Com baixo efetivo, Batalhão Turístico deixa Praça XV desprotegida

Um dos principais roteiros turísticos da cidade, o local não conta com policiamento à noite e de madrugada

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Foto Cleomir Tavares / Diario do Rio

Era para ser uma noite divertida com amigos brincando em um bloco de rua em uma das regiões historicamente mais importantes da cidade do Rio de Janeiro. Mas o abandono do local pelas autoridades e a falta de segurança atravessaram o caminho de Lucas Ferreira Viana, de 27 anos, assassinado, com um corte na garganta, no dia 7/03, na Praça XV, no Centro da cidade, em frente à Praça do Carmo, na Antiga Sé, Capela Real onde João VI foi coroado rei e Pedro I e Leopoldina se casaram. Um bandido o atacou com uma garrafa de vidro quebrada.

Lucas perdeu a vida em um cenário que impactou não somente a história do Rio de Janeiro mas a história da Brasil também. Quem passa pela Praça XV de dia pode ver a beleza das construções e atrações turísticas, além de sentir a imponência da nossa história. À noite, porém, o local é terra de ninguém. Quando o sol se põe, a lei desaparece, e entram em ação outras formas de autoridade que o cidadão comum não consegue decifrar. Os resultados são funestos, e as autoridades admitem que não atendem à região com efetivo razoável.

Por incrível que pareça, o local onde estão localizados o edifício corporativo da Bolsa de Valores do Rio de Janeiro, o histórico Arco do Teles, a Tabacaria Africana, a Estação das Barcas, o Palácio Tiradentes, o Largo do Paço Imperial, o Convento do Carmo, o Centro Cultural do Banco do Brasil e dos Correios, a Escola de Cinema Darcy Ribeiro e o Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro, não é atendido pelo Batalhão de Policiamento de Áreas Turísticas da PM (BPTUR) por falta de efetivo, conforme apurou o jornal on-line Diário do Porto. Isso aí. Turista na Praça XV não é prioridade.

Ao jornal, o Tenente Coronel Róbson Arouche Martins Cardeal revelou o seu descontentamento diante da situação de insegurança e abandono de uma área tão importante da cidade.

“Gostaria muito de policiar a Praça XV, um dos lugares históricos mais importantes do Rio de Janeiro. Mas no Centro infelizmente só tenho efetivo para fazer patrulhamento na Lapa e no Boulevard Olímpico”, disse o militar ao veículo.

O BPTUR, segundo o oficial, conta com apenas 180 homens que se revezam em turnos. Esse efetivo permite policiar a orla da zona sul, os aeroportos do Galeão e Santos Dumont, além da Lapa e Boulevard Olímpico. Como se não bastasse a escassez de recursos humanos, o Batalhão ainda perde policiais para outras unidades da Polícia que pagam gratificações mais elevadas, como as UPPs por exemplo. Esses agentes são diferenciados, uma vez que falam pelos menos uma língua estrangeira, especialmente o inglês.

De acordo com a reportagem, a Praça XV não é protegida por um batalhão turístico porque os turistas “não frequentariam o lugar à noite”, por falta de atrações. Além disso, o programa Centro Presente encerra as suas atividades às 22h e não tem funcionamento nos finais de noite e madrugadas. Durante a ausência do Centro Presente quem supostamente policia o local é o 5º Batalhão de Polícia Militar da Praça da Harmonia cuja atuação não impede que crimes terríveis como o que vitimou o jovem folião Lucas aconteçam.  

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