Não há espaço vazio que a Smart Fit não enxergue a possibilidade de abrir uma nova unidade. Somente em dezembro, foram inauguradas pouco mais de 1/3 das 305 novas academias; com o dia 31, somando 25 unidades abertas. O mês de janeiro no mercado das academias concentra um grande volume de vendas, com os alunos querendo entrar em forma para o verão. O avanço no número de inaugurações da gigante fitness supera as projeções do ano passado. Para 2025, a rede criada de Edgard Corona conta um plano ainda mais ambicioso.
Atualmente, a Smart Fit conta com 1.743 academias e projeta ultrapassar as 2.000 unidades, abrindo mais academias do que as 200 que costuma inaugurar anualmente. A meta para 2025 é manter o ritmo de 2024, ultrapassando as 300 unidades inauguradas. Para isso, vai continuar a sua expansão no mercado externo, onde já está presente em 15 países da América e dois na Europa.
No primeiro trimestre deste ano, o grupo vai inaugurar a sua primeira unidade no Marrocos, país do continente africano. A cidade contemplada será a lendária Casablanca cuja unidade está na fase final de obras. Além desse, a empresa já tem outros cinco contratos de expansão assinados na África, segundo o site NEO FEED.
No recorde de aberturas alcançado em 2024, com 301 Smart Fit, três Bio Ritmo e uma Nation, apenas 38% foram no Brasil, o restante foi todo no exterior. Para este ano, Edgard Corona vai dedicar dois terços da expansão ao mercado externo.
Com um modelo semelhante de negócio, a Smart Fit quer ficar em pé de igualdade – ao somar 2 mil unidades – com a europeia Basic Fit, uma das maiores redes próprias de academias de ginástica do mundo. Ambas possuem, aproximadamente, 80% de rede própria, com base no high value price – oferta de serviços ou produtos de alta qualidade a preço convidativos. A líder do mercado é a americana Planet, que soma 2,7 mil unidades, todas pelo modelo de franquia e com valor de mensalidade de US$ 10.
Segundo um relatório elaborado pelo Santander, desde 2020, a Smart se mantém sólida em seu projeto de expansão, com a adição de mais de 250 lojas, apesar do ambiente macro adverso. O banco havia previsto que a rede bateria 1.948 academias no fim de 2025. Mas a Smart Fit, ao chegar a 1.743 unidades ainda no começo do ano, facilmente ultrapassa a meta estipulada pelo Santander.
No fim de setembro, a Smart Fit anunciou que havia 154 academias em obras, das quais 28 ficaram para 2025; caso de duas Bio Ritmos, que serão inauguradas no shopping Ibirapuera, localizado no bairro de Moema, na capital paulistana, no primeiro trimestre.
Uma das inaugurações aconteceu no shopping Multiplaza, no Panamá, que ganhou uma Bio Ritmo, com mensalidade de US$ 150. O shopping é conhecido pelas marcas de luxo como Hermés, Cartier, Gucci, entre outras. A tendência para 2025 é de que mais unidades da Bio Ritmo sejam inauguradas.
A expansão agressiva do grupo é possível graças as verticais diferenciadas que permitem a execução de estratégias para cada uma das marcas. Além das marcas de academias (Smart Fit e Bio Ritmo), o grupo tem no seu portfólio os studios, que chegaram a 191 unidades no ano passado. Eles reúnem sete marcas: Race Bootcamp, Vydia, Jab House, Tonus Gym, One Pilates, Velocity e Kore.
A Velocity, que foi comprada no começo de novembro por R$ 163 milhões e uma possível adição de mais R$ 20 milhões de acordo com as metas nos próximos anos, foi o meio de entrada na cidade espanhola de Barcelona, por meio de uma franquia – modalidade de negócio importante para os planos de expansão das marcas dentro do portfólio studio.
Segundo o NEO FEED, o cuidado com a alavancagem tem sido um dos focos da agressiva expansão do grupo, que trata como prioritários, os “36% de cash on cash return e de 20% de ROIC”. A alavancagem da empresa estava em 1,4 vez a geração de caixa, com a dívida líquida ajustada de R$ 2,3 bilhões, no fim do terceiro trimestre.
A visão estratégica da companhia tem conseguido manter o custo do endividamento estável, diluindo os custos operacionais. Em outubro, o grupo fez emissão de R$ 300 milhões na 11ª debênture, com taxa de CDI+0,89%, e vencimento em cinco anos. Mesmo com o acúmulo de 33% de perda na ação SMFT3 (SmartFit), em 12 meses, o valor de mercado da companhia é de R$ 10,4 bilhões.