Com o avanço da pandemia do Coronavírus em todo estado do Rio de Janeiro, o comércio de diversos municípios tem fechado suas portas no intuito de evitar aglomerações e, consequentemente o contágio pelo Covid-19. Muitas vezes por ordem expressa das prefeituras locais. A situação é tão preocupante, que, em algumas regiões do estado, até os serviços considerados essenciais como supermercados e farmácias, estão funcionando com efetivo muito reduzido e convivido com baixo fluxo de clientes, e praticamente zero rentabilidade.
Uma das áreas que mais tem sido afetada pelos efeitos econômicos da proliferação do vírus, é a cidade de Petrópolis, na Região Serrana do Rio. Por lá, os lojistas alegam que o movimento tem caído vertiginosamente por causa do rápido aumento no número de casos confirmados e suspeitos. A cidade atualmente tem 3 casos confirmados da doença. A crise se agrava também em Itaipava, distrito considerado “chique” que tem um comércio muito ativo. Há 6 dias, o coronavírus fez sua primeira vítima na Cidade Imperial.
Diante do cenário alarmante para os comerciantes, o Sindicato do Comércio Varejista de Petrópolis (Sicomércio) emitiu uma nota no qual pede imediatamente a suspensão da cobrança dos aluguéis e dos encargos de todos os imóveis com atividades comerciais no município, até a crise do Coronavírus ser controlada pelo Poder Público.
“Essa crise epidêmica está gerando uma grande preocupação e aflição aos Lojistas, eis que com diversos empreendimentos fechados e outros funcionando com horário reduzido, aliado às orientações do Ministério da Saúde e da Organização Mundial de Saúde para que os cidadãos não saiam de suas residências, não há vendas e faturamento, o que já está acarretando a impossibilidade de honrar compromissos financeiros, como pagamento de folha de pagamento, impostos, fornecedores, aluguéis, etc “, diz um trecho do comunicado.
Comerciantes locais relatam as dificuldades que têm enfrentado em função da epidemia do Coronavírus.
“A expectativa para os comerciantes é muito ruim. Mesmo que exista uma decisão por parte do governo de abertura das lojas, a clientela não vai atender a esse chamado, uma vez que ninguém vai querer comprar mercadoria supérflua num clima de pânico que existe. Nós estamos no fim do túnel. Não adianta só isenção do aluguel dos imóveis, se o governo não abrir uma área de crédito especificamente para as pequenas e médias empresas, será um desastre completo“, explica Jorge Tavares, dono de uma loja de vestuário no Shopping Estação Itaipava.
Para o lojista Caio Ferreira, gerente de uma loja de calçados em Petrópolis, o quadro que se desenha do comércio na região, não permitirá nem que os pagamentos dos funcionários sejam feitos.
“Na situação atual é impossível prever se poderemos efetuar o pagamento, nem de aluguel, e nem dos salários. A tendencia é que as lojas fechem mesmo. E não se trata apenas de despedir o empregado, é preciso ter dinheiro para realizar a dispensa de pessoal. São vários encargos na rescisão de contratos com os funcionários, sobretudo os mais antigos. Nem para isso teremos condições“, lamenta.
A empresária Christiana Bonorino, que administra dois empreendimentos na cidade, um hotel e um canil que oferece serviço de adestramento para animais domésticos, diz que por conta do baixo número de pessoas que está frequentando a cidade, assim como a quarentena, o negócio vai mal:
“A gente vive praticamente de fim de semana. As pessoas que moram aqui não são as pessoas que vão aos restaurantes, aos bares à noite, aos shoppings, às casas noturnas. O pessoal do Rio, quando sobe, é que lota esses lugares. Portanto, todo essa cena local sem funcionar, não sei se aguenta não“, sentencia a comerciante.
Um comerciante que pediu para não ser identificado deixou uma mensagem preocupante: “Tenho loja no Shopping Estação Itaipava há anos. Aqui, vivemos de crise em crise. Quando as coisas estavam melhorando, tivemos a tragédia das chuvas, que quase nos levou todos a falência. Ultimamente as coisas já iam mal; o condomínio do Shopping custa quase o preço do aluguel, e há anos o movimento não pára de cair. Agora, essa. Mesmo que me dêem desconto do aluguel, como vou pagar funcionários e fornecedores, ou o condomínio alto?”
Concordo com o que o Moisés acima falou e os proprietários como viveram??? Isso e para ser discutido por inquilino e proprietário e não por políticos querendo aparecer.
E os proprietários desses imóveis que dependem desse dinheiro para sobreviver vão sobreviver como!!?? É muito fácil falar de suspender aluguéis e não ver o outro lado da corda. Acho que isso deve ser decidido entre os proprietários e inquilinos e não decisão política!!!