fase final de implementação, o IAA já promove acolhimento emocional e fornece consultoria financeira para qualquer pessoa que esteja buscando ajuda por conta de problemas com apostas. Mais do que isso: atua fortemente na prevenção para evitar que o entretenimento se torne uma compulsão.

“É importante atuar logo no início. Por isso, o conteúdo do IAA tem módulos importantes de psicoeducação, um trabalho voltado para a prevenção. O material elaborado sinaliza claramente, para o usuário que entra no site, o que é o vício em apostas, quais são os riscos, como perceber os primeiros sinais de problema e como buscar ajuda. Temos uma proposta educativa e não somente um conteúdo voltado para o apostador já numa situação de compulsão”, explica Caumo, destacando que o acesso a todo o conteúdo é gratuito.

Para acessar, é necessário fazer o cadastro no site https://iaapostador.org/ (também é possível acessar pelo Instagram @ia.apostador) e responder a uma avaliação, que vai determinar o nível de ajuda e direcionar o apostador ao conteúdo de que ele necessita.

“A prevenção é crucial para evitar que a atividade recreativa se torne uma compulsão. É por esse caminho que conseguimos proteger a saúde mental, a estabilidade financeira, as relações interpessoais, o desempenho profissional e a qualidade de vida do apostador. A gente faz esse trabalho de conscientização, de prevenção. Muitos casos no IAA são de pessoas que estão começando, que perceberam que o comportamento não estava saudável, não estava adequado e sentiram que perderam um pouco a mão. Então, entramos com trabalho de orientação para prevenir a perda do controle, a perda da capacidade de conseguir ter comando sobre a situação. A gente dá orientações, explica sobre como é que funciona o jogo patológico e como evitá-lo. Além do conteúdo educativo, há atendimentos também”, explica E.A., uma das psicólogas à frente do atendimento no IAA.

A prevenção é fundamental nesse mercado em franco crescimento. Mas o IAA atua, também, em casos mais graves, promovendo acolhimento emocional e financeiro.

“Nesses casos, fazemos todo um acolhimento psicológico e financeiro, quando necessário. Sabemos que apostadores nessa situação têm dificuldade em custear o tratamento a longo prazo. Por isso, estamos buscando parcerias com unidades de saúde pública e universidades para auxiliar no processo”, explica Caumo, destacando, ainda, que os parentes dos apostadores também são acolhidos pelo IAA. “É um trabalho que precisa ser entendido e tocado por todos na família”.

O diagnóstico de quem está trocando o entretenimento pela compulsão, explica a psicóloga E.A., é prontamente identificado pelo IAA, já que há sinais comportamentais claros, como perdas financeiras, pedidos de ajudas financeiras, impacto nas atividades diárias, sentimento de culpa ou remorso, perda de controle, aumento da frequência nas apostas e dificuldade em parar.

Para evitar a evolução do quadro para uma compulsão, o IAA tem sete dicas de ouro:

  1. Autoconhecimento: A pessoa reconhece os sinais iniciais de problemas com apostas quando percebe que está gastando mais tempo e dinheiro do que o planejado, mentindo sobre as apostas ou até mesmo deixando de conviver com amigos e familiares para ficar nas plataformas.
  2. Definir limites: O usuário precisa estabelecer limites claros de tempo e dinheiro para usar em apostas e nunca ultrapassar esses limites, independentemente de vitórias ou perdas. Também nunca deve comprometer valores fora do seu padrão financeiro.
  3. Educação e informação: Buscar informações sobre os riscos associados às apostas e entender como funcionam os jogos. Isso inclui conhecer as chances reais de ganhar e perder.
  4. Atividades alternativas: Estar envolvido com outras atividades recreativas e hobbies que não envolvam apostas. Existem muitos estudos que comprovam os benefícios das atividades físicas para a mente e o corpo.
  5. Acompanhamento profissional: Buscar ajuda de profissionais quando sentir que o comportamento de apostas está se tornando um problema. Terapias cognitivo-comportamentais (TCC) podem ser eficazes na prevenção do vício.
  6. Tecnologia de autocontrole: Usar do benefício das ferramentas e tecnologias disponíveis, como aplicativos de monitoramento de tempo e dinheiro gastos em apostas, bloquear sites se necessário.
  7. Participação em grupos de apoio: Considerar participar de grupos de apoio, como os que existem dentro do IAA (Instituto de Apoio ao Apostador), para compartilhar experiências e obter suporte de pessoas que enfrentam desafios semelhantes.

Ampliação do atendimento

Para ampliar a capacidade de atendimento, o IAA vem captando apoio com as casas de apostas, que buscam desenvolver a responsabilidade social nas empresas. A BetSpeed é uma das patrocinadoras atuais do Instituto.

“O brasileiro ama futebol, acima de tudo, mas tem paixão pelos esportes de uma maneira geral. A regulamentação das apostas no país é uma grande oportunidade de geração de emprego e renda, mas as apostas precisam ser apenas mais uma forma de entretenimento na vida dos brasileiros. Não é para se tornar um problema. Além de ações de prevenção, achamos fundamental dar todo o apoio e o suporte ao IAA e, por isso, nos juntamos à causa”, explica Claudio Furtado, CEO da BetSpeed.

Preocupado com o crescimento sustentável e saudável do segmento com a iminente regulamentação das apostas esportivas no país, o executivo acredita que o cuidado com a saúde e a responsabilidade social precisam ser pilares das bets.

“Através de muitas frentes, inclusive com apoio de ex-apostadores, o Instituto vem ajudando a recuperar e reconstruir algumas vidas. As pessoas estão sendo acolhidas previamente, para evitar que se torne um problema. O apoio das bets só vem para melhorar ainda mais esse importante trabalho do IAA”, avalia Furtado.

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