Conheça o enredo e samba da Beija-Flor de Nilópolis

Agremiação entra na avenida, com uma homenagem a Luiz Fernando Ribeiro do Carmo, mais conhecido como Laíla, um de seus maiores carnavalescos

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A Beija-Flor de Nilópolis entra na avenida, nesta noite de segunda-feira (03/3), com uma homenagem a Luiz Fernando Ribeiro do Carmo, mais conhecido como Laíla, um de seus maiores baluartes, com assinatura de João Vitor Araújo e pesquisa de Bianca Behrends, Vivian Pereira e Guiherme Niegro.

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Batizado de “Laíla de Todos os Santos, Laíla Todos os Sambas”, o enredo parte da fé em Xangô, percorre a atuação do carnavalesco dentro e fora da Beija-Flor e culmina em um reencontro simbólico com Joãosinho Trinta no plano espiritual. A escola contará a trajetória do menino pobre do Morro do Salgueiro, na zona norte do Rio, que se tornou Laíla ao enxergar o carnaval de forma inovadora.

O Laíla demorou muito a ser reconhecido, por conta do sistema, por conta do racismo. Era para ter sido reconhecido no meio de toda aquela turma de carnavalescos, que foi lançada no final da década de 60, como Pamplona, Maria Augusta, Rosa Magalhães, Arlindo Rodrigues, Joãosinho Trinta, Viriato. Ele estava lá com eles, mas o racismo não deixou ele ser reconhecido. Era muito mais interessante, com respeito a todos esses mestres, mas o Laíla estava ali, até porque ele foi o suporte de todos. Ele lançou aqueles mestres e não teve o reconhecimento que merecia”, lembrou o carnavalesco João Vitor Araújo, em entrevista à Agência Brasil.

Assim, a Beija-Flor apresenta um enredo que reforça a cultura preta, as críticas sociais e a religiosidade, temas que sempre marcaram a trajetória de Laíla e estarão presentes no desfile de 2025.

O anúncio do enredo também serviu para acalmar os ânimos dentro da escola, que vinha de um oitavo lugar no último Carnaval e enfrentava protestos nas redes sociais. A insatisfação era tanta que alguns integrantes chegaram a ameaçar não participar do tradicional desfile na Estrada da Mirandela, em Nilópolis, no Sábado das Campeãs.

Agora, com um tema que resgata a essência da Beija-Flor e homenageia um de seus maiores nomes, a escola busca um desfile histórico para retomar seu lugar entre as grandes potências do carnaval carioca.


Confira o samba

Kaô meu velho!
Volta e me dá os caminhos 
Conduz outra vez meu destino 
Traz os ventos de Oyá 
Agô meu mestre 
Tua presença ainda está aqui 
Mesmo sem ver, eu posso sentir 
Faz Nilópolis cantar 
Desce o morro de Oyó 
Benedito e Catimbó 
O alabá Doum 
Traz o terço pra benzer 
E a cigana puerê 
Meu Exu 
De copo no palco, sandália rasteira 
No chão sagrado toda quinta-feira 

O brado no tambor, feitiço 
Brigou pela cor, catiço 
Coragem na fala sem temer a queda 
O dedo na cara, quem for contra reza

Vencer o seu verbo 
Gênio do ouvido perfeito 
A trança nos versos 
Divino e humano em seu jeito 
Queria paz mas era bom na guerra 
Apitou em outras terras, viajou nas ilusões 
Deu voz à favela e a tantas gerações 
Eu vou seguir sem esquecer nossa jornada 
Emocionada, a baixada em redenção 
Chama João pra matar a saudade 
Vem comandar sua comunidade 
Óh Jakutá, o Cristo preto me fez quem eu sou 
Receba toda gratidão Obá, dessa nação nagô 

Da casa de Ogum, Xangô me guia 
Da casa de Ogum, Xangô me guia 
Dobram atabaques no quilombo Beija-Flor 
Terreiro de Laíla meu griô

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