O antigo complexo do Instituto Médico-Legal (IML), localizado na Lapa, segue fechado e completamente deteriorado há 16 anos, desde a transferência das atividades para a nova sede, na Francisco Bicalho, em 2009. Com cinco mil metros quadrados e propriedade da União, o prédio continua sem uso, e suas entradas principais – pela Rua dos Inválidos e pela Mem de Sá – estão em condições deploráveis.
Em reportagem publicada pelo DIÁRIO DO RIO no dia 10 de janeiro, o estado de abandono do imóvel foi amplamente destacado. O local, tomado por pichações, sujeira e lixo espalhado, apresenta áreas com urina e até fezes. Moradores da região expressam seu desespero e cobram ações das autoridades, que seguem inativas diante da situação. Para muitos, o prédio se tornou um símbolo do descaso público, com arames isolando a entrada e um ambiente degradado.
“Está péssimo como todo o entorno. Ruas nojentas, fendendo a urina e fezes. Pagamos impostos e infelizmente temos que conviver com essa sujeirada. Deveriam aumentar o efetivo de limpeza no nosso bairro”, comenta uma moradora da Lapa.


O imóvel também tem sido alvo de invasões, especialmente por dependentes químicos, que circulam livremente pelas dependências e invadem imóveis vizinhos, particularmente na área de acesso pela Rua dos Inválidos. Recentemente, o gabinete do vereador Pedro Duarte (Novo) realizou uma fiscalização no local, constatando não só o abandono, mas também um vazamento de água.
Imagens feitas por um morador mostram o estado deplorável da fachada do prédio, com lixo acumulado e água escoando para a rua. Segundo o segurança de um prédio vizinho, o vazamento começou no sábado (25/01) e, apesar de ter feito um chamado à Águas do Rio, nenhuma providência foi tomada.
Mesmo com o estado de abandono, o prédio tem sido utilizado como estacionamento por policiais civis, com veículos aparentemente novos estacionados no local. Segundo relatos, agentes de segurança trabalham em regime de escala 24 horas, sendo as únicas pessoas que circulam no interior do prédio. Para acessar o local ou obter mais informações, é necessário procurar a sede do Degase, na Rua do Lavradio 162, conforme informou o vereador Pedro Duarte.
Na calçada em frente ao prédio, uma placa da COINPOL (Corregedoria Interna da Polícia Civil) reserva vagas para veículos policiais. No entanto, segundo os moradores, carros estacionam ao longo da via sem identificação. Relatos indicam que policiais controlam o espaço e utilizam como estacionamento particular.
‘Casa dos horrores’
Por cerca de 60 anos, o prédio abrigou o principal Instituto Médico-Legal (IML) do Rio, até ser substituído pela nova sede. Na época, o ex-governador Sérgio Cabral chegou a se referir ao local como a “casa dos horrores”, devido às condições precárias, como a falta de refrigeradores adequados para a conservação dos corpos, o que gerava um mau cheiro insuportável, afetando a vizinhança.
A Polícia Civil chegou a utilizar o prédio para algumas de suas unidades, até ser realocada. No entanto, o espaço segue sem um plano definido para sua requalificação, agravando a situação e transformando o local em um símbolo do descaso público, gerando insegurança e impactando negativamente a região.
Estudo do BNDES
Recentemente, o antigo complexo foi incluído em uma proposta de revitalização do BNDES, que sugeriu a instalação de um residencial no local. A proposta de requalificação do prédio está alinhada às novas diretrizes do projeto Reviver Centro, voltado para a revitalização do Centro do Rio. Porém, até o momento, não houve avanços significativos na implementação da proposta.
Diversas sugestões foram apresentadas para a reutilização do imóvel. A Associação dos Peritos Oficiais do Estado propôs a transformação do prédio em um museu de medicina legal, valorizando seu anfiteatro histórico. Já a Associação de Moradores da Cruz Vermelha e Adjacências defende a demolição do edifício para dar lugar a uma praça pública.
Praça? Pra quê outra Praça?
Para aumentar ainda mais o efetivo de cracudos, dependes químicos e marginais.
Vocês precisam dar outra ideia de destinação ao espaço.
Um residêncial, retorfit, etc. Menos Mmha Casa Minha Vida, pois sabemos o que virará.