Com investimento de R$ 12 milhões, BNDES fará do Armazém da Utopia o maior empreendimento cultural carioca

Ao fim da sua requalificação, o espaço estará apto para receber manifestações culturais, feiras, convenções e eventos corporativos, suprindo as carências de equipamentos semelhantes na cidade

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Foto: Divulgação

O Armazém da Utopia, maior equipamento cultural multiúso do Rio de Janeiro, passará por um processo de revitalização custeado, em parte, com recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Ao todo, o banco repassou R$ 12 milhões para o Instituto Ensaio Aberto (IEA), responsável pela gestão do espaço.

Localizado na área portuária da cidade, o Armazém da Utopia reúne duas edificações, construídas no início do século 20, que ocupam um espaço de 5 mil metros quadrados. Nesta quinta-feira (12), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), a diretora Socioambiental do BNDES, Tereza Campello, entre outras autoridades, participaram da inauguração do Armazém.

Projeto pioneiro, o Armazém da Utopia será um local voltado para as mais variadas expressões artísticas. Desde 2010, o Armazém é gerido pelo IEA, uma referência internacional como grupo teatral de trabalho continuado.

Dos 14 armazéns da região portuária, as edificações da Utopia mantêm a arquitetura original, com a estrutura em aço e a fachada de tijolos aparentes. Seu caráter memorial junto à história do Porto e dos portuários é reconhecido Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).

Os aportes do BNDES representam 33% do investimento total no projeto, que envolve intervenções de restauração e conservação, compra de mobiliário e de equipamentos cênicos, tratamento e digitalização do acervo, entre outros itens essenciais. O uso da tecnologia será um trunfo para a preservação do traçado arquitetônico e refuncionalização do espaço, que será transformado no maior equipamento cultural capacitado para múltiplas funções do Rio.

Pelo projeto, o Armazém da Utopia, ao fim das intervenções, estará apto para receber manifestações culturais, feiras, convenções e eventos corporativos, suprindo as carências de equipamentos semelhantes na cidade. O início das suas atividades reforçará o impacto cultural na região do Porto Maravilha, onde funcionam o Museu do Amanhã, o Museu de Arte do Rio (MAR) e o AquaRio.

“O projeto está alinhado à estratégia de revitalização da zona portuária, onde já financiamos a implantação do veículo leve sobre trilhos (VLT), e converge com os nossos esforços de requalificar o território da Pequena África, que também fica na região e onde devemos investir R$ 20 milhões, entre recursos próprios e de terceiros, para fortalecer as instituições locais e implementar o Museu Nacional da Herança Africana”, destacou a diretora Socioambiental do BNDES, Tereza Campello.

A requalificação do Armazém da Utopia consolidará o IEA como referência para formação de uma rede de companhias de artes cênicas de trabalho continuado. Em dois anos, o projeto deve receber cinco grupos teatrais visitantes ou residentes, e mais de 150 mil espectadores anualmente, o que representa um salto de 260% em relação aos atuais 57,6 mil espectadores. A movimentação na região impactará ainda as programações culturais de outros segmentos, que devem dobrar a atual participação de público.

Atuando desde 1992, o repertório do IEA é voltado para temas de interesse político e histórico. Seu público-alvo é a população de baixa renda, cujo acesso é viabilizado pela Ciência do Novo Público (CNP), uma metodologia de mapeamento, formação e fidelização de plateia criada pelo IEA. A metodologia será compartilhada com as companhias convidadas. O projeto atende ainda escolas públicas e privadas, universidades e projetos sociais.

O Armazém da Utopia representa um espaço de inclusão das comunidades e favelas das proximidades do cais do porto, como Saúde, Santo Cristo e Gamboa. Ao refuncionalizar o espaço, o poder público segue a tendência de companhias como a francesa Thèâtre du Soleil e a brasileira Teatro Oficina, que se tornou um paradigma para grupos de trabalho continuado no Brasil, como os grupos Galpão (BH), Ói Nóis Aqui Traveiz (PoA) e Companhia do Latão (SP).

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