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A possível construção de um edifício residencial no Buraco do Lume, área histórica no Centro do Rio, tem gerado grande preocupação entre lojistas da região. O Sindicato dos Lojistas do Comércio do Município do Rio de Janeiro (SindilojasRio) e o Clube de Diretores Lojistas do Rio de Janeiro (CDLRio) se posicionaram contra o projeto e entregaram uma carta ao prefeito Eduardo Paes pedindo a preservação do local.
As entidades alertam para os impactos negativos que o empreendimento pode causar, incluindo prejuízos históricos, culturais, ambientais, urbanos e econômicos. O presidente do SindilojasRio e do CDLRio, Aldo Gonçalves, destaca que a construção de um edifício de grande porte no local agravará os problemas de mobilidade urbana e aumentará a sensação de calor na região, o que pode prejudicar o comércio e a qualidade de vida no Centro.
“A revitalização do Centro é fundamental para a retomada do desenvolvimento econômico da região, mas a construção de um edifício residencial gigantesco no Buraco do Lume terá efeito contrário a esse objetivo”, afirma Gonçalves.
O Buraco do Lume é um espaço histórico que já foi palco de diversas manifestações populares e eventos culturais. A área, que antes era protegida contra a especulação imobiliária, foi destombada em 2022 pela Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (ALERJ) e teve seu destombamento sancionado pelo governador Cláudio Castro em janeiro de 2023, abrindo caminho para a aquisição do terreno por um investidor privado.
Na carta entregue ao prefeito, as entidades pedem que qualquer proposta de mudança na área seja amplamente debatida e avaliada com a sociedade. “O Buraco do Lume é um espaço histórico, palco de manifestações democráticas e de convivência pública, que deve ser preservado e valorizado como parte da identidade carioca”, defende Gonçalves.
O presidente do SindilojasRio e CDLRio também ressalta que o Centro do Rio possui diversas áreas e imóveis subutilizados ou abandonados que poderiam ser revitalizados e receber projetos imobiliários de grande porte.
A pergunta é: Quem ganhou quanto para liberar essa construção? Até quando dos Distritos de Licenciamento do Rio vão permanecer atuando como um balcão de negócios particulares?