Sonia: Como o valor de uma desapropriação no Recreio poderá custar R$ 1 bilhão?

A urbanista Sonia Rabello se pergunta como um imóvel no Recreio chegou ao valor de desapropriação de R$ 1 bilhão e se é justo ou plausível

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Queima de Fogos em Recreio- Foto: JP Engelbrecht

Foi noticiado nesta terça-feira, dia 18, no O Globo, que o valor do pagamento de uma indenização por desapropriação pelo Estado do Rio de Janeiro poderá custar aos cidadãos fluminenses o valor de R$ 1 bilhão ! Como se chega a um valor desses por um terreno de 153 mil m², no bairro do Recreio, na Zona Oeste do Rio de Janeiro?

Evidentemente não posso dizer se os cálculos estão certos ou não, já que seria uma leviandade fazê-lo sem um amplo exame do processo judicial; o que me é impossível fazê-lo. Mas estampar um valor deste por uma gleba causa absoluta perplexidade para um país onde a fome, as dívidas públicas e a carência habitacional imperam, sem orçamento para melhorias. O valor total de investimento para toda a Cidade do Rio para 2022 é de R$ 2,4 bilhões!

Só a título de comparação:

1.Toda a arrecadação da cidade de São Paulo, em 2021, a título de venda de potencial construtivo (equivalente a terrenos virtuais para construção), chamado de Outorga Onerosa do Direito de Construir, foi de R$ 880 milhões. Ou seja, 20% a menos do que o bilhão anunciado para um só terreno no Rio.

2.O valor da 2ª parcela do pagamento de todo o funcionalismo estadual (460 mil servidores, incluídos inativos e pensionistas), em dezembro de 2021 foi de R$ 781 milhões. O valor de R$ 1 bilhão a ser pago ao(s) beneficiário(s) de um terreno poderá equivaler ao vencimento de 235 mil servidores públicos do Estado?

3. O valor de R$ 1 bilhão equivale de duas a três vezes a estimativa mais alta do valor do atual metro quadrado na área. O valor do metro quadrado construído está por volta de R$ 8.500, e estimando-se que o terreno represente no máximo 25% deste valor, um terreno de 153 mil m² alcançaria, no máximo, o valor de R$ 330 milhões! E ainda pagaria o imposto sobre lucro imobiliário, fato que não incide no caso de indenização por desapropriação.

Então, cabe investigar: por que ou o que produz tamanha desproporcionalidade de valores? É equitativo? Justo? Plausível? Está aí um assunto que vale acompanhar e perscrutar

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5 COMENTÁRIOS

  1. A pessoa fala sem saber sem ter visto o processo.?
    E não entende que o valor é alto porque se passaram anos(nesse caso,60 anos)O dinheiro depositado rende juros,sabiam?
    Não pagar o que deve é uma coisa “normal” para os Estados.
    Não deveria ser.É um absurdo!
    Mas quantas coisas nesse nosso Brasil são absurdas!Mas quem teve algum bem tirado p/ estado,tem sim que brigar até o fim!E receber o que é seu por direito!
    Tem muita gente que já morreu sem ver a cor do dinheiro.Que era seu por direito.Precátorio.se tornou uma vergonha é um jeito de dar calote!

  2. Amigos não têm só caroços têm muitas pelotas como dizia os mais antigos, como o Rio de janeiro é vilipendiado,maltratado, esvaziado e porquê não dizer espoliado onde os próprios administradores nativos se encarregam dessas práticas, não se importando quê estão acabando com seu próprio estado,uns verdadeiros piratas,isso pára não falar dos administradores forasteiros, quê qual é o interesse deles querer quê o Rio se recupere e volte a ser a segunda economia do Brasil. porquê nas últimas eleições pára governador,o candidato principal escolheu pára ser seu vice um conterrâneo seu os dois apesar de fazerem carreiras políticas no Rio de janeiro,os mesmos são dê são Paulo têm alguma explicação para isso,e todos permitem essa aberração.vcs como imprensa investigativa têm quê ficar em cima do caso pára não delapidarem mais ainda nosso já combalido estado do Rio de janeiro têm inimigos na trincheira.

  3. No item 3) O Valor do metro quadrado construído varia entre as regiões, nao sei bem a localização do Terreno mas esse calculo poderia estar correto se for na região da Gleba A ou próximo a orla, onde o estoque de lançamentos novos é reduzido. A titulo de curiosidade um apartamento próximo a orla pode tranquilamente alcançar os 20k o metro.

    De todo o jeito precisam avaliar o laudo técnico disso, tá estranho.

  4. Lembra a desapropriação do antigo e conhecido Motel Maxim’s na Av. Nuta James 877, Jardim Oceânico, que custaria milhões aos cofres públicos para suposto terminal do BRT. Com a publicação na INTERNET do lançamento de um prédio com salas comerciais pela CLACON ENGENHARIA e OPORTUNITY, no mesmo local, tudo foi descoberto e o Ministério Público embargou a obra. Agora com nova contrutora e o mesmo OPORTUNITY, foi lançado o ALL prédios para moradia, no mesmo local. Esperamos que ñ tenham pago aos herdeiros com dinheiro público. Estão aguardando licença ambiental para por abaixo a mata verde que fica a beira do CANAL DO MARAPENDI. Em frente ao Terminal de Onibus Auxiliares do BRT Jardim Oceânico que se encontra totalmente abandonado, sem iluminação e com obras sem licença em sua plataforma construída em cima de muitas vigas de aço (???) e cimento ao final de 2017. Na época um deputado advertido da maracutaia, entrou com uma ação no MP e estancou a sangria. Vamos acompanhar o desenrolar desse novo rolo na INTERNET !!

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