Com mais de 80 artistas, mostra ‘Brasília: A Arte da Democracia’ segue em cartaz na FGV Arte até 14 de julho

"A conceituação desta exposição perfaz um arco histórico, desde a criação da cidade até os atuais movimentos em defesa da democracia e da liberdade", disse o curador da mostra Paulo Herkenhoff. A exposição pode ser vista de terça a domingo, das 10 às 20h; e aos sábados, domingos e feriados, das 10 às 18h, até 14 de julho. A entrada é franca

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De Evandro Prado / Serie Discordância em óleo sobre tela

A exposição “Brasília, A Arte da Democracia”, que retrata a fundação da cidade e os seus desdobramentos políticos, culturais, econômicos e sociais, segue em cartaz no espaço FGV Arte, em Botafogo, na Zona Sul da cidade. A mostra, que tem curadoria de Paulo Herkenhoff, pode ser vista de terça a domingo, das 10 às 20h; e aos sábados, domingos e feriados, das 10 às 18h, até 14 de julho. A entrada é franca.

A conceituação desta exposição perfaz um arco histórico, desde a criação da cidade até os atuais movimentos em defesa da democracia e da liberdade. Se Brasília é uma epopéia notável no plano internacional, sua história da cultura se desdobra, ao longo de seis décadas, por brasilienses e por brasileiros de todos os recantos”, afirmou Herkenhoff, que garimpou um extenso material durante os últimos quatro anos. A riqueza das fontes o levou a dividir a exposição em etapas.

O trabalho reúne as obras de artistas de todo o Brasil, que utilizaram várias técnicas e modos de vivenciar a arte, “como ‘exercício experimental da liberdade’, segundo Mário Pedrosa, “maior crítico de arte de todos os tempos”, pontou Paulo Herkenhoff.

A Exposição conta com 180 produções de 80 artistas, incluindo o croqui do plano piloto assinado por Lúcio Costa e o manuscrito de Oscar Niemeyer sobre o monumento JK. Na mostra também é possível ver o diploma de Candango, conferido pelo então presidente e responsável pela construção de Brasília, Juscelino Kubitschek (JK), aos operários que levantaram a cidade do zero.

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“Brasília teve um longo batismo de fogo contra o autoritarismo, golpes e tentativas de abolição do Estado de direito. Com a resistência aos ataques à sede dos três poderes, Brasília conquistou seu título de capital republicana, democrática, enfim, agora também a capital moral do Brasil e sua voz luminosa é a Constituição cidadã de 1988”, comentou o curador da exposição.

Um dos testemunhos mais contundente de amor à capita federal foi o de Vera Brant, nascida em Diamantina (MG), e falecida em Brasília, em 2014. Vera se mudou para a cidade em 1960 e lá construiu a sua vida como servidora pública e depois empresária do ramo imobiliário, após a perda do seu cargo com a chegada dos militares ao poder em 1964.

Na cidade consolidou uma trajetória como pessoa influente nos círculos político, intelectual e cultural nacional. Além de amiga e confidente de JK, Vera também teve um papel de destaque na criação da renomada Universidade de Brasília (UnB), ao lado do também amigo Darcy Ribeiro. Com as inúmeras cartas trocadas, com o também mineiro Carlos Drummond de Andrade, Vera Brant compilou e publicou vários livros, nos quais traçaram um panorama histórico da conturbada e rica vida política e cultural da época.

Nas palavras de Paulo Herkenhoff, Vera Brant “foi o primeiro e generoso periscópio para enxergar Brasília como uma rede extratemporal e extraterritorial”, unindo nomes, como: JK, Niemeyer, Athos Bulcão, Darcy Ribeiro, Wladimir Murtinho, UnB, Gilmar Mendes, Zanine Caldas, Rubem Valentim e Galeno.

A versatilidade cultural, social e posicional de Vera ajudou a guiar o grupo curatorial na construção de uma imagem bem particular de Brasília, tão fortemente masculina no exercício do poder, mas também muito feminina em sua receptividade e criatividade. A cidade pariu artisticamente as escultoras Maria Martins, Mary Vieira, Marianne Perretti; as ceramistas Karajá, até o núcleo de artesãs e escultoras de Planaltina.

Sobre a cidade, o poeta cuiabano nascido em 1958 e radicado na capital federal desde a adolescência, Nicolas Behr, que também está na mostra, afirmou: “Brasília precisa da arte para se desvincular do poder e, finalmente, virar Braxilia”. A frase foi retirado do livro “Braxilia: não-lugar”, publicado pela editora Fósforo.

Artistas em exposição:

Adriana Vignoli, Adriane Kariú, Ailton Krenak, Alberto da Veiga Guignard, Alexandre Murucci, Alfredo Ceschiatti, Anna Maria Maiolino, Athos Bulcão, Bené Fonteles, Benjamin Silva, Bernardo Figueiredo, Bruno Faria, Bruno Giorgi, Carlos Zilio, Chico Silva, Christus Nóbrega, Cildo Meireles, Dadá do Barro, Daiara Tukano, Dirceu Maues, Dona Severina, Edu Simões, Elio Gaspari, Evandro Prado, Evandro Teixeira, Fernando Lindote, Francisco Galeno, Fred Lamego, Fulvio Roiter, Gabriela Biló, Grupo Poro, Hi da Cei, Hal Wildson, Helô Sanvoy, João Angelini, Joaquim Paiva, Jonathas de Andrade, José Roberto Bassul, Juvenal Pereira, Kurt Klagsbrunn, Leonardo Finotti, Lina Bo Bardi, Lucia Gomes, Luciana Paiva, Lucio Costa, Luiz Mauro, Marcel Duchamp, Marcela Campos, Marcelo Brodsky, Marcio Borsoi, Maria do Barro, Maria Martins, Marianne Perretti, Mary Vieira, Milton Guran, Milton Ribeiro, Nicolas Behr, Orlando Brito, Oscar Niemeyer, Patricia Bagniewski, Pedro Motta, Quinca Moreira, Rafael Pagatini, Reynaldo Candia, Ricardo Stuckert, Roberto Burle Marx, Rosângela Rennó, Rubem Valentim, Sergio Adriano H, Sérgio Rodrigues, Siron Franco, Talles Lopes, Usha Velasco, Vik Muniz, Vitor Schietti, Wagner Barja, Xadalu, Yolanda Freire, Zanine Caldas e Zuleika de Souza.

A FGV Arte fica na sede Fundação Getúlio Vargas, na Praia de Botafogo, 190.

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