Membros da Comissão de Cultura realizam vistoria no Pão de Açúcar para viabilizar instalação da tirolesa

Os parlamentares visitaram a obra e avaliaram positivamente o projeto de instalação de uma tirolesa de 755 metros na área turística

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Parque Bondinho Pão de Açúcar / Foto: Rafa Pereira - Diário do Rio

Na sexta-feira (12/05), a Comissão de Cultura da Câmara do Rio realizou uma vistoria no Pão de Açúcar para conferir uma apresentação do projeto de instalação de uma tirolesa na área turística. Ao todo, serão quatro linhas que vão ligar o morro do Pão de Açúcar ao Morro da Urca, em um trajeto de 755 metros, atingindo uma velocidade de até 100 km/h.

O presidente do colegiado, que já promoveu uma audiência pública para discutir o projeto mês passado, o vereador Edson Santos (PT) destacou que conseguiu obter mais esclarecimentos na reunião de hoje e sugeriu à direção do Caminho Aéreo Pão de Açúcar e ao arquiteto Guto Índio da Costa, quem assina o projeto, que seja feito um novo encontro.

“Acho que é uma obra que poderá trazer benefícios para o conjunto da população e a cidade ganhar mais com isso. A preocupação que muitos têm é sobre uma possível desfiguração do projeto do Pão de Açúcar, como ele se coloca hoje. Saio daqui com algumas certezas positivas em relação ao projeto. Mas como vereador, exercendo um papel de mediação, acho importante abrir esse debate para participação de representações da sociedade civil”, ressaltou o parlamentar.

Uma das maiores preocupações era relativa às autorizações. Segundo Sandro Fernandes, CEO do Parque Bondinho Pão de Açúcar, a obra está sendo feita de forma totalmente legal e que o projeto foi pensado com todo o cuidado para impactar a região o mínimo possível. “São quase três anos desde o início da sua concepção do projeto até hoje. Foram dois anos e meio entre a primeira reunião e a obtenção de todas as licenças, todas elas foram outorgadas para o início das obras”, sublinhou.

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Além disso, a equipe do Parque destacou que foram cumpridos os requisitos técnicos exigidos pelo Monumento Natural dos Morros do Pão de Açúcar e da Urca (MoNa) e pelos órgãos licenciadores: Instituto do Patrimônio Histórico Nacional e Artístico Nacional (IPHAN), Instituto Rio Patrimônio da Humanidade (IRPH) e a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico Inovação e Simplificação (SMDEIS).

Fluxo de pessoas

Na última audiência pública realizada sobre o tema, muitos cidadãos se mostraram preocupados em relação aos impactos no trânsito no local. O responsável pelo projeto da tirolesa, diz que as preocupações são legítimas, mas assegura que a tirolesa não vai interferir em praticamente nada no que diz respeito à circulação de pessoas na região, ruídos ou paisagem.

“É importante lembrar que, ao contrário do que é feito hoje, todos os visitantes e usuários da tirolesa vão comprar ingresso com hora marcada. Hoje em dia há alguns momentos de pico porque os visitantes chegam eventualmente nos mesmos horários. A tirolesa nasce com horários marcados, o que vai distribuir o fluxo ao longo do dia e da semana. E esta experiência vai ser adicionada ao usuário do próprio parque”, reforçou Guto Índio da Costa.

Um dos entusiastas da instalação da tirolesa no Pão de Açúcar, o vereador Pedro Duarte (Novo) disse que saiu da reunião com a certeza de que o projeto é vantajoso para uma cidade que tem uma vocação turística tão marcante. “Para mim, todas as dúvidas foram muito bem esclarecidas. Inclusive, esta foi uma ótima iniciativa da Comissão de Cultura e também do Pão de Açúcar, que recebeu todos nós nesta visita. A tirolesa vai representar um grande ganho para a cidade. As duas principais imagens do Brasil são do Rio: o Cristo Redentor e o Pão de Açúcar. Agora, com essa nova atividade, serão atraídas mais pessoas que gostam de ecoturismo”, celebrou.

Área ocupada sem aumento

De acordo com Guto Índio da Costa, o projeto não contempla expansão de área ocupada e nem grandes impactos ambientais na vegetação do local. “A supressão vegetal que foi feita removeu cinco árvores nativas e nove exóticas ou invasoras, que já deveriam ter sido removidas do parque obrigatoriamente. Em troca, 83 nativas estão sendo plantadas. Essa é uma das contrapartidas legais que foi exigida pela prefeitura”, destacou.

O projeto apresentado prevê que a maior parte das novas estruturas, sobretudo passarelas de acesso, seja formada por unidades abertas e integradas ao ambiente.

Acessibilidade

Durante a apresentação, o CEO ainda chamou a atenção para o fato de que a tirolesa terá total acessibilidade e disse que a previsão de inauguração é no segundo semestre de 2023. “Não só as pessoas com dificuldade de locomoção, mas as visuais, auditivas, todas as pessoas serão bem vindas. E também aquelas que possuem dificuldades que não são vistas pelos olhos, como os autistas”, afirmou.

Críticas

Ao fim da vistoria, representantes de movimentos críticos ao projeto falaram com os veredores. Uma das integrantes do Movimento Pão de Açúcar sem Tirolesa, Paloma Yamagata argumenta que o empreendimento deveria ter sido mais debatido com os moradores e a sociedade como um todo. “A gente entende que o Pão de Açúcar é uma área tombada pelo Iphan, patrimônio mundial pela Unesco, unidade de conservação integral e um dos 100 sítios mais importantes do mundo eleito agora em 2022. Por tudo isso, a gente já entende que qualquer modificação deste patrimônio precisa ser discutida de uma forma mais ampla”, defendeu.

Também morador da Urca, Rodrigo Veloso, mostra preocupação com o impacto viário que o projeto pode provocar. “Nos finais de semana que a praia está cheia já é muito difícil o trânsito aqui e é justamente nestes dias que se presume que teriam mais visitantes na tirolesa. Todo esse aumento de público, mais vans, mais Uber, mais táxi, mais ônibus de turismo, isso geraria um impacto viário muito grande em uma área que já está complicada”, afirmou.

A vereadora Luciana Boiteux (PSOL) também participou da visita.

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