Muito em breve, a população do estado do Rio de Janeiro pode começar a sofrer com falta de água. Em alguns municípios já tem acontecido. Isso porque os reservatórios de água estão em níveis considerados preocupantes, bem abaixo da média histórica.
Adacto Ottoni, professor associado do departamento de engenharia sanitária e do meio ambiente da UERJ, explica o principal motivo: “O problema é a degradação das bacias hidrográficas. Quem garante água doce é a floresta, que retém água que cai das chuvas. Com essas florestas sofrendo desmatamento, menos água é retida e os reservatórios ficam com menos capacidade para a geração de energia. Isso, somado à falta de chuvas, traz o problema da falta d’água”, diz o professor.
Adacto comenta, ainda, que a degradação das bacias hidrográficas causam problemas também no período das fortes chuvas: “Quando chove menos, acontece essa dificuldade para encher os reservatórios e quando chove mais temos tragédias causadas pelas chuvas. Tudo por conta da destruição destas florestas, que ajudam a reter a água que cai nas chuvas”.
O Imunana Laranjal, um dos maiores sistemas de abastecimento de água do Rio de Janeiro passa por uma situação crítica. A vazão desse manancial opera com 88% da capacidade. A redução significa menos água tratada. A Cedae (Companhia Estadual de Água e Esgoto) capta do Laranjal água para abastecer mais de 1,5 milhão de moradores nos municípios de Niterói, São Gonçalo, Itaboraí, e parte de Maricá.
Como mostrou o DIÁRIO DO RIO nesta quinta-feira, 09/09, a cidade de Maricá já passa por problemas de abastecimento. De acordo com a Cedae, o Rio Ubatiba, de onde a empresa capta água para tratamento e distribuição em Maricá, está com o nível muito baixo.
A Cedae informou, também nesta quinta-feira, que o sistema está operando com 45% da capacidade de produção e fornecimento de água tratada para parte o município, reduzindo o abastecimento para os bairros do Centro, Barra de Maricá, Itapeba, Boqueirão, Jacaroá, Flamengo, Nova Metrópole, Caxito, Ubatiba, Mombuca, Araçatiba, Divinéa, Caju, Nova Metrópole e Colinas.
A situação pode se repetir em outros municípios. Por conta disso, “a Cedae pede que a população evite o desperdício de água e que adie, se possível, serviços não-essenciais que gastam muita água”, disse Daniel Okumura, diretor de Saneamento e Grande Operação da Cedae.
Vendam a CEDAE, deixem uma empresa de verdade tocar o sistema de produção de água e assim não irá faltar água na torneira dos fluminenses.