Com mais de 1.500 títulos, biblioteca infantil do Complexo Pavão-Pavãozinho-Cantagalo foi destruída pelo incêndio

Também foram destruídos: materiais escolares, TV, computador, impressora, entre outros materiais. O idealizador do espaço abriu uma vaquinha on-line para recuperar o que foi perdido

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Biblioteca infantil foi totalmente destruída pelo incêndio que durou mais de cinco horas - Arquivo Pessoal e O DIA

Mais de 1.500 livros de uma biblioteca infantil, localizada no Complexo Pavão-Pavãozinho-Cantagalo, em Copacabana, na Zona Sul da cidade, foram destruídos pelo incêndio que devastou a mata local, nesta quarta-feira (7). Para reconstruir o espaço, muito importante para as crianças da comunidade, os moradores do complexo organizaram uma ‘vaquinha’ on-line.

A biblioteca infantil é resultado da parceria entre o grafiteiro Carlos Esquivel, de 45 anos e a associação de moradores do complexo. O equipamento foi batizado como ‘Ninho de Águias’.

“Reuni os moradores para desenvolver ações de reciclagem de lixo, produzindo artesanato e o descarte adequado. Percebemos que o nosso efetivo era, na maioria das vezes, composto por crianças. Esses encontros se tornaram oficinas de artesanato. Daí, tornou-se uma cooperativa de artesanato reciclado. Tive a ideia, com a minha esposa, de fazer um projeto social local. Para que a gente pudesse continuar fomentando cultura aqui”, relatou o grafiteiro ao jornal O DIA.

Carlos Esquivel estava na rua quando percebeu o incêndio, que devastava a biblioteca e contra o qual tentou lutar, sem sucesso. Ele relatou ainda que chegou a auxiliar os bombeiros acessando um reservatório de dois mil litros da casa de um vizinho da biblioteca.

“O fogo já estava pegando em vários outros locais, mas eu tinha dois mil litros de água caixa, conseguimos acesso à casa pela laje do vizinho e acessar essa água, para apagar o fogo que estava no telhado, que é de telha de caixa de leite reciclado. É super inflamável”, explicou o grafiteiro desolado por ter perdido todos os livros, materiais escolares, TV, computador, impressora, projetor, telescópio, aparelho de som e cafeteira. Com o incêndio, a estrutura do espaço ficou totalmente abalada.

“Corri para entrar, mas o fogo não deixou nem entrar no caminho.  Havia fios de luz explodindo, e a fumaça estava me deixando cego. Não tinha nem como respirar. Então, eu recuei e me conformei com a expectativa de perder tudo. Parecia um vulcão entrando em erupção”, contou Esquivel ao veículo.

Diante da perda do equipamento, o vice-presidente da associação de moradores do Pavão-Pavãozinho-Cantagalo, Sávio Soares, afirmou: “Era uma biblioteca 0800, onde as crianças podiam ter acesso à vontade, usufruir de tudo que existia lá dentro. Livros, brincadeiras… Ficou tudo destruído, tudo danificado, não tem nada”.

Foram mais de cinco horas de incêndio na mata da comunidade da Zona Sul, onde também foi destruído um bar anexo a um mirante, que seria alçado à condição de ponto turístico oficial da cidade.

Para reescrever a história cultural das crianças da região, Carlos Esquivel conta com o apoio de moradores e de outras pessoas de fora da comunidade. Quem quiser participar, pode doar qualquer quantia para o pix: 5010992@vakinha.com.br

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