Na última terça-feira (03/09), o conjunto histórico, arquitetônico e paisagístico formado pelas fortificações do complexo de Santa Cruz, Praia de Fora e Imbuhy, em Niterói, na região Metropolitana do Rio de Janeiro, foi tombado em âmbito federal, durante a 105ª reunião do Conselho Consultivo do Patrimônio Cultural.
O tombamento, a cargo do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), abrange o conjunto de fortificações conhecido como Fortaleza de Santa Cruz da Barra e inclui, também, os acervos de artilharia e religioso da Capela de Santa Bárbara, situada em seu interior.
Os elementos do esquema defensivo extramuros da Fortaleza de Santa Cruz da Barra e os fortes localizados nas proximidades também foram tombados. Entre eles estão o Reduto do Pico – obra de pequeno porte localizada no Morro do Pico, para posição de elementos de artilharia – e os fortes de São Luís, Praia de Fora, Barão do Rio Branco, Pico, Tabaíba e Imbuhy, incluindo os acervos de artilharia.
O tombamento abrange, ainda, os morros e praias a eles associados, que se encontram sob tutela do Exército e que constituem a paisagem de entrada da Baía de Guanabara. Com isso, o conjunto passa a ser inscrito no Livro do Tombo Arqueológico, Etnográfico e Paisagístico; no Livro do Tombo Histórico; e no Livro do Tombo de Belas Artes.
História
Sob o viés histórico, todas essas fortificações desempenharam um papel crucial na defesa do Rio de Janeiro, enquanto base de operações da coroa portuguesa no período colonial e capital do Brasil. A Fortaleza de Santa Cruz da Barra, com os elementos do esquema defensivo complementar, foi essencial na proteção contra invasões e ataques ao longo dos séculos, com forte relevância também para dissuadir pretensos ataques.
Desde as tentativas de ataques nas guerras holandesas, entre 1599 e 1663, até as invasões francesas lideradas por DuClerc, em 1710, e Duguay-Troin, em 1711, a Fortaleza de Santa Cruz da Barra se destacou. Além disso, desempenhou um papel significativo em eventos internos, como a Revolta da Armada, entre os anos de 1893 e 1895; a Revolta dos 18 do Forte, em 1922; e as Revoluções de 1924 e 1930.
Outro tombamento
Também durante a reunião, o conjunto arquitetônico e paisagístico da Fortaleza de São João, na Urca, Zona Sul carioca, foi tombado pelo Iphan.
A decisão, unânime, consolida o reconhecimento da importância histórica, artística e paisagística do monumento, construído no século XVI para proteger o território brasileiro de invasões estrangeiras.