A Comissão de Trabalho, Legislação Social e Seguridade Social da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) realizou uma audiência pública virtual, nesta segunda-feira (17/05), para debater o processo de privatização da Eletrobras e seus impactos na economia do Estado do Rio. No momento, encontra-se em vigor a medida provisória (MP) nº 1031/21, enviada pelo governo federal ao Congresso Nacional, que cria as condições para a privatização da Eletrobras, empresa estatal vinculada ao Ministério de Minas e Energia.
Mônica Francisco (PSol), deputada estadual e Presidente da comissão, destacou a importância da empresa para o país e para o Estado do Rio.
“Se a MP passar pelo Congresso, o Rio de Janeiro pode enfrentar aumento nas tarifas, apagões, prejuízos ao comércio e à Saúde. Ela é inconstitucional, trata de um tema que merece uma discussão séria e profunda, e editá-la num momento de pandemia, quando perdemos mais de 400 mil vidas, é uma medida autoritária. A Eletrobras é responsável por 30% da geração de energia elétrica do país, e 45% da transmissão, 96% de fontes limpas, com baixa emissão de gases. Há quase R$ 15 bilhões em caixa, não é uma empresa doente. Ela pratica tarifas baixas e é o pulmão e o coração do sistema elétrico brasileiro”, declarou a deputada.
Já o funcionário da Eletrobras e diretor do Sindicato dos Trabalhadores nas Empresas de Energia do Estado (Sintergia/RJ), Emanuel Mendes chamou a atenção para a questão envolvendo a perda de empregos.
“Para o povo fluminense, essa privatização só vai trazer prejuízos. No RJ há quatro sedes do sistema Eletrobras. Após a privatização, essa estrutura será transformada em um escritório mínimo. O processo de enxugamento da empresa já começou, somente com a transferência da sede de Furnas (subsidiária da Eletrobras) do bairro de Botafogo para o centro da capital, perdemos 2600 trabalhadores, 50% do quadro de funcionários terceirizados”, destacou o diretor do sindicato.
Representando a Confederação Nacional dos Urbanitários (CNU), Gustavo Teixeira trouxe dados que quantificam os empregos e rendas gerados no estado. Segundo ele, em 2020 estavam empregados em sedes da Eletrobras no estado 5451 funcionários, com uma folha salarial bruta anual de R$ 2 bilhões, tendo somente Furnas arrecadado R$ 2,5 bilhões em impostos e contratado junto a fornecedores cerca de R$ 1 bilhão.
Nailor Gato, do Coletivo Nacional dos Eletricitários (CNE), criticou os argumentos que são utilizados por defensores da privatização.
“Os defensores da privatização dizem que o preço da energia elétrica vai diminuir, porque a desestatização vai permitir concorrência. Como ter concorrência? O consumidor vai escolher qual dos interruptores acionar, entre diversas companhias? É impossível. Energia elétrica é, por sua natureza, um monopólio. Nenhum país com potencial hidrelétrico privatizou seus reservatórios”, questionou.
No final, Mônica Francisco elogiou o conteúdo exposto na audiência. Para a deputada, o assunto é de enorme relevância: “São pontos delicados, que afetam não só a própria empresa. O Rio de Janeiro tem desemprego 40% acima da média nacional. Estamos falando da sobrevivência de todos”, pontuou a deputada.
Privataria atingiu a CEDAE e agora mira na Eletrobras…
Curioso que enquanto países das economias emergentes não podem ter empresa estatal, nos países desenvolvidos sim… Tem até Exército (dos EUA) controlando geração de energia salvo engano de hidrelétrica que passam pelos canyons e reservas e também nuclear…
A Holanda tem estatal que explora petróleo. Canadá também.
E assim vamos…